Ler, Pensar E Escrever Para Aprender A Aprender



Escrever por interesse individual ou profissionalmente exige muito esforço e criatividade. O encarar com realismo esse desafio é comprometer-se, dar o melhor de si em um movimento constante de aprendizagem. As ações de ler, pensar e escrever se completam. O ler induz o leitor a pensar melhor e a escrever com mais clareza e espontaneidade. O pensar leva-o à leitura mais profunda e à escrita mais rápida. E o escrever provoca leituras mais intensas e a pensar com mais equilíbrio. Enfim, ler, pensar e escrever motivam qualquer aprendiz a gostar de aprender.

Apesar das vantagens no desenvolver essas habilidades na escola, a falta de leitura tem sido acusada, por educadores, como a principal responsável pelos prejuízos no ensino da língua, tais como: a incapacidade de fixar as normas ortográficas das palavras; a incoerência; o desconhecimento da literatura e dos dados culturais básicos; a pobreza do vocabulário e a limitação do pensamento e a ausência do hábito de ler.

Por outro lado, para não ler, estudantes argumentam a falta de tempo, a ausência de estímulos para saber sobre o passado e a inutilidade de ler livros para aprender algo, se vêem e ouvem tudo de modo mais confortável pelo rádio, pela televisão, por computadores, CDs, CD-Rom e outros meios da multimídia. Um universo de apreciadores de obras da comunicação maior do que de leitores propriamente ditos.

O pensar por si próprio, porém, atividade que requer tempo, concentração e interesse de aprender, envolve a construção de um sistema de convicções, um acervo de certezas bem fundamentadas, um conjunto de opiniões comprovadas na realidade, verdades assumidas, ou seja, uma boa formação intelectual, além de questionar, pesquisar, perguntar e repensar o que outros já pensaram. Nesse sentido, a habilidade de ler se presta a essa tarefa de repensar conceitos e de construir valores, captando a essência das palavras.

Quanto ao escrever, este constitui-se tarefa árdua, um trabalho manual e cansativo que não admite preguiça e sim disposição de começar e recomeçar, estruturar e reestruturar tantas vezes quantas necessário ao texto desejado. Esse trabalho auto-exigente depende de um esforço de criação, ordenação de idéias e organização de períodos e parágrafos que se traduz em um processo lento e de contínuas escolhas: o tema, o público–alvo, o modo de convencimento, as causas que motivam o texto e as suas finalidades. Um sujeito em busca de outros; uma busca solitária, mas com intenção plural em que o outro se faz presente no meu texto.

Assim, desde o rascunho até o ponto final do meu trabalho, as marcas da minha personalidade, da minha profissão, dos meus anseios, das minhas dificuldades e do meu ambiente cultural, estão impressas no meu texto; as minhas atividades se confundem com o meu ser e este se manifesta no meu escrever. É a minha confissão inconsciente. Escrevo o que sou e como sou, portanto, não devo escrever como os outros escrevem pelo risco de dizer o que não sou.

Para obter um estilo próprio é preciso que eu demonstre minha capacidade de dizer por escrito o que sou, de revelar ao máximo minha capacidade de expressão. No entanto, essa trajetória é aberta, pessoal e complexa; exige força de vontade, coragem e determinação para ir e vir, fazer e refazer, um processo que nunca se fecha, nunca se dá por acabado.

Portanto, ler, pensar, escrever, são os caminhos que estão sempre abertos para quem quer aprender. E quanto ao escrever, tanto o exercício quanto o hábito podem tornar um aprendiz autônomo e competente produtor de textos.
Autor: Djalmira Sá Almeida


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