A maior fraude da democracia portuguesa



Estamos em plena campanha eleitoral e contagem decrescente, para as eleições do dia 05 de Junho, onde os portugueses vão eleger os seus representantes, na casa do povo e o próximo governo de Portugal. A democracia é baseada no voto livre nos partidos políticos, que apresentam os seus programas eleitorais, onde constam as principais linhas orientadoras, das políticas públicas, que pretendem implementar no país. São estas propostas de políticas que vão a sufrágio, num verdadeiro sistema democrático.

Mas em Portugal, a burrice política está envolta na mentira. Em todos os debates realizados até agora, ainda não foram apresentadas e discutidas propostas concretas sobre as alterações das prestações sociais, nomeadamente no que diz respeito, aos cortes no subsídio de desemprego e congelamento de pensões. Não vi ninguém falar da reformar do sistema de segurança social; que alterações vão ser introduzidas na legislação laboral; quais os impostos que vão ser agravados, como vai ser reduzida a despesa do Estado no concreto; como vai ser realizada a retoma económica e como vai ser feita a reforma da Justiça.

A verdade é que os partidos sabem que estão nas mãos da "troika" e que o próximo programa de governo já está feito e aprovado por entidades externas. Os programas dos partidos só foram feitos porque é obrigatório, pois não podem apresentar-se a votos sem programa. Os actuais programas partidários não passam de um chorrilho de mentiras, de falas intenções, de meras ilusões. Porque será que o memorando de entendimento, que foi assinado pelos responsáveis políticos portugueses e serviu de base ao empréstimo do FMI e da União Europeia a Portugal, ainda não foi tornado público. Os portugueses deveriam nesta altura ser conhecedores das restrições e privações que vão ter de suportar, no futuro próximo, antes das eleições.

O próximo acto eleitoral será a maior fraude da democracia portuguesa, pois os eleitores vão sufragar programas eleitorais, que não terão qualquer aplicabilidade depois das eleições. Os dirigentes máximos deste país deveriam ter a coragem, a honestidade e a obrigação de falar verdade. Tudo que é envolto na mentira, mais tarde ou mais cedo, acabará por trazer consequências, ainda mais gravosas para o futuro de Portugal e dos portugueses. Este deveria ser o momento de viragem, para uma nova democracia de verdade e a hora, de enterrar definitivamente a democracia da mentira.

Fonte do artigo: http://www.mundocontramao.com
Autor: Francisco Fonseca


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