Armadilha Virtual



Após uma semana de muito trabalho, com um montão de coisas a serem preparadas em pouco tempo, tenho que dizer: cansei, preciso relaxar!

Assim, sem carro, sem dinheiro, sem mulher e sem disposição, em busca de um momento de lazer, pus-me a navegar pela Internet. E acabei entrando numa sala de bate-papo, só pra dar uma olhadinha. Em pouco tempo, eis que me vejo conversando com uma garota de 23 anos, que usava o sugestivo apelido de "Linda".

Conversa vai, conversa vem, fiquei comovido com a história da moça. Ela disse que havia rompido um namoro de três anos no dia anterior, que o namorado fora flagrado por uma amiga numa festa de despedida de solteiro (de outro amigo) com quatro garotas fazendo strip-tease, que ela não sabia mais o que fazer, que sentia um vazio no peito e falta de chão sob os pés, que chorava muito desde então, etc. e tal. No meio da conversa, ela disse que ele acabara de chegar ao prédio, tocava insistentemente o interfone e queria subir para vê-la.

Eu enchi a garota de conselhos. Conselhos sinceros, lógico. Disse que ela não devia se encontrar com ele, pelo menos ainda, pois estava em momento de vulnerabilidade, que era necessário dar um tempo para se recompor e só depois poder avaliar melhor a situação, e por aí vai (tá bom, confesso que nos conselhos havia um certo interesse em acabar com as chances de reconciliação do malfadado indivíduo). Quando meus olhos começavam a marejar, ela disse pra eu ligar, que precisava conversar com alguém, precisava de apoio emocional.

Cheio de boas intenções e com meu bom coração, liguei. Fiquei meio sem palavras após o cumprimento inicial. Desliguei logo em seguida, após ouvir o "fala comigooo"...

Era um gay!


Autor: José Marcelo Rigoni


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