A 'Era Das Bolsas' Está Em Jogo?



A subida do Petróleo é um forte indicador de que a recessão e a má influência americana podem começar a virar o mundo. No dia 27 Jun 08 – podem chamá-lo de dia histórico para o Brasil - a forte alta do barril de petróleo atingiu a marca recorde de US$ 142,00, podendo, assim dizer, ser um forte balizador de que a situação não está nada boa por lá, indicando, além disso, que a fraqueza do dólar e as incertezas sobre as condições de oferta de petróleo pelo mundo não 'estão lá essas coisas'.

Aqui no Brasil as perspectivas para o ano que vem são as mesmas que para o resto do mundo, ou seja, a preocupação de que a crise no mercado imobiliário e seus efeitos pelo mercado de crédito podem atrapalhar a todos, como, ainda, ser um forte sinal de que, além disto, os EUA, também, persistem em problemas de altos "déficits" em suas contas.

Para que hoje possamos sentir a envergadura da "Crise Americana" e pelo que hoje se sabe, ainda, não atingiu de frente o Brasil, é só verificar os últimos resultados do Mercado Financeiro Brasileiro. É evidente que os EUA não vão desistir facilmente. O mundo aposta na política de injeção de crédito e na política de juros feita pelo Federal Reserve. Aqui no Brasil, alguns pontos podem ser destacados, tais como:

A população Brasileira sente: seu poder de compra é cada vez mais enxugado. A crise generalizada de alimentos e os reflexos nos índices de inflação são sentidos, devido a forte desestabilização entre a oferta e a demanda que balizam os indícios de desequilíbrio facilmente percebidos em 27 Jun 08 no fechamento do IGP-M em 1,98% contra 1,61% em maio, confirmando sua maior variação desde fevereiro de 2003.

A história comprova que no Brasil a agricultura costuma dar respostas rápidas a movimentos bruscos de mercado. Mas, o que hoje se percebe, é que a crise de alimentos esta sendo calçada pelo avanço da produção e pelo consumo do álcool combustível, cuja matéria-prima é utilizada na fabricação da cana-de-açúcar que pode, com certeza, influenciar diretamente o plantio e a oferta de outros alimentos, reforçando, ainda mais, a crise de alimentos.

Hoje, espera-se que com a alta do petróleo, a OPEP passe a dar critérios mais específicos no estudo da oferta mundial de sua produção, o que poderá pressionar definitivamente o futuro do mercado mundial, pois é a força motriz da modernidade.

Qual será o caminho hoje a ser tomado pelo Brasil para fugir do baque Americano? Segundo o BACEN, em 27 Jun 08, o Brasil fechou o dia com um nível recorde de US$ 200 bilhões em reservas estrangeiras pela 1ª vez, conseqüência da sustentação de alta dos juros do Mercado & Futuro. São estes mesmos juros que dão suporte a política monetária adotada pelo governo na 'redução de créditos' e dos meios circulantes (M1), as quais sustentam os contratos de depósitos interfinanceiros (DI) com vencimento em 2010 - os mais negociados na Bolsa de Mercados & Futuros – que fecharam, neste mesmo dia, com a projeção de uma taxa de juros de 15,06% ao ano, contra 14,98%, fechada no dia anterior.

Devido ao período de vencimento dos contratos de Mercados & Futuros e o conseqüente aumento das reservas americanas, fatos reforçados pelo choque do fechamento do IGP-M, o Brasil praticou um mecanismo clássico de política monetária. Quais são em sua visão, outras ferramentas que o Brasil deve utilizar para impedir o avanço de uma possível crise inflacionária?


Autor: Adalberto Borges de Carvalho


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