Do Tejo ao Prata - 6 - Um Passeio Pela História
Portugal deu início à colonização das terras africanas em 1482, no reinado de D. João II, e enviou a primeira expedição sob o comando de Diogo Cão, escudeiro da casa real. Nas duas viagens que realizou, ele chegou quase ao trópico de Capricórnio, no paralelo 27° ao sul do Equador. Vendo a riqueza com que se vivia na região, os portugueses empenharam-se em descobrir mais e mais territórios. Começaram uma longa jornada por Madeira, Açores, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Angola e Guiné. Diogo Cão foi o primeiro navegador a deixar os "padrões dos descobrimentos" ? pilares de pedra com uma cruz, gravados com as armas reais e uma legenda cronológica que ainda hoje existem. (História da Literatura Portuguesa).
A determinação do rei João II possibilitou a exploração de um caminho para a Índia. Contratou Bartolomeu Dias para encontrar a rota, e mandou construir duas caravelas especialmente para ele, em Lisboa, de onde partiu em 1487. O navegador percorreu o continente e no ponto extremo das terras africanas encontrou dificuldades no contorno onde hoje fica a África do Sul, local que era denominado Cabo das Tormentas ou Cabo Não (quem chegar ao Cabo Não, retornará ou não).
Em dezembro de 1488, Bartolomeu Dias chegou a Portugal e transmitiu as noticias a D. João II de que havia conseguido contornar o obstáculo. O rei sabia que tal cabo assinalava a ponta extrema do continente sul-africano e constituía a promessa da abertura de uma rota marítima para a Índia. Por isto, batizou-o com o nome de cabo da Boa Esperança. Em 8 de julho de 1497, o navegador Vasco da Gama saiu de Lisboa comandando a esquadra formada pelos navios Nau São Gabriel, Nau São Rafael e Nau São Miguel, dos mantimentos, e a 9 de Maio de 1498, chegou a Calicute, realizando o intento dos europeus de descobrir o caminho marítimo para a Índia.
Consta porem, segundo o Historiador Heródoto, que no ano 600 AC os Fenícios já construíam navios movidos a remo de 80 a 100 pés de comprimento, com capacidade de 50 a 100 toneladas, desenvolviam velocidade aproximada de oito quilômetros por hora e foram contratados pelo Faraó Egípcio Necho para saírem do Mar Vermelho, contornarem o Sul da África e retornarem para o Mar Mediterrâneo pelo Estreito de Gibraltar, no sentido contrário ao que fizeram Bartolomeu Dias e Vasco da Gama.
Autor: Raul Santos
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