O comércio vai se transformar em um grande Pãozão



Leitores. Nas duas ultimas semanas o assunto do momento é a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour, vejo até pessoas que não se interessam pelo assunto de empresas comentar a noticia que sem duvida é um grande acontecimento, afinal uma empresa tradicional brasileira de um menino que começou entregando bolo de bicicleta, esta se fundindo a uma multinacional para formar um grupo ainda maior.

Porem há algumas considerações a se fazer, o Grupo Pão de Açúcar já faz três anos que esta com um grande apetite, compraram a rede de lojas de eletrodoméstico Ponto Frio, se fundiu com as Casas Bahia, flertou com o Baú de Silvio Santos e agora quer o Carrefour.

Líder varejista com 17,9% de participação de mercado e vendas de 36,1 bilhões em 2010, o grupo sempre teve um enorme apetite, fez 22 operações desde os anos 60, até a fusão com as Casas Bahia o maior negócio foi à compra da extinta Eletroradiobraz de São Paulo, quando a empresa dobrou de tamanho na época o que resultou na divisão Eletro, que até o ano passado era a marca do Grupo no segmento de eletrodomésticos.

A lista de compras de Abílio Diniz inclui marcas que foram representativas para o comércio brasileiro como Supermercados Peg-Pag, Mercantil São José, Bazar 13, Atacadão Assai, Supermercados Barateiro, Compre Bem, Supermercados Peralta, Sé Supermercados, Superbom Supermercados, Sendas e vários pontos de lojas como G.Aronson e supermercados da rede Paes Mendonça.

Em 2005, o grupo se associou com o francês Casino, que adquiriu 24,5% do controle do conglomerado de Abílio Diniz por R$ 1,5 bilhão quando a rede tendo uma dívida de R$ 930 milhões aceitou fazer negócio com o Grupo Cassino com a condição de que em 2012 o Cassino tivesse a opção de compra do controle do Pão de Açúcar ficando assim com o direito de indicar não só o presidente executivo, mas também o presidente do conselho de administração.

A proposta de fusão das duas empresas em uma única companhia no Brasil, 50% para o Carrefour e 50% para uma holding chamada NPA (Novo Pão de Açúcar) integrada por Abilio Diniz, BNDESpar, banco BTG Pactual e o Casino, que teria a maior participação acionária individual, seria a chance de que o Supermercado Pão de Açúcar teria de continua sendo nacional e também poderia abrir oportunidade para os produtos brasileiros no exterior já a NPA seria dona de 11% das ações do Carrefour na França e como o capital é muito pulverizado eles teriam grande influencia.

O grande problema é que o Grupo Cassino quer exercer a sua opção de compra e se tornar controlador do Pão de Açúcar motivo pelo qual não aceita a fusão com o Carrefour que segundo o mercado esta com dificuldades de posicionamento de mercado e esta aumentando a participação acionaria no Pão de Açúcar e não teria interesse em se tornar sócio de seu maior rival da França.

O Cassino acusa Abílio Diniz de tentativa de "golpe de estado corporativo" já que o objetivo da operação é garantir que ele continue no controle da empresa que construiu, contando para isso com os votos do BNDESpar e Pactual e outros acionistas minoritários , para o BNDESpar segundo o vice-presidente da instituição , João Carlos Ferraz é um ótimo negócio e trará "uma bela oportunidade de geração de valor e empregos" , para o Carrefour ele garantiria a presença no Brasil e ainda neutralizaria o avanço do Wal Mart terceiro colocado no setor.

Para fornecedores, clientes e funcionários a situação não ficaria muito boa, pois os primeiros perderiam o poder de barganha, os clientes ficariam refém de uma politica de preços de uma empresa que controlaria um terço do mercado de comércio de alimentos em alguns estados como São Paulo, a nova empresa terá 69% das vendas e os funcionários perderiam alguns postos de trabalho, principalmente os que ocupam funções administrativas e de logística.

Como vemos ainda teremos muitos capítulos dessa história, mas uma coisa é certa o negócio depende da quantidade de manteiga (de cacau) que os envolvidos neste "café" estejam dispostos a passar no pão, porem o que importa mesmo é fazer dessa operação, para todos os envolvidos, um negócio de gente feliz! Vamos refletir sobre isso!

(Pedro Paulo Galindo Morales é Tecnólogo em Gestão, Pós- Graduado em Controladoria, Técnico em Contabilidade e Blogueiro, www.falandodegestao.wordpress.com).

Autor: Pedro Paulo Galindo Morales


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