GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA: HIV/AIDS - TRANSMISSÃO VERTICAL



GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA: HIV/AIDS - TRANSMISSÃO VERTICAL
VISANDO ESCLARECIMENTO SOBRE O ASSUNTO NA ESCOLA ESTADUAL MARIA RODRIGUES TAPAJÓS NO 3º ANO "03" DO ENSINO MÉDIO
Juciara Lima Barros1

RESUMO
O estudo teve como objetivo orientar os adolescentes e jovens em relação á gravidez precoce e a AIDS por meio de palestra. A pesquisa foi de caráter bibliográfico, envolvendo 58 alunos da Escola Maria Rodrigues Tapajós, feito um estudo exploratório, investigativo que objetivou transmitir aos alunos qual a definição e a importância da Gravidez na adolescência: HIV/AIDS- transmissão vertical examinando a realidade social buscando fixar seus objetivos para diagnosticar o conhecimento, as expectativas e os valores dos adolescentes referentes à transmissão vertical e a gravidez precoce. Foi aplicado um questionário com seis questões na qual corresponde que somente 4% conversão com seus pais sobre sexo. Sendo que 4% não conheciam sobre o assunto abordado na palestra que é transmissão vertical. Onde que 17% concordam que a gravidez precoce está relacionada com a pouca orientação da família e da escola. A principio 44% gostaram do tema Gravidez na adolescência: HIV/AIDS ? transmissão vertical. Em que 9% concordam que a educação sexual na escola leva o adolescente ter um com comportamento sexual precoce. E 22% concordam que o aumento da gravidez precoce no Brasil está relacionado à classe baixa da sociedade. As ações preventivas, tanto para a gravidez na adolescência como para HIV/AIDS devem ser realizadas em vários níveis de educação em saúde nas escolas.
PALAVRAS CHAVES: Gravidez, Adolescência, HIV


ABSTRACT
The study aimed at guiding young people in relationship to early pregnancy and AIDS through lecture. The research was bibliographical, involving 58 students of the School Maria Rodriguez Tapajos, made an exploratory, investigative aimed to convey to students what the definition and importance of Teenage Pregnancy: HIV/AIDS- transmission by examining the social reality of trying to set its objectives to diagnose the knowledge, expectations and values of adolescents regarding vertical transmission and early pregnancy. We administered a questionnaire with six questions in which corresponds to only 4% conversion with their parents about sex. Since 4% did not know about the subject matter covered in lecture that is vertical transmission. Where that 17% agree that early pregnancy is associated with little guidance from family and school. At first, 44% liked the song Teenage Pregnancy: HIV / AIDS - vertical transmission. Where 9% agreed that sex education at school leads adolescents to have an early sexual behavior. And 22% agree that the increase in teen pregnancy in Brazil is related to the lower class of society. Preventive actions for both teenage pregnancy and HIV / AIDS should be undertaken at various levels of health education in schools.
KEY WORDS: Pregnancy, Adolescence, HIV


INTRODUÇÃO
A adolescência é o período de transformações, onde ocorre o desenvolvimento físico, psicológico e social. É nesse período do desenvolvimento que aparece às primeiras curiosidades em relação ao sexo. Neste período também, com a descoberta da sexualidade e atividade sexual desprotegida acontece muitos casos de gravidez precoce, por isso é necessário que haja políticas de educação preventiva eficaz para orientar adolescentes sobre os riscos e implicações da gravidez precoce e da contaminação pelo HIV/AIDS, dentre outras doenças sexualmente transmissíveis.
Denomina-se adolescência o período entre os 10 e 19 anos de idade, segundo a OMS. A gravidez precoce esta relacionada a vários fatores que levam a adolescente a ser mãe muito cedo. A precocidade da vida sexual, onde muitas iniciam a vida sexual cedo, a menarca precoce, mais liberdade dos adolescentes, uma família desestruturada, influencia da mídia e principalmente pouca informação sobre anticoncepcionais. A gravidez precoce é de alto risco para uma adolescente, pois é nesse momento de desenvolvimento físico o seu corpo não está preparado para uma gravidez, que resulta em conseqüências médicas.
Uma mulher pode transmitir para seu filho (transmissão vertical) várias doenças adquiridas sexualmente. Essa transmissão pode ocorrer durante a gravidez, no perto ou na amamentação. As ações preventivas, tanto para a gravidez na adolescência como para HIV/AIDS devem ser realizadas em vários níveis e sob a responsabilidade de vários fatores. Especificamente no caso da gravidez na adolescência que, segundo varias pesquisas, relaciona-se em grande parte dos casos á baixa renda e baixa escolaridade.
O presente artigo tem como objetivo orientar os adolescentes e jovens em relação à gravidez precoce e a transmissão vertical do HIV/AIDS, para informar sobre a realidade que está acontecendo com a sociedade dos jovens e adolescentes no Brasil. O tema gravidez na adolescência passou a atrair a atenção dos profissionais da saúde, no Brasil, há aproximadamente 20 anos, até porque a partir dessa época, a adolescência como categoria social, começou a ser constituída na área da saúde. No qual foi observado que os alunos do 3º ano"03" do Ensino Médio da Escola Estadual Maria Rodrigues Tapajós no período noturno possuem poucas informações sobre gravidez na adolescência: HIV/AIDS - transmissão vertical.

Além de promover no comportamento responsabilidades no que se refere á gravidez precoce, ao sexo seguro, à prevenção do HIV/AIDS e o adiantamento da idade do inicio da
atividade sexual. E também incentivar e valorizar as atividades de educação e de informação dirigida objetivando aumentar os conhecimentos da biologia reprodutiva. Ampliando o acesso aos diferentes métodos contraceptivos e seu adequado manejo. No qual eliminar o preconceito de que o envolvimento da escola na educação sexual incentiva comportamento sexual precoce.
A pesquisa foi de caráter bibliográfico, exploratório, feito um estudo investigativo que objetivou transmitir aos alunos qual a definição e a importância da Gravidez na adolescência: HIV/AIDS- transmissão vertical examinando a realidade social buscando fixar seus objetivos para diagnosticar o conhecimento, as expectativas e os valores dos adolescentes referentes à transmissão vertical e a gravidez precoce. O projeto foi aplicado na Escola Estadual Maria Rodrigues Tapajós no 3º ano "03" com 58 alunos do Ensino Médio, Rua: Goiânia nº 701, CEP: 69046-300, Bairro: Redenção.


REFERENCIAL TEÓRICO

Gravidez na adolescência
Iniciação da vida sexual: precocidade
A precocidade da vida sexual em adolescente esta ocorrendo muito cedo, sendo que no Brasil a média de idade da iniciação sexual é de 15 aos 17 anos de idade para os homens e de 18 anos para as mulheres. No Brasil, a primeira relação sexual ocorreu ate os 13 anos de idade para 10% dos brasileiros.
Na sexualidade acontecem modificações, que se associa a falta de apoio familiar e de expectativas de vida, levando a perda da auto-estima e baixo rendimento escola. A falta de ocupação no seu tempo livre, curiosidade natural, necessidade de expressar amor e confiança, solidão, carência afetiva e necessidade de afirmação, são também elementos que podem levar a adolescente a iniciar sua vida sexual precoce (Costa, Pinho & Martins, 1995).
Vários fatores, como o desconhecimento do corpo, a não orientação da família e escola sobre assuntos pertinentes à adolescência, o pouco envolvimento em serviços públicos, as exposições das mídias como as novelas e a internet, que transmitem imagem sobre sexo, fazem com que os adolescentes iniciem a atividade sexual muito cedo (Moreira, et al, 2008, p. 135).

Fatores que levam a uma gravidez precoce

A maioria das adolescentes que engravidam, são aquelas que não têm um conhecimento sobre métodos contraceptivos principalmente sobre o anticoncepcional (Felice et al , 1998). Que sempre essas adolescentes engravidam no primeiro ano de vida sexual. A adolescente, geralmente não usa anticoncepcional, justificando para muitos a denuncia de que tem a vida sexual ativa. Assim não assumem para os pais, uso de anticoncepcionais, a falta ou má utilização de meios anticoncepcionais, é o risco que muitas adolescentes podem engravidar, além de não ter uma família estruturada com uma mãe presente para informar os filhos sobre os ricos de uma gravidez (Vitalle & Amancio, 2008).
Ao despertar a curiosidade em relação à sexualidade na adolescência, é acompanhada por poucas informações. Os pais, por não informarem-se ou por constrangimento em falar sobre sexo com seus filhos, acabam não cumprindo com seu papel de educador familiar. Sem uma orientação adequada dos pais sobre sexo, deixam a adolescente em desvantagem (Moreira, et al, 2008, p.135).

As adolescentes que engravidam nesse período de desenvolvimento da vida, pertencem à classe baixa da sociedade. A falta de uma vida financeira boa leva a muitas mães trabalharem como domésticas em casa de família, assim sendo deixando as adolescentes suas filhas a maior possibilidade de liberdade, sendo assim as adolescentes tem mais liberdade nessa fase de curiosidade que é a adolescência.

Gravidez na adolescência como fator de alto risco

Do ponto de vista obstétrico, a gravidez na adolescência é considerada de alto-risco, devido ao elevado índice de morbidade materno-fetal. Existe maior incidência de anemia, toxemias (pré-eclâmpsia e eclâmpsia), infecção urinária, baixo ganho de peso materno, prematuridade, baixo peso ao nascer, baixo índice de Apgar e desmame precoce, além de baixa cobertura pré-nata (Pinto, 1995).
Pelo exposto, fica claro que as adolescentes grávidas necessitam de atenção especializada e, para tanto, têm sido criados programas de assistência pré-natal específicos para este grupo, os quais buscam, através de uma equipe multidisciplinar, programar uma assistência pré-natal integral e incrementar a auto-estima, fundamental quando se pretende formar uma família e oferecer amparo, com tolerância e flexibilidade, diminuindo, assim, a ansiedade da gestante, o que favorece e consolida seu papel de mãe (Viçosa, 1992). Entretanto, muitas adolescentes não têm tido acesso a esses programas, ainda escassos no país (Martinez et al., 1992).

Os conflitos na gravidez
Uma adolescente grávida é como um indivíduo único, com diferentes sensações e sentimentos. Podemos crer que a adolescente, ao mesmo tempo em que se considera adulta para ter uma vida sexual é uma criança. Essa distinção é fundamental, para que com sensibilidade, possamos auxiliar no crescimento e autoconhecimento dessas jovens.
A falta de apoio, despreparo ou abandono por parte do parceiro, causando a interrupção do processo normal do desenvolvimento psico-afetivo-social: na maioria dos casos a gestante não tem nem vínculo com o parceiro, nem o apoio da família (Costa, 1995). Ao contrário, freqüentemente sofrem críticas de familiares, seja pelas pressões sociais envolvidas, seja por problemas financeiros. Ademais, muitas vezes, não podem contar com o apoio de amigos ou vizinhos, sentem-se envergonhadas, culpadas e têm dúvidas quanto ao seu futuro e ao de seu filho (Frediani et al., 1994).
De acordo com Jakobi (2008), planejar a família nada, mas é do que ter os filhos desejados, à ocasião oportuna. Tema controverso para muitos, tem bases médicas de solidez inquestionáveis.

Transmissão vertical do HIV/AIDS
A transmissão do HIV pode ser transmitida ao bebê durante a gravidez, durante o parto, ou através da amamentação, a maioria dos bebês de mães infectadas com o vírus HIV não contrai a infecção. Quando não tomada qualquer medida para reduzir a transmissão. Na gravidez a transmissão pode ocorrer de 5% a 10%, no parto de 10% a 20% e na amamentação de 10% a 20% (De Cock,et al 2000). A mãe portadora do vírus HIV, causador da AIDS tem que ter um acompanhamento médico para fazer o pré-natal, com o objetivo de reduzir o índice de bebês infectados pelo vírus HIV, ou seja, quanto mais cedo for feito o diagnóstico menor as chances de o bebê nascer com a infecção.

Um bebê filho de mãe portadora do vírus HIV apresenta anticorpos anti-HIV séricos. Esses anticorpos são anticorpos maternos que o bebê adquiriu da mãe pela placenta e não pela produção do lactente. Estes anticorpos maternos podem persistir até os 15 meses de idade, época ? limite em que se espera que os anticorpos maternos sejam substituídos pelos da criança ou tenham negativado definitivamente (Ortigão, 1995).


Infecção Intra-útero

A transmissão materno-fetal não esta claramente definida a época em que ocorre a infecção. Várias são as evidências de que a infecção fetal possa ocorrer in útero, uma delas pode ser através do isolamento do HIV em tecidos de fetos de 20 (Jovaisas et al., 1985) , 15 (Sprecher et al., 1986), ou até mesmo oito semanas de gestação (Lewis et al., 1990). O vírus HIV foi isolado a parti do cérebro, timo, baço, fígado e pulmões fetais, do tecido placentário (Soeiro et al., 1992), e dos linfócitos presente no sangue do cordão umbilical (DiMaria et al., 1986). O principal alvo do HIV são os receptores CD4, que são células do sistema imunológico, que estão presentes em células como linfócitos e macrófagos. Os linfócitos fetais começam a surgir no final do primeiro trimestre de gestação, o que excluiria a possibilidade de contágio embrionário (Maury et al., 1988).

O cruzamento do vírus HIV pela barreira placentária ainda é desconhecido. Na placenta existe uma membrana chamada de membrana trofoblástica, quando intacta, é uma barreira eficaz contra a passagem de células sanguíneas da mãe para o feto. Durante o trabalho de parto essa barreira aumenta com o rompimento físico da membrana trofoblástica, assim sendo, ocorre à troca de células entre mãe e filho (Hunziker et al., 1984). A infecção do vírus HIV no feto pode ocorrer através desse mecanismo, que pode ser adquirido intra-útero.

A infecção e o grau de desenvolvimento do sistema imune fetal podem ser importantes no estabelecimento de imunidade protetora tanto no feto quanto no recém-nato. Pouco se conhece sobre a capacidade de respostas imunológica do neonato ao HIV. Sabe-se que as crianças nascidas de mulheres HIV positivas são capazes de gerar respostas T citotóxicas especificas (Luzuriaga et al., 1991). Recentemente, foi demonstrado que 35% dos recém-nascidos de mulheres HIV positivas apresentam reatividade T helper especifica contra vários peptídeos do envelope viral (Clerici et al., 1993). As crianças que tiveram respostas não foram infectadas com o HIV ao contrario das que não apresentaram respostas.


Infecção Periparto

A infecção pelo HIV também possa ocorrer durante o parto, através de contato com o sangue e secreções maternas. A detecção do vírus foi detectada em secreções cervicais (Vogt et al.,1986) e pode infectar o recém-nato através das mucosas ou microlesões cuntâneas. Não sabe se o tipo de parto, vaginal ou cesáreo, confere maior ou menor taxa de transmissão. Um estudo realizado na Europa observou-se que a taxa de transmissão foi igual em bebês nascidos de parto natural ou cesáreo (European Collaborative Study, 1992). Já em um estudo comparando gêmeos filhos de mães HIV - positivas, verificou-se que os que nasciam primeiro apresentavam um risco de transmissão de 50%, essa infecção foi atribuído ao maior contato com secreções e sangue, aos que nasciam por segundo, diminuiu para 19%. A diferença de risco foi menor nos casais de gêmeos nascidos de parto cesáreo. Por enquanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a indicação do tipo de parto seja obstétrica.


Infecção por Aleitamento Materno

A infecção pelo aleitamento materno pode ocorrer em casos nos quais as mães se infectam no pós-parto. Acredita-se que o numero alto de vírus detectado em infecções recentes tenha tido um papel importante na transmissão a bebês (Palasanthiram et al., 1993). Quanto mais recente for diagnosticado a infecção do vírus HIV maior a possibilidade da mãe transmitir o vírus ao seu bebê, através do leite materno.

No caso de mulheres soropositivas durante a gestação, ainda permanece desconhecido o papel adicional do leite materno no risco de transmissão do HIV. Nestes casos, o risco de infecção pelo aleitamento parece ser menos substancial do que nos casos de mulheres que soroconverteram no período de amamentação (Ortigão,1995). É menor o risco de transmissão do HIV pelo aleitamento materno, no qual a mãe já tem a infecção mais prolongada, do que as mães que adquiriram a infecção no período de amamentação.

A transmissão do HIV através do leite materno é possível. É provável que o vírus possa ser detectado por cultura (Thiry et al., 1985) ou por PCR no leite materno de mães soropositivas sintomáticas ou não. Foram detectados anticorpos anti-HIV das classes IgG, IgM e IgA, no leite de mães soropositivas (Van de Perre et al., 1988). Estes anticorpos, não foram detectados nos soros das mesmas mães, o que sugere que sua síntese tenha se processado no interior da glândula, provavelmente em respostas à presença do vírus no tecido mamário. Não se conhece o papel destes anticorpos, nem se eles determinam algum efeito protetor contra a transmissão ao bebê.

Mães com HIV não podem amamentar, pois existe o risco de aproximadamente 14% do bebê se contaminar com o leite materno, essa probabilidade aumenta quanto mais recente for a infecção. Contudo, se houver necessidade como fator de sobrevivência da criança, o leite pode ser ordenhado das mães e após pasteurização, oferecido ao recém-nascido (Novak, 2000).


HIV/AIDS

A sigla HIV em inglês significa vírus da imunodeficiência humana, ou seja, vírus que ataca o sistema imunológico do ser humano. O vírus causador da doença AIDS ou SIDA que significa síndrome da imunodeficiência adquirida, que uma doença que expressa um conjunto de sintomas, e é adquirida pela deficiência no sistema imunológica. As células responsáveis pelo sistema imunológico são os linfócitos T CD4, que defende o organismo contra vírus, bactérias e microrganismo. O vírus ataca essas células, onde ele altera o DNA dessa célula que o HIV faz copias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar e infecção (Ministério da Saúde).
Ter infecção do HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação (Ministério da Saúde).
Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da AIDS, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 8 a 12 semanas após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar (Ministério da Saúde).
A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático (Ministério da Saúde).
Com o freqüente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarréia, suores noturnos e emagrecimento (Ministério da Saúde).
A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a AIDS. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer (Ministério da Saúde).
Os medicamentos anti-retrovirais surgiram na década de 1980, para impedir a multiplicação do vírus no organismo. Eles não matam o HIV, vírus causador da AIDS, mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, seu uso é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida de quem tem AIDS (Ministério da Saúde).
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam do tratamento. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 200 mil pessoas recebem regularmente os remédios para tratar a doença. Atualmente, existem 19 medicamentos divididos em cinco tipos.
? Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reserva ? atuam na enzima transcriptase reserva, incorporando-se à cadeia de DNA que o vírus cria. Tornam essa cadeia defeituosa, impedindo que o vírus se reproduza. São eles: Zidovudina, Abacavir, Didanosina, Estavudina, Lamivudina e Tenofovir.

? Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reserva ? bloqueiam diferentemente a ação da enzima e a multiplicação do vírus. São eles: Efavirens, Nevirapina e Etravirina.

? Inibidores de Protease ? atuam na enzima protease, bloqueando sua ação e impedindo a produção de novas copias de células infectadas com HIV. São eles: Amprenavir, Atazanavir, Darunavir, Indinavir, Lopinavir, Nelfinavir, Ritonavir e Saquinavir.

? Inibidores de fusão ? impedem a entrada do vírus na célula e, por isso, ele não pode se reproduzir. É a Enfuvirtida.


? Inibidor das Integrase ? bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a replicaçao do vírus e sua capacidade de infectar novas células. É o Raltegravir.

Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três anti-retrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido (Ministério da Saúde).

RESULTADOS

Os alunos assistiram atentos à palestra, proporcionada aos mesmos de forma objetiva, com tópicos importantes sobre a importância da prevenção na Gravidez na adolescência: HIV/AIDS- transmissão vertical. Em seguida foi distribuído um questionário com seis questões, para analisar e comparar os conhecimentos adquiridos ao longo da palestra pela turma.
As questões que foram sugeridas aos adolescentes e jovens, são as seguintes:

A primeira questão de significado - Seus pais conversão com você sobre sexo? ? a porcentagem foi o esperado de acordo com as pesquisas:


Somente 4% (sim)
De acordo com o que eles responderam sobre ter uma conversa com seus pais, o que significa que o aumento da gravidez precoce na adolescência vem aumentando pelo desinteresse dos pais, que acabam deixando seus filhos em desvantagem, em relação a conversas que devem ser de extrema importância. Pois é a partir do educador familiar que se começa a educação.

A segunda questão de significado - Você já ouviu falar sobre transmissão vertical antes? ? a porcentagem foi o esperado de acordo com as pesquisas:


O resultado da pergunta foi de 4%, o que significa que poucos sabem sobre assunto transmissão vertical, o que muitos não tiveram uma boa informação sobre o assunto tanto nas escolas como no seu cotidiano, o que deve ser feito nas escolas é orientar os alunos com a educação em saúde para amenizar esse índice de pouca informação, por que fazendo a prevenção ocorre um menor índice de transmissão vertical.

A terceira questão de significado - Você concorda que a gravidez precoce, está relacionada com a pouca orientação da família e da escola? ? a porcentagem foi o esperado de acordo com as pesquisas:

Somente 17% (sim)

Alguns alunos concordam que a gravidez precoce esteja relacionada a pouca orientação dos educadores e da família, pouca orientação da família porque os pais muitas vezes ficam constrangidos em orientar seus filhos em relação ao sexo seguro e outras infamações como o desenvolvimento do corpo físico, que seus filhos têm duvida o que leva a muitos procurarem informações em grupos e acabam adquirindo informação erradas.

A quarta questão de significado - Você gostou de saber sobre o tema Gravidez na adolescência: HIV/AIDS - transmissão vertical? - a porcentagem foi o esperado de acordo com as pesquisas:


Pela curiosidade que os alunos têm que é nessa faze da adolescência, a porcentagem foi de 44%, onde eles responderam que, gostaram do assunto, que é algo diferente na escola, principalmente sobre transmissão vertical.

A quinta questão de significado - Você concorda que a educação sexual na escola leva o adolescente a ter um comportamento sexual precoce? - a porcentagem foi o esperado de acordo com as pesquisas:

Somente 9% (sim)

A educação sexual na escola é de boa importância para que os alunos tenham uma visão ampla sobre qual a importância da prevenção na gravidez precoce.

A sexta questão de significado - Você concorda que o aumento da gravidez precoce no Brasil esta relacionado à classe baixa da sociedade? - a porcentagem foi o esperado de acordo com as pesquisas:

Somente 22% (sim)

De acordo com as pesquisas a maior porcentagem de adolescentes grávidas são as que pertencem à pobreza. Pois muitas não têm condições financeiras, sendo que muitas mães desses adolescentes trabalham de domesticas e deixam seus filhos em casa sem uma companhia responsável, que é a própria mãe.

CONCLUSÃO
Concluo que a importância da orientação sobre a prevenção da gravidez precoce e também a prevenção do HIV/AIDS, é muito favorável nesse período de desenvolvimento, pois é nesse período que aparecem as primeiras curiosidades em relação ao sexo e doenças sexualmente transmissíveis, havendo uma divulgação nas escolas para os alunos saberem quais são as suas duvidas em relação à gravidez precoce em adolescentes.

Ao concluir fica claro que a gravidez na adolescência é considerada de alto risco e que o vírus HIV vem sendo uma epidemia que muitas crianças recém nascidas são vítimas por causa da pouca informação que muitas mulheres não procuram saber sobre o tipo de prevenção. Mas essa pouca informação vem desde a adolescência. Pois é de suma importância que as escolas com parceria com os postos de saúde, orientem os adolescentes, através de palestras em educação e saúde com o auxilio de um enfermeiro.



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Autor: Juciara Lima Barros


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