Beijo no sapo
- Disse inda tonto, o sapo,
Por detrás do guardanapo,
Tenaz em cobrir seu aleijo.
Timidamente feliz, ele riu.
O adonte, batráquio anuro,
Outrora, descrente, inseguro
Agora, desnudo dançante no frio.
Fugaz, tão fugaz é a beleza.
Perdura por uma só juventude.
Veloz, atrevida e imatura
Com lábios, tais quais de princesa,
Num átimo, em audaz atitude,
Desmancha com beijo, feiúra.
Autor: Francisco Braga
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