Globalização - Novidade Ou Flashback ?
Mesmo partindo de uma abordagem ou modelo inicialmente simplificado, o fundamental é a manutenção de uma apreciação holística do processo em estudo. Toda apreciação parcial sem este cuidado é perigosa; ter parte da verdade é o mesmo que ter parte da mentira.
Globalização não é um fenômeno descolado da História e da sociedade a ela atrelada e, lembremos, a História possui uma lógica intrínseca que permite compreender a ontologia dos fatos e a gênese dos fenômenos.
Vivemos na Sociedade da Informação, em uma época onde a tecnologia é o "sangue" circulante nas veias, uma era introdutória da chamada "Sociedade dos Serviços" (tão preconizada), vivemos um momento de grande sensibilização e, dialeticamente a "Era da Tecnologia" é também a era da redescoberta do Ser Humano, a "Era do Relacionamento".
Presenciamos um momento de continuidade, ruptura e transição, e tudo isto simultaneamente.
Para compreender melhor o fenômeno da globalização, ou melhor, para nos aproximar de uma observação mais atenta e consciente, se faz necessário compreender a lógica interna da economia. Afinal, para onde sempre se encaminharam as empresas? Para o mercado, é obvio, a grande arena onde se estabelece o sucesso comercial .
Desta maneira a busca de soluções viáveis para a expansão do capital é premissa básica da economia capitalista. O que foi a busca do caminho das Índias, se não uma busca por alternativas mais viáveis do ponto de vista do capital em busca de lucratividade e expansão?
Se observarmos a evolução histórica do Marketing, migrando do enfoque centrado na produção para a desmassificação e a globalização, teremos a nítida percepção de que globalização não é um fenômeno novo, mas um "flashback" atualizado, recontextualizado, da lógica do capitalismo. Demonstrando que o mercado sempre busca novos caminhos todas as vezes que se exaurem os mecanismos anteriores.
O capital sempre tende sob a forma de investimento para as áreas de menor risco relativo e maior lucratividade, contrariando, se necessário, até mesmo, particularidades logísticas e administrativas.
Se estamos redesenhando o mapa econômico do globo é porque já o havíamos desenhando anteriormente, mudam as cores, introduz-se novos artistas e obtêm-se resultados variados. Surgem novos conceitos de território, novas mecânicas de ação e persuasão.
As variáveis no mercado estão em constante mudança, e este é o nosso dia-a-dia, com a particularidade de que hoje os resultados das mudanças introduzidas viajam a velocidade digital.
Pensar de maneira global, agir localmente (focar o mercosul também vale...) mantendo uma visão holística das oportunidades e riscos, continua sendo uma receita altamente viável.
Não nos sintamos ansiosos diante do aparentemente novo: Se queres idéias novas leia livros velhos, se queres idéias velhas leia livros novos. A vida é uma reedição, a cada tiragem sempre muda o texto, mas os elementos que o compõe continuam nossos velhos conhecidos.
Observar a lei da continuidade e da causalidade nos permite sempre uma visão mais coerente dos fenômenos, suas causas e determinantes e nos permitem averiguar até que ponto tais fatores são novidade ou "flashback"!
Desenvolver a habilidade de não se deixar apanhar pelos sofismas e manter uma postura empreendedora diante das novas e emergentes possibilidades do mercado é pré-requisito para o sucesso em um mundo onde a velocidade é a linguagem, a priorização, a condição a decisão correta, a estratégia; e o capital intelectual, o melhor investimento.
Mais do que pensar global e agir localmente, é preciso também pensar local e agir globalmente, afinal dormimos em uma noite com nosso conhecido e almejado mercado local e acordamos em um dia, onde a realidade e a ficção pareceram fundir-se. As novas tecnologias e o aprimoramento das tradicionais começam a provar que o mundo de ficção de Steven Spielberg faz sentido e que a ficção de ontem é inexoravelmente a realidade do hoje. Apesar de toda esta mudança estrutural e tecnológica, a natureza humana mantém–se constante ao longo dos séculos, atendendo ao apelo Darwiniano da constante indispensável e prioritária Lei da Adaptação, que faz ainda mais sentido no mercado do que na Biologia.
Carlos Hilsdorf
Considerado um dos 10 melhores palestrantes do Brasil. Economista, Pós-Graduado em Marketing pela FGV, consultor e pesquisador do comportamento humano. Palestrante do Congresso Mundial de Administração (Alemanha). Autor do best seller Atitudes Vencedoras, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero. Presença constante nos principais Congressos e Fóruns de Administração, RH, Liderança, Marketing e Vendas do país e da América Latina. Referência nacional em desenvolvimento humano.
www.carloshilsdorf.com.br
Autor: Carlos Hilsdorf
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