UM PANORAMA SITUACIONAL DA ATUAL CRISE ECONÔMICA COM ENFOQUE NA ECONOMIA BRASILEIRA E MERCADO REGIONAL PARAENSE



UM PANORAMA SITUACIONAL DA ATUAL CRISE ECONÔMICA COM ENFOQUE NA ECONOMIA BRASILEIRA E MERCADO REGIONAL PARAENSE

Heriberto Wagner Amanajás Pena
Adriano Silva Penha
[email protected]
Beatriz Melo Fialho
[email protected]
Frederico Hernan Brito Gadelha
[email protected]
Michael Wevanne de Santiago
[email protected]
Yana Moura de Sousa
[email protected]
Estudantes de Administração da Universidade da Amazônia, UNAMA


Resumo: Este trabalho irá apresentar Um Panorama Situacional da Atual Crise Econômica com Enfoque na Economia Brasileira e Mercado Regional Paraense. Isto será apresentado, dando ênfase aos pontos de maior importância, esclarecimentos, para a população em geral, conectando-os com conceitos teóricos e práticos, demonstrando quão vulnerável é qualquer mercado econômico.
Palavras-chave: Crise Econômica. Economia Brasileira. Mercado.


Abstract: This paper will present an overview of situational Current Economic Crisis with Focus on the Brazilian Economy and Regional Market Paraense. This will be presented, emphasizing the points of greatest importance, clarifications, for the general population, connecting them with theoretical concepts and practical, demonstrating how vulnerable is any economic market.
Keywords: Economic crisis. Brazilian economy. Market.



1. Introdução
Folheando o dicionário Michaelis em busca de uma definição para a palavra "crise" descubro que se trata de um momento decisivo de algum fato, quando se toma o rumo da melhora ou do desenlace final. Um momento crítico ou decisivo de uma situação aflitiva.
A partir deste ponto, não é necessária muita imaginação para se visualizar todas as conseqüências que uma crise na economia mundial pode causar, afinal, é na economia que a cultura de quase totalidade do mundo se sustenta. Ela alimenta nosso modo de vida, e de certo modo, a maneira que pensamos que vemos o ambiente a nossa volta.
Segurança, educação, trabalho, saúde... Economia. São engrenagens de uma mesma máquina, e no caso de mau funcionamento de qualquer uma delas, todo o resto pode entrar em xeque.
É certo que a economia mundial se desenvolve através de movimentos cíclicos: uma fase de prosperidade seguida por um período de forte recessão ou crises. Desencadeando toda uma nova configuração para o cenário mundial, e forçando-o a iniciar um novo ciclo.
O presente trabalho analisa o presente: quando o mundo atual enfrenta uma nova crise com as estruturas que sustentam todo o sistema já construído para suprir a economia capitalista sofrem pressão, retraem-se ou quebram. Este estudo dará o retrato de um mundo em transição, o momento em que governos tomam medidas drásticas e ousadas para não apenas superar as dificuldades, mas crescer no processo.


1.1 Situação Problemática
O mundo passa por uma crise econômica. Suas conseqüências, grandes ou pequenas, espalham-se pelo globo criando situações diversas num mundo plural, causando efeitos peculiares de acordo com a reação e recursos disponíveis de cada nação por onde passa.
A velocidade com que os fatos ocorrem causa uma enorme dificuldade para o acompanhamento e compreensão do que realmente esta acontecendo. Em que situação encontram-se as maiores nações do mundo? E talvez mais importante para nós, como a economia brasileira reage diante destes novos fatos? Como os efeitos desta crise que inicia sua influencia no Brasil está agindo regionalmente? Vemos presidentes assumindo governos do mundo e dando novos rumos econômicos, não somente a sua nação nativa, mas a vários outros países do planeta. E quais serão então suas repercussões em nosso próprio cenário capitalista?


1.2 Justificativa
Uma necessidade busca nutrir-se, e toda a gama de novos fatos que assolam as notícias nos jornais e invadem nossas casas, nossas escolas e nossos empregos, geram muitas duvidas que requerem não menor número de respostas.
Este artigo visa expor um retrato da atual crise econômica mundial, para facilitar toda uma variedade de analises que podem ser feitas levando a varias formas de refletir sobre o contexto em que ela se encere. Sua maior preocupação, contudo, é esquadrinhar o cenário regional para definir quais são as forças que interagem em conjunto com a crise e como elas reagem e transformam os setores econômicos locais.


1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivos Gerais
O presente artigo tem o objetivo de demonstrar um status econômico por todas as estruturas mundiais e regionais, sobre os fatos e forças que norteiam os rumos da atual crise financeira que se alastra através do globo. Mostrando todos estes cenários e os setores que os compõem, por que pressões passam e o que fazem para reagir diante das novas situações que surgem conforme a crise avança.
O artigo cria assim uma ótima contextualização de diferentes e diversos quadros econômicos para fornecer uma rica fonte de informações. Criando então como conseqüência, uma base para a formação de opinião e orientação para outros estudos.


1.3.2 Objetivos Específicos
Para fornecer todas as ferramentas e bases para a leitura e o entendimento dos fatos e forças que compõe este estudo, busca-se fornecer vários conceitos e parâmetros necessários para suprir as necessidades do leitor em seu desejo de visualizar a atual crise econômica. O artigo então tenta criar um ambiente de leitura fácil e fornecer os dados o mais ilustradamente possível.



2. Referencial Teórico

2.1. O que é crise?
Segundo o dicionário MICHAELIS, "Um momento grave, decisivo. Uma Situação de um governo que se defronta com sérias dificuldades para se manter no poder".
Quando se fala em crise todo mundo fica apreensivo. O mundo está em polvorosa, empresas estão falindo e em vias de falir, o dólar sobe e desce, as bolsas ora em alta ora despencando. Muita gente, que especula e joga nas bolsas de valores, está perdendo dinheiro.
Os noticiários não param de falar nos índices econômicos, os economistas com suas docentes teorias que não valem um tostão furado, e os políticos com suas mentiras para acalmar os mercados. Os comentaristas com os sobrolhos erguidos de preocupação.
Mas, para quem sequer sabe o que significa esse tal de "negócio na Bolsa de Valores", pouco importa. Não tem a mínima idéia do que estão falando. E não sente absolutamente nada. Pelo menos, por enquanto.
Crise é crise, mas nunca é crise para todos. Para alguns, a crise é até excelente, tiram proveito dela. No sobe e desce da economia os "insiders", gente com informações privilegiadas, lucra astronomicamente. Esfregam as mãos, satisfeitos, e riem de orelha a orelha. Por isso, quando se alardeia nos meios de comunicações: "O mundo está em crise!", deveria fazer-se a pergunta: "Crise para quem?"
Noventa e nove por cento dos brasileiros ou mais, não "investem" nas bolsas, não negociam com moedas estrangeiras, derivativos, subprime e outras porcarias, e não são proprietários de bancos ou financeiras.
A crise atual, não é uma crise da imensa maioria dos brasileiros. E assim o que nos importa essa tão comentada droga de crise?
É que, dizem, que as coisas vão piorar muito, se essa crise não for evitada ou pelo menos atenuada. E todos vão sofrer bastante. Uma ameaça que afeta a todos, e urge por solução.
Como se para os brasileiros e outros povos, de longa data, isso já não estivesse acontecendo. Dezenas de milhões de brasileiros, grande parte da população, se alimentam insuficientemente, não tem moradia adequada, não tem tratamento de saúde, não tem empregos decentes, não tem como educar seus filhos. Crise sem tamanho, crise de verdade. Sofremos bastante, e não é de hoje!
A promessa é que, resolvida esta crise satisfatoriamente, as coisas prossigam sem piorar muito. Ou seja, poderemos continuar sofrendo normalmente, como sempre fizemos.
Bela ameaça nos é, essa crise. Melhor virar o cocho, de uma vez por todas!
Os brasileiros sempre estiveram em crise, nunca saíram dela. Crise, sempre maior que qualquer uma que os países ricos enfrentaram nos últimos quinhentos anos. Mas, para os meios de comunicações, o que vivemos nunca foi crise. Pobre sempre viveu na miséria, seria absurdo chamar isso de crise.
Crise é quando ricos apostam e perdem. Ameaçados de se tornar menos ricos. Isso é crise! Aí os meios de comunicações, economistas e políticos ficam preocupados.
Preocupam-se com a enorme inadimplência na bolha imobiliária estadunidense. Mas sua preocupação não é com os mutuários que estão sendo despejados, e sim com os bancos e financeiras. Que emprestaram dinheiro fictício e não estão recebendo de volta dinheiro de verdade.
No Brasil a crise imobiliária sempre foi imensamente maior (observadas as devidas proporções) que nos Estados Unidos. Milhões e milhões de brasileiros foram e são despejados rotineiramente de suas casas financiadas. Perdem o que pagaram e vão morar precariamente.
Mas isso não é crise, pois as financiadoras não são afetadas negativamente. Lucram enormidades. A crise dos mutuários brasileiros é lucro para as financeiras. Portanto não é crise.
Quando uma empresa ou setor da economia quer aumentar os preços ou obter ajuda governamental (empréstimos, redução de impostos etc.), ela alega que tal medida é absolutamente necessária, para não causar desemprego!
Não pensa nos seus interesses, quer apenas evitar uma crise dos trabalhadores no setor. Só isso. Se por qualquer motivo os preços de produtos despencam, os a manchetes falam em "Crise na agricultura", "Crise da produção de carne", "Crise no setor de mineração" etc. Quando na verdade não é nada disso. O objetivo das empresas não é produzir soja, frangos ou bauxita e sim, lucrar. E para isso qualquer coisa serve. Pedofilia e drogas são tão bons quanto construir usinas hidrelétricas e produzir medicamentos. Não importam os meios, a finalidade é o lucro. E, quando deixam de lucrar, as empresas entram em crise.
Assim, mais corretamente, as manchetes deveriam ser: "Crise de lucro na agricultura", "Crise de lucro na produção de carne" etc. Seria mais honesto. Não é a produção que está em crise, e sim o lucro das empresas! Mas isso não pega bem, e o problema não seria de todos, só das empresas. As pessoas pensariam: As empresas que se lixem. Por que o governo as tem que ajudar em suas crises, se o objetivo delas é lucrar, não importa como façam isso?
A General Motors está em crise. E muitos afirmam que ela deveria ser salva pelo governo estadunidense. Para não causar desemprego, não só para os trabalhadores diretos, mas também para milhões de trabalhadores que dependem da GM, indiretamente. O argumento de sempre. Se bancos e financeiras, que nunca produziram um palito de dentes sequer, são salvos com trilhões de dólares, por que a GM, que fabrica monstrengos beberrões de combustível, não deveria ser salva também? Pelo menos produz alguma coisa, além de fumaça, como fazem os bancos e financeiras.
No entanto, a Toyota e outras concorrentes, que produzem veículos dentro dos Estados Unidos, não estão em dificuldades. São mais competitivas que a GM. Tem cabimento ajudar quem não é competitivo? Que vença o melhor, não é e sempre foi, regra intocável no capitalismo? Ora a GM não soube lucrar, que se afunde pois! Seria o certo. Mas deixar a GM ir a pique, e salvar bancos e financeiras, que lucraram horrores e agora deveriam assumir as apostas erradas que fizeram, tem cabimento? Um alarde enorme está sendo feito com a crise de alguns poucos milionários bilionários e empresas trilionárias estadunidenses, e mundiais.
Alarde tão eficiente que o mundo inteiro concordou em salvá-los. Com dinheiro do povo é claro. Como se a crise fosse um problema de todos, e por isso todos devem se empenhar para resolvê-la. Trilhões estão sendo dados para os bancos e financeiras.
Resolver a crise dos ricos certamente vai resolver o problema dos ricos. Sem garantir, que para os demais as coisas não vão piorar do mesmo jeito. Ninguém garante que isso não vai acontecer.
Aliás, dando dinheiro para os ricos, é certo que as coisas ficarão piores para os demais. Ficarão com menos, evidentemente. E quando tudo estourar vão ter que agüentar o tranco. Os ricos não serão afetados, continuarão sendo ricos, foram salvos por eles.
A ameaça, o espectro que assombra o planeta atualmente, é que as coisas vão piorar e muito, se o mundo não ajudar os ricos. E vai mesmo, piorar bastante, com ou sem essa ajuda.
Tremem os que ainda têm valores e propriedades. Mas para quem já está a zero, no fundo do poço, isso não faz muita diferença. O poço é gigantesco. Sempre cabe mais um.


2.2. Início da Crise Econômica Mundial
O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansão acelerada logo depois da crise das empresas "pontocom", em 2001. Os juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram caindo para que a economia se recuperasse, e o setor imobiliário se aproveitou desse momento de juros baixos. A demanda por imóveis cresceu, devido às taxas baixas de juros nos financiamentos imobiliários e nas hipotecas. Em 2003, por exemplo, os juros do Fed chegaram a cair para 1% ao ano.
2.3. Principais Causadores da Crise Mundial
Tentaremos fazer um raio x do que imaginamos que esteja acontecendo com a economia americana e conseqüentemente com a mundial. Dividindo em segmentos, façamos um apanhado resumido das informações sobre essa crise que promete ser lembrada no futuro, como o estopim da retração da liquidez mundial.

Setor Imobiliário
A origem de tudo. A construção de novas casas, que representa 4% do PIB americano, despencou. A venda de residências novas continua em queda livre. Trazendo consigo os preços, que para muitos analistas, já começam a ficar interessantes em muitas regiões.
Desde 1997 os preços das residências mais que dobraram em termos reais. Em particular, a alta dos preços residenciais fornece aos consumidores a garantia de que precisam para um aumento enorme na tomada de crédito. Em crises americanas do passado, o mercado imobiliário sempre foi o sintoma de que uma recessão se aproximava, e não a causa. Desta vez, a fonte do problema está no próprio estouro da bolha imobiliária.

Endividamento
Em relação à sua renda, os consumidores vêm assumindo mais dívidas há décadas, uma vez que o sistema financeiro cada vez mais sofisticado dos EUA possibilita acesso ao crédito a mais pessoas. Mas o ritmo do endividamento subiu dramaticamente. A relação da dívida dos domicílios americanos com a renda disponível está agora acima dos 130%. No começo desta década, era de 100%; no começo da década de 90, era de 80%.

Consumo
Estudos sugerem que as mudanças nos preços das residências têm um impacto maior sobre os gastos do consumidor em países onde os mercados de crédito são mais desenvolvidos, como os EUA. Esses trabalhos concluem que uma queda de US$ 100 na riqueza financeira é tradicionalmente associada a uma queda de US$ 3 a US$ 5 nos gastos. Já uma queda equivalente no patrimônio habitacional acaba reduzindo os gastos em algo entre US$ 4 e US$ 9. Considerando o tamanho do setor habitacional é possível prever que os gastos do consumidor cairiam quase dois pontos percentuais por ano.

Crédito
Por outro lado os bancos já estão reagindo. Segundo a pesquisa mais recente feita pelo Fed com funcionários de bancos americanos responsáveis por empréstimos, um quarto das instituições elevaram suas exigências para empréstimos ao consumidor. Assim o americano começa a ter dificuldades de obter recursos emprestados.

Petróleo
Com a perda de liquidez, o americano deve torcer para que o petróleo continue com sua recente tendência de queda. Afinal de contas, qualquer aumento, por menor que seja, na gasolina, tem um forte impacto no poder de consumo da população. Segundo dados do Goldman Sachs, esse número pode chegar a 1,2% aa sobre os gastos do consumidor.

Mercado de Trabalho
Até o momento parece estar resistindo bem a toda a turbulência. A divulgação hoje, do número de pedidos de auxilio-desemprego, ficando abaixo da expectativa dos analistas, reforça o fato que as empresas ainda não começaram a dispensar funcionários e a retrair drasticamente a produção.

Exportações
Boa parte da estabilidade do emprego se deve as exportações. As exportações americanas estão aquecidas enquanto o crescimento das importações diminuiu bastante. Isso reduziu o déficit comercial dos EUA e elevou a produção industrial. As exportações não continuarão crescendo às taxas alucinantes dos últimos meses, mas com o dólar dando sinais tímidos de recuperação e com as economias emergentes se mostrando particularmente resistentes, as exportações continuarão sendo um impulso importante.

Recessão
Juntando todo o exposto acima, teremos (ou já temos) uma recessão? Difícil de dizer. O ponto em questão é que mesmo que a economia evite tecnicamente uma recessão, a maioria dos americanos terá a impressão que estar em meio a ela - uma vez que a queda virá do consumo. E isso representa uma mudança profunda. Os americanos não estão acostumados a terem que reduzir os gastos. Mesmo nas recessões anteriores, políticas de corte nos impostos, juros baixos e preço alto das residências, permitiram a população continuar gastando.
Agora as mesmas medidas vêm sendo adotadas. Bush entrou em ação com um mega pacote tributário? Bernanke surpreende cortando os juros, em uma reunião extraordinária. Se serão suficientes esses eventos, em breve saberemos. Uma coisa, porém parece certa. Neste ano eleitoral, com recessão ou sem, os EUA têm uma estrada traiçoeira pela frente.


2.4. Reflexo por todo mundo
A turbulência sofrida pela economia mundial nos últimos meses motivada pela crise imobiliária nos Estados Unidos é o exemplo perfeito do para a teoria da economia que afirma que o bater das asas de uma borboleta em determinado lugar, pode afetar a economia de um país do outro lado do mundo.
Imaginem o que acontece quando essa borboleta bate asas no país que detém maior centro financeiro do mundo e de menor risco, que faz com que tantos países como China, Japão e outros países asiáticos invistam na sua economia. A fácil disseminação de informação pelos meios de comunicação modernos como a Internet que diminui as distâncias, torna também todos os países suscetíveis à crise.
O longo prazo das hipotecas para os imóveis residenciais associado à altas taxas de juros por causa da qualidade de seus credores, diminuiu a procura e, conseqüentemente o preço dos imóveis despencou, levando consigo os fundos de investimento que financiam os imóveis. Com o investimento de países europeus e asiáticos nesses fundos, é fácil entender porque a crise tomou dimensões mundiais.
É possível, traçar um paralelo dessa oferta de crédito americano com o que ocorre no Brasil hoje que está crescendo em função da oferta de crédito. O risco aqui, também é saber até quando a população que usufrui do crédito terá força para honrar seus compromissos de longo prazo, embora o cenário de queda nas taxas de juros, queda na inflação e redução do desemprego seja de vento a favor para a economia.
No quadro abaixo vemos os efeitos da crise imobiliária em 10 bolsas de nove diferentes países; nelas, apenas a bolsa do Japão não retornou aos níveis de seis meses atrás, ou seja, em fevereiro de 2007. A Espanha atingiu exatamente o nível de seis meses atrás. Todas as demais já apresentam crescimento positivo, o que significa que, pelo menos por enquanto, a crise está superada. Contudo, a Bolsa de São Paulo se mostrou a mais volátil dentre todas, ou seja, a de maior risco e a de maior oportunidade.

País Índice há 6 meses em julho em 15/ago em 27/ago mínimo máximo max/min 27.ago/6m volatilidade
Japão NIKKEI 17.590 18.261 15.664 16.375 15.273 18.261 19,6% -7% 0,18
China HANG SENG 19.820 23.500 20.470 23.577 18.664 23.577 26,3% 19% 0,23
Espanha IBEX 35 14.300 14.560 14.040 14.300 13.602 15.501 14,0% 0% 0,13
Alemanha DAX 6.705 8.105 7.280 7.510 6.447 8.105 25,7% 12% 0,23
Argentina MERVAL 2.060 2.303 1.833 2.097 1.833 2.303 25,6% 2% 0,23
México IPC 26.475 32.411 27.500 30.000 25.788 32.411 25,7% 13% 0,23
Chile IPSA 2.825 3.499 2.950 3.250 2.802 3.499 24,9% 15% 0,22
Estados Unidos Dow Jones 12.225 14.000 12.887 13.290 12.050 14.000 16,2% 9% 0,15
Estados Unidos NASDAQ 100 1.760 1.712 1.850 1.950 1.712 2.052 19,9% 11% 0,18
Brasil BOVESPA 44.090 58.124 48.500 53.078 41.179 58.124 41,1% 20% 0,34
Quadro1: Os efeitos da crise imobiliária em 10 bolsas de nove diferentes países
Fonte: Invertia: Elaboração,EFC


2.5 Quais as soluções apresentadas?
Uma das medidas para conter o avanço da crise foi apresentada pelo presidente eleito dos EUA, Barack Obama, "De que pretende lançar um megapacote de investimentos em infra-estrutura para tirar o país da crise turbinou o mercado acionário mundial hoje. As ações dispararam nas mais diferentes praças, também diante da expectativa de que o Congresso norte-americano aprove ajuda financeira às problemáticas montadoras do país. As medidas para fortalecer a economia da Índia e a perspectiva de um novo pacote na China também foram contabilizados nas ordens de compras.
Os ganhos foram altos na Ásia, Europa, Estados Unidos e São Paulo. A Bovespa recuperou os 38 mil pontos, ao fechar em elevação de 8,31%, aos 38.284,91 pontos. Na mínima, registrou 35.347 pontos (estabilidade) e, na máxima, 38.426 pontos (+8,71%). Com o resultado de hoje, o índice passou a acumular ganhos em dezembro, de 4,62%. No ano, entretanto, a queda atinge 40,07%. A melhora também trouxe de volta alguns investidores e o volume engordou um pouco: R$ 4,788 bilhões.


2.6 Os Impactos da Crise Econômica no Brasil e no Mercado do Pará
No Brasil, a economia só não sofreu mais porque o país possui reservas em dólares que garantiu a sustentabilidade da moeda em taxas iguais às de antes da crise, mas afetou a bolsa que começou a se recuperar em setembro. Aliás, a bolsa de São Paulo é uma das que mais se recuperou após a crise.
O sistema econômico brasileiro é basicamente movimentado internamente, sendo a parcela externa do sistema centrado em matérias-prima, que abastecem as cadeias produtivas mundiais, tendo como principal importador os Estados Unidos.
A dinâmica da atual estrutura produtiva é reflexo da fase industrial brasileira, que adotou como estratégia maior a exportação de commodities.
Alguns teóricos ainda afirmam que o sistema econômico taxa de juros básica Sélic em torno de 10% ao ano em termos reais, ou cerca de 7% anuais após o Imposto de Rendas alimenta o sistema, pelo menos satisfazendo aos rentistas.
Logo, os impactos têm sido diferenciado a cada setor que repercute direta ou indiretamente na economia nacional, revelando novas medidas de decisões relativas a produção, preço, salários, etc..levando sempre em consideração os riscos de curto, médio e longo prazo.
Os momentos iniciais à curto prazo, por mais que o período seja de sazonalidade alta, foi o registro de queda na Bovespa, o risco Brasil flutua e ,assim, o dólar nada, provocando uma fuga de capitais, a exemplo da retirada de investimento estrangeiro nas aplicações brasileiras. O Banco Central como medida reparadora eleva a taxa de juros para atrair de volta capital estrangeiro e também em função da liquidez, enquanto gera com isso inflação.
O índice de confiança da indústria (ICI), segundo a fundação Getulio Vargas (FGV) caiu 19,4% em novembro deste ano em relação a outubro, que já registrava queda do mês de setembro. Estes indicadores pioram o ambiente de negócios que sinaliza a desaceleração de atividade econômica em novembro e diminuição de expectativas, principalmente no meio industrial.
A desaceleração da economia leva ao aumento rápido da divida do setor publico, que alcança o quadro macroeconômico. Desencadeando vulnerabilidade diante do comercio internacional, rebatendo no mercado doméstico.
Como confirma o Banco Central nas reuniões:
A balança comercial continua registrando perda de vigor na margem, tendência já antecipada e que está em consonância com avaliações expressas em Relatórios de Inflação e em Notas de reuniões anteriores do Copom. O saldo acumulado nos doze meses até setembro totalizou US$28,7 bilhões (33,5% inferior ao verificado em setembro de 2007). Esse resultado adveio de US$194,9 bilhões em exportações e US$166,2 bilhões em importações, com crescimento de 27,0% e de 50,7%, respectivamente, em relação aos doze meses findos em setembro de 2007. Como observado em Notas de reuniões anteriores, as importações vêm crescendo em ritmo mais acelerado do que as exportações, em razão tanto do fortalecimento do real como, em especial, da forte expansão da absorção doméstica, a despeito dos patamares historicamente elevados das cotações de diversas commodities características da pauta exportadora brasileira (este fator de sustentação do valor exportado pode se alterar caso persistam tendências recentes dos preços de matérias-primas). A redução dos superávits comerciais contribuiu para que o saldo em transações correntes registrasse déficit de US$25,2 bilhões em doze meses até setembro de 2008, equivalente a 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Por sua vez, os investimentos estrangeiros diretos chegaram, nos doze meses até setembro, a US$37,4 bilhões, equivalentes a 2,4% do PIB.
(Banco Central do Brasil, http://www.bcb.gov.br/?COPOM138, 28 e 29/10/2008)

Estas análises são pelo foco financeiro, ou seja, a partir da bolsa de valores. Porém existem diferentes abordagens fruto da crise, que amargam a médio e a longo prazo. Como é o caso do impacto sofrido pelo os preços dos produtos agrícolas e minerais (commodities). Segundo Luiz Filgueiras, doutor em Economia, esta alteração leva a queda de exportações brasileiras, diminuindo o superávit em relação ao ano passado. (Diário 2008).
Como dito anteriormente, é perceptível a maneira diferenciada para cada setor econômico em relação à pressão provocada por esse turbilhão de mudanças geradas pela economia irreal. Cabe ressaltar os efeitos por setor no Pará, que como todo o mundo sofre com as incertezas.


2.7 Quais os setores mais afetados
A crise repercute em todos os setores, ao compará-los, no entanto, nota-se que em todos os consumos está discreto, diferentemente do que se espera no fim do ano. Existem, porém pontos positivos, pontos negativos e, ainda, pontos equilibrados, que serão tratados e utilizados como forma de análise para a prospecção do futuro.

Setor Bancário
À nível nacional, o setor bancário sofre demissões homologadas, segundo o sindicato dos bancários de São Paulo (Diário, 2008). Cerca de 180 funcionários foram demitidos, em instituições de grande porte como Safra, HSBC e Real em todo o país. Isto ocorre, pois a falta de liquidez e a diminuição das operações de crédito nas áreas que expandiam com um rápido crescimento, como os financiamentos de carros, acarretam na redução de atividades.
A entidade representativa do setor bancário (Febraba) afirma que estas demissões são um "turn over" normal: "O que acontece é que os bancos estão aproveitando a maré (para demitir agora)".
No Pará, ainda não se menciona demissões à vista, até outubro de 2008, apesar de que todos expressam preocupação com a crise, sendo capaz de que medidas antecipadas poderão ser tomadas, este setor é o que está diretamente ligado com os programas de financiamento de outros setores, sendo um dos carros chefes na manutenção da economia.
Setor imobiliário
Este setor atualmente passa por uma fase otimista, por mais que as articulações passadas dos especialistas fossem péssimas previsões para imóveis.
Edson Guerreiro, diretor executivo da Ademi ? PA, Explica que o déficit habitacional da Região metropolitana de Belém é de 150 mil unidades e do Pará de 470 mil unidades, capaz de sustentar a economia regional, que prevê 20% de crescimento nas vendas em 2008, que está acima da média nacional.
A demanda não reduz a alavanca à comercialização dos imóveis é apoiada, seguido de financiamento, que ainda são procurados, afirma o presidente do Sindicato da Indústria do Estado do Pará ? Sinduscon, Manoel Santos, que acredita em um ajuste nos juros, que deve subir o valor até estagnar. Com a aplicação na bolsa com alto riscos, Santos aconselha o investimento em imóveis.
A restrição de crédito é um fator que pode causar medo no setor, devido o rigor dos bancos para liberação de crédito, porém isto assegura organização na compra do imóvel, que torna o financiamento adequado a renda do comprador.
Outro causador de cautela é a diminuição de comercialização dos imóveis de luxo, que é superada pela constante comercialização dos imóveis de classe média, que segue o mesmo ritmo de compras tanto pra lançamentos, quanto para usados, fazendo assim que o foco neste setor seja aos clientes de classe média.
Nos outros estados não é diferente, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, negou a existência de crise no setor de construção civil, que confirma a teoria de déficit habitacional que no Brasil é de 7 milhões de residências, sugeriu investimento neste segmento, buscando fazer casas populares e apartamentos para baixa renda.
O cenário começa a se alterar quando se trata de parte da cadeia de construção civil muito importante, que está sendo afetada. Segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Comerciantes de Matérias de Construção (Anamaco), o volume de vendas registrou queda de 10% em comparação ao mesmo período do ano passado, em todo o Brasil. Estima-se, porém que o ano de 2008 feche com um crescimento pequeno, já nos próximos anos espera-se que o patamar se mantenha afirma José Roberto, assessor econômico do Sinduscon, Sindicato da Indústria de construção do Estado do Pará.
Portanto, apesar do otimismo no setor, ainda é possível ver incertezas que envolvem o mercado imobiliário. Não podendo esquecer, desta forma, que o setor foi o segundo dos que mais geraram emprego, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), com 7,2 mil vagas ofertadas a cadeia produtiva do setor, que perde apenas para o setor de serviços com 10 mil postos.
É necessário então pesar os pontos positivos e negativos e esperar por mudanças futuras.

Setor Automobilístico
Em relação às perspectivas para produção de veículos, o Brasil está se expandindo, com um excelente crescimento de 10%, sendo acompanhados por dois países, Índia e China, que são identificados pelo ministro de Desenvolvimento, Industrial e Comercio Exterior como os únicos que irão se destacar com a crise nos Estados Unidos e na Europa.
O setor automobilístico, juntamente com o de construção civil são preciosos para a sustentabilidade econômica nacional.
Inclusive as empresas multinacionais que se instalaram no Brasil, como a GM do Brasil PE, passam por um momento muito produtivo, ratificando mais um ponto positivo do país, como reação a crise.
O mercado automobilístico paraense sofre com a crise financeira mundial, segundo as revendedoras de carros da Região Metropolitana de Belém. Com quedas de até 70% na comercialização de veículos usados e 8% nos veículos novos. Embora ainda apresente crescimento no faturamento de 24%, que se comprarmos com 40% em relação ao ano passado, não é um índice muito considerável.
O motivo não difere de altos juros e restrição de crédito por parte dos bancos. As reduções dos preços são praticamente obrigatórias para concorrer no mercado, para àqueles que compram à vista, um carro que custava R$48 mil hoje estão saindo por R$ 45 mil.

Setor Alimentício
Este setor poderá ser avaliado por vários parâmetros, em relação às commodities, aos supermercadistas, aos atacadistas, dentre outros.
Em relação ao mercado dos supermercados a crise está sendo contida e os preços estão controlados, o que ainda não atinge os consumidores, este cenário positivo deve-se aos estoques abastecidos do ultimo trimestre e às compras realizadas a longo prazo, o que não assegura a instabilidade do setor. Ajuda também a retração no preço das commodities agrícolas, uma vez que ameniza a inflação, principalmente para o grupo de alimentação e bebidas.
Quanto as Commodities, Os preços mostraram reduções importantes desde a última reunião do Copom, reagindo tanto ao maior pessimismo sobre as perspectivas para o crescimento da economia mundial, quanto à intensificação da turbulência nos mercados financeiros globais. Fernando Brito, da Associação Paraense de Supermercados (ASPAS) faz suas especulações:

Se a crise permanecer, as commodities vão baixar, e com isso os investimentos diminuem. O resultado deste ciclo é o aumento de desemprego. Por outro lado, se os preços das commodities sofrerem uma alta muito elevada, quem vai incomodar é a inflação.
(O liberal, Alimentos oscilam ao sabor da crise, domingo 23 de Novembro de 2008)

A sugestão de Brito é manter o equilíbrio subsidiado pelo governo, para um favorecimento maior ao crédito e como forma de motivar o consumidor às compras.
Em outubro houve um reajuste, mesmo que o choque causado pela crise não tenha prejudicado o setor alimentício paraense. Carnes frescas, frutas, marchantes tiveram dificuldade nas vendas, com a alta nos preços. Isto repercute em grande escala na cesta básica do trabalhador paraense. Segundo o Dieese ? PA, Departamento Intersindical de Estatística O feijão, com alta de 41,39%, o arroz, com elevação de 35,21%, a banana prata, óleo de soja, arroz polido e açúcar refinado dentre outros. Orém a taxa foi positiva para alguns alimentos como: pão comum (13,64%), carne de segunda (6,60%), leite in natura (1,39%) e farinha de mandioca (0,38%).
Nas centrais de abastecimento do Estado do Pará (Ceasa), os produtos hortigranjeiros registraram queda de 70% nas vendas, o aumento no valor dos produtos comercializados pode ser a causa da abstenção das compras.
Nos restaurantes houve redução no volume das vendas, devido o aumento de 30% nos insumos, que acarretou em grandes prejuízos, quando estes não são repassados aos clientes. O setor de serviços suplica intervenção do Estado, para superar a inflação.

Setor Lojista
Em Belém foi registrado baixa de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. O setor espera uma melhora com a chegada do décimo terceiro aos funcionários, que pode dar uma otimizada na demanda.
Além do motivo comum de restrição de crédito, os logistas contam com as inadimplências que ainda perduram. Segundo o Banco Central, a taxa líquida de inadimplência no comércio, calculada pela ACSP, atingiu 5,9% em setembro, ante 5,2% no mesmo mês do ano anterior. No ano, até setembro, a taxa média situou-se em 6,8%, ante 6,2% no mesmo período de 2007.
A quem esteja ainda com pensamento positivo, como Antonio Carlos, diretor de marketing de um dos shoppings de Belém, que afirma que o movimento não diminuiu. Pelo contrário há um fluxo maior de pessoas que estão atraídas pro promoções e eventos que permanecerá a mesma tendência dos anos de crescimento 10%, por enquanto o índice de 7% deve-se ao 13º que ainda não saiu.

Setor de Exportação
A balança comercial paraense, segundo o Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação Industrial das Indústrias do Pará (FIEPA), demonstra baixa nas exportações a partir do segundo semestre, nos produtos que ajudam da economia, a exemplo madeira (-17,4%), couro/pele (-62,8%) e papel (- 43,2%).
Os principais produtos de exportação estão nas indústrias de produtos minero-metalúrgicos, o que não significa que a economia adquire perdas com a queda dos produtos citados anteriormente, uma vez que estes realizam operações de câmbio internalizando na economia do Estado as divisas geradas pelas vendas externas.
A modalidade mais utilizada para estes segmento na comercialização de seus produtos com o exterior era por meio dos Adiantamentos sobre Contrato de Câmbio (ACC), acessado através do Banco do Brasil e Banco da Amazônia, acontece que atualmente com o rigor das restrições de crédito as empresas exportadoras estão receosas com os possíveis impactos desta dificuldade, repercutida nas vendas possa abalar o processo de desenvolvimento do Estado.
Priorizar o setor de exportação é uma das metas que devem ser buscadas para a melhoria não somente das vendas para o exterior como também ajuda em muitos outros setores econômicos paraenses. Para isso o Banco Central propôs mover leilões de dólares das reservas internacionais, seguido de investimentos, que eram previstos para quatro anos e serão adiantados em decorrência das dificuldades financeira do mercado, com efeito exclusivo de refinanciamento às exportações, a medida que deve ser tomada até o fim do ano de 2008.
Além disto, a Confederação Nacional de Indústrias (CIN) e a FIEPA vem debatendo com o governo quatro prioridades:
a) Ampliar rol de produtos elegíveis para receber financiamentos do BNDES na modalidade de pré-embarque.
b) Utilizar recursos do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia, onde tem uma parcela destinada a exportações e podem ser direcionados para o capital de giro, para suprir necessidade de financiamento para a produção destinada À exportação (leia-se cerca de 100 milhões).
c) Da mesma forma que ocorreu com a atividade rural, liberar parcela do depósito compulsório.
d) Utilização de crédito do PIS/COFINS/Contribuição para financiamento da Seguridade Social) para pagamento dos encargos sociais das empresas exportadoras.
Por enquanto resta aguardar, com custos exorbitantes nas taxas de empréstimos, e ainda com a queda no preço das commodities e prejuízos no setor mais promissor da Amazônia.


3. Metodologia
Para a realização deste artigo, os autores realizaram varias pesquisas através de livros, internet, revistas e jornais. Procurando informações de bases teóricas e nos acontecimentos em torno da economia mundial e diversas crises passadas.
Ao encontrar informações sobre as repercussões da crise no mundo, projetou-se em seguida para o foco principal do estudo: os setores econômicos regionais. Por fim, complementando as informações com analises dos atos e forças que interagem entre si para formar então o panorama atual.


4. Resultados

4.1 Análise Inicial Da Crise
As divergências, entre os partidos políticos dominantes, a respeito das políticas de impostos, saúde e emprego são consideráveis. Apesar, ou por causa disso, cresce no país um movimento político independente, que pode, mais cedo ou mais tarde, quebrar a tradicional hegemonia bipartidária. E o aparato militar dos Estados Unidos, o maior do mundo, deixou abertas suas fraquezas no Iraque, atrapalhando os planos do governo Bush de exercer o poder unipolar.
No entanto, concluir daí que essa é uma crise terminal, que vai levar a maior potência econômica e militar do globo para o buraco, como fazem alguns analistas dentro dos próprios Estados Unidos, talvez seja exagero. A indústria do país, por contar com enorme poder tecnológico e financeiro, continua detendo grande capacidade de recuperação. Seu poder de emissor de moeda internacional contrabalança em parte seus problemas financeiros, fazendo com que o resto do mundo os financiem.
É também o poder financeiro que tem a capacidade de sustentar a hegemonia bipartidária e fazer com que ela supere divergências e mantenha o rodízio formalmente democrático de governo. E ele administra diretamente a economia, através do Federal Reserve, fazendo tudo o que pode para impedir que a crise chegue a pontos críticos. Ao contrário do passado, o Banco Central americano não tem mais pudor algum em salvar, descaradamente, as instituições financeiras que correm perigo de falência.
Só os ingênuos ainda acreditam que o sistema estatal dos Estados Unidos não interfere na economia e deixa a mão invisível do mercado cair pesada sobre os incompetentes. Depois da grande crise de 1929, a confiança na perfeição dos mecanismos de mercado tornou-se apenas peça de propaganda, e o Estado norte-americano passou a atuar celeremente para evitar sua repetição.
Apesar disso, a incapacidade da máquina de guerra em dominar um país como o Iraque, com população relativamente pequena, em termos mundiais, é um sinal de que as contradições internas do colosso estadunidense tendem a se agravar. Assim, mesmo que os Estados Unidos ainda possam estar longe de uma crise terminal, os tremores de sua crise atual, como os terremotos, podem causar ondas de impacto e tsunamis destruidoras. Prevenir-se para essa eventualidade, assim com tomar caldo de galinha, não faz mal a ninguém.


4.2 Cenários Futuros
Em meio a todos os setores paraenses e seus resultados financeiros, diante da deficiência de instrumentos econômicos, crédito e financiamento, existem expectativas para o futuro com muitas contradições, o que se pode afirmar é que permanecem pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades para o mercado paraense.
É necessário aproveitar os pontos fortes para iniciar um potencial de ações ofensivas diante das oportunidades, superar as debilidades e estabelecer uma capacidade defensiva às ameaças, para não ficar vulnerável as mutações do capitalismo escandinavo, que pretende se firmar com mais regulamentações e menos neoliberalismo, trabalhando com o setor financeiro sobre controle.
Pode-se citar como pontos fortes: saldo na balança comercial paraense, sendo o segundo maior entre todos os estados brasileiros segundo José Conrado (presidente da FIEPA); um crescimento de 3% nas indústrias do Pará em relação ao ano passado neste mesmo período; alto investimento na área de mineração, siderurgia e metalúrgica, onde estimativas do IBRAM aponta que até o final desta década a abertura de pelo menos cinco novas minas nos municípios de Paragominas (bauxita), Curionópolis (cobre), Juruti (bauxita), Ourilândia (níquel) e São Félix do Xingu (níquel), além das oito já existentes, a produção paraense vai passar dos atuais R$ 5,8 bilhões para R$ 13 bilhões; Com crescimento em setores, como o imobiliário e etc.
Estimular agora o empreendedorismo local para enraizar parte do excedente econômico é importantíssimo, isto configura um ponto fraco, quando em regiões de desenvolvimento admirável, não possui um sistema de pousadas, hotéis e restaurantes para atender às demandas, como afirma o economista Paulo Haddad (O liberal, 2008). Angariar votos com o governo para continuar sua expansão de crescimento é a mais provável solução.



CONSIDERAÇÕES FINAIS


Neste processo de pesquisa sobre a atual crise financeira mundial, realizado por este grupo, os conhecimentos adquiridos são de profunda importância, para o conhecimento informativo acerca dos processos econômico-financeiros, na qual todos estão inseridos, mostrando que o tema pesquisado é mais uma ferramenta que vem inspirar novas pesquisas e validar resultados já obtidos em prol do conhecimento teórico - cientifico, através de uma abordagem fenomenológica da economia mundial.
Este levantamento bibliográfico foi produzido com total esforço pelo grupo realizador, que na sua simplicidade possa demonstrar de como estar a nossa atual crise econômica e quais as perspectivas futuras em relação à humanidade, esclarecendo mais acerca da complexibilidade dos fatores que convivemos, diariamente, nas nossas vidas.


REFERÊNCIAS


BANCO CENTRAL DO BRASIL. Evolução recente da economia. Disponível em http://www.bcb.gov.br/htms/copom/not20081029138.asp#_Toc213681653. Acesso em 05 dez. 2008.


FERREIRA, Keila. Nas lojas de matérias de construção o cenário já começa a se alterar. O Liberal, Belém, 23 nov. 2008. Poder, p. 2-4.


FLEXA, Evandro. Mercado de imóveis mantém solidez. O Liberal, Belém, 23 nov. 2008. Poder, p. 2 e 7.


FROUFE, Célia. Ministro não vê crise em dois setores. Diário do Pará, Belém, 07 dez. 2008. Economia, Caderno C, p. 4.



Autor: Heriberto Pena


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