Marketing Como Ferramenta Para A Ciência
Despertar o interesse em fatos científicos pode ocorrer por meio de diferentes maneiras, ou até mesmo casualmente, quando colegas de escola discutem entre si seu cotidiano e os instrumentos do conhecimento. Inserir o marketing como ferramenta que leva o conhecimento ao seu público, permite as organizações e cientistas não só propagar suas atividades, bem como avalizar seus afazeres científicos e desenvolvimento. No contexto histórico o marketing sempre esteve presente, ainda que não estivesse sido definido. Em 1590, quando a Itália concentrava a maioria dos cientistas daqueles tempos, os quais estavam estabelecendo as bases da ciência moderna, criou-se em Roma a primeira Academia científica do mundo, a famosa Accademia dei Lincei, Academia esta que surgiu com o objetivo de possibilitar a qualquer pessoa do povo saber o que era ciência e como eram feitas as descobertas científicas, já que em suas reuniões o que se praticava geralmente era a realização de experimentos para que os leigos as vissem. Já nessa época praticava-se o marketing no meio científico e sua principal função que é informar o homem sobre o mundo que vive, assim direcionando sua construção e deliberações acerca do futuro.
Outras academias surgem em diversos lugares, sendo que seus temas e objetivos aprimoram-se de forma crescente. No século XVIII, a obra Enciclopédia se destaca e a ciência é parte da cultura das sociedades, interagindo de forma acessível para com seu público. As descobertas científicas continuam surgindo ao longo do século XIX. O sonho da ciência cada vez mais real leva ao desenvolvimento da tecnologia e de uma melhoria social, onde a população se beneficia de forma cada vez mais grandiosa e rápida, ainda que alguns pensem somente no domínio mundial. Foi durante a Segunda Guerra Mundial que as atividades científicas e as espetaculares aplicações militares e econômicas da ciência tomaram tamanha importância que vários órgãos foram criados ou reestruturados, com a finalidade de orientar e coordenar a ação do Governo Federal no campo científico ( Leite Lopes, livraria ). As guerras se vão e o século XX se vê diante da reconstrução do conceito de ciência, sua linguagem, sua utilização e por fim, a importância da ciência em cada tempo. Surge o contexto de descoberta científica fruto da investigação de um processo social, restabelecendo a importância da atividade científica por acreditar na difusão das reais finalidades das descobertas dos gênios da ciência. Cientistas como Albert Einstein e Linus Carl Pauling se manifestam em torno dos problemas sociais que se agravam no mundo e passam a debater entre outros assuntos, sobre a paz. O marketing pessoal de cada cientista é evidenciado, quando os mesmos passam a trabalhar de forma coesa sua imagem e o marketing científico, suas histórias e seus rumos, informando a sociedade sobre como tratar e refletir sobre a importância da ciência. A racionalidade cientifica se expande, ao mesmo tempo que se torna acadêmica ao extremo, de forma a não mais se expor como dantes, a não mais explorar seu público e deixá-lo a par do conhecimento fornecido pela ciência de forma lúdica; a academia restringe, quando os conhecimentos são fomentados de forma estática, sem proliferar-se como Galileu o fizera em seu tempo. A ciência passa a enclausurar-se dentro das Academias e laboratórios; a cada centro cientifico fundado, os responsáveis pelo seu desenvolvimento o fazem, porém, a sociedade vê essa proliferação sem enxergar, já que o acesso ao conhecimento não leva o leigo as implicações cientificas, desencadeando assim, há uma não informação e consequentemente uma sociedade sem autonomia em relação as instituições que não visam lucro, deixando de avaliá-los ou conhecê-los.
Alguns eventos no século XXI vão se aproximando do público, em uma forma de inserir a sociedade no papel da ciência. As instituições que não visam lucro, principalmente, surgem para proporcionar serviço de divulgação ao público.
O planejamento de marketing desenvolvido por instituições cientificas atinge seu ápice quando o público interage com suas ações e formas de divulgação. O êxito de uma campanha interna passa pelo uso do marketing, por meio de sua eficiência enquanto organização e eficácia em relação aos cinco fatores de Wiebe (Kotkler, 1978):
3. O mecanismo. A existência de uma agência que proporciona à pessoa a tradução de sua motivação em ação.
4. Adequação e compatibilidade. A habilidade e a eficácia da agencia em realizar seu propósito.
5. Distância. A estimativa do membro de audiência quanto à energia e custo exigidos para consumar a motivação em relação à recompensa.
As etapas definidas pelas instituições quanto ao desenvolvimento de suas atividades, contextualiza a investigação que estudiosos do marketing desenvolvem e aprimoram com a prática.
O pensamento de marketing pode evitar o medo do desconhecido, por meio de uma campanha estruturada, desenvolvida pela potencialidade que o marketing trava com suas diversas funções, tendo em sua atividade um centro de responsabilidade de marketing voltado para fatores como: custos excessivos, aprimoramento de serviços, eficiência e prestação de contas, a ciência atinge sua finalidade. A inclusão da sociedade enquanto público da ciência projeta em todos a descoberta de sistemas benéficos de troca, onde a engenharia genética por exemplo, é descoberta para resolver os problemas humanos de doença.
Dentro da ciência temos a necessidade de que sua popularização desenvolva sua finalidade que é informar seu publico alvo, dando poderes aos mesmos de opinar sobre questões de relevância que são distribuídas a cada evolução tecnológica. A vantagem da popularização da ciência é que as descobertas cientificas se permitem a avaliação a quem se destina. O mercado governamental é uma prestação de serviço onde recursos e bens e serviços estão inter-relacionados e agem de forma sincronizada, permite-se assim o surgimento da informação como importante ferramenta de gestão.
O acesso à ciência, trás a tona a discussão de que as instituições cientificas necessitam ir de encontro ao público e não aguardar que os mesmos encontrem maneiras distintas de buscar um serviço que lhe é devido, e está presente em nossas vidas há bastante tempo.
Maria Geórgia Malheiros Silva
Administradora em Marketing
Estudiosa da Popularização da Ciência
Bibliografia
DOSI, G. The nature of the innovative process. In: Dosi, G, et al. (Orgs). Technical change and economic theory.
McKENNA, R. Marketing imagination,
MOUILLAUD, M. O jornal: da forma ao sentido. PORTO, S. D. (Org.). Brasília: Paralelo 15, 1997.
KOTLER, P Marketing para organizações que não visam o lucro - São Paulo: Atlas, 1978.
COBRA, Marcos Henrique Nogueira, 1940 - Marketing básico: uma perspectiva brasileira/Marcos Cobra. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1985.
FAYERWEATHER, Jonh, 1922 - marketing internacional: São Paulo: Atlas, 1971.
SÁNCHEZ MORA, Ana María A divulgação da Ciência como literatura/Ana María Sánchez Mora. Rio de Janeiro: Casa da Ciência - Centro Cultural da Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro:Editora UFRJ, 2003.
CIÊNCIA e PÚBLICO: caminhos da divulgação científica no Brasil. Organização e apresentação de Luisa Massarani, Ildeu Castro Moreira e Fatima Brito.Casa da Ciência - Centro Cultural da Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro:Editora UFRJ, 2002.
ALGUMAS RAZÕES PARA SER UM CIENTISTA, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (2005).
INGRAM, Jay. A ciência na vida cotidiana? Jay Ingram; Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
Autor: Maria Georgia Malheiros Silva
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