Assistência de Enfermagem com Paciente Grave com Megacólon Congênito



O presente trabalho aborda a trajetória do Dr. Hirschsprung, sobre sua pesquisa que foi importante à sociedade mundial, com o estudo da patologia Megacólon Congênito, buscando aprimorar as técnicas e a qualidade de vida dos pacientes portadores, uma vez que tal patologia é considerada pelo o corpo clinico de um hospital incompatível com a vida.
A doença de Hirschsprung é uma anomalia congênita que tem como característica a ausência de neurônios em uma porção do intestino, no caso o cólon, geralmente afeta as regiões mais distais do mesmo, e é observado por meio do atraso de 48 horas do mecônio (primeira eliminação fecal do neonato). Hoje a doença é detectada antes da obstrução do cólon, o diagnóstico é suspeitado por intermédio da clínica, sendo extremamente importante à observação da equipe de enfermagem com os principais sintomas, comunicando o médico, para não deixar o diagnóstico ser tardio, causando complicações para o paciente.
Cerca de 78% dos casos atingem o sexo masculino, quase quatro vezes maior do que o feminino.
Portanto é de extrema importância à equipe de enfermagem conhecer a patologia, uma vez que a mesma estará em contato direto com o paciente.

Palavras chaves: Megacólon Congênito ? Hirschsprung ? Cuidados de Enfermagem

Introdução

Megacólon congênito ou doença de Hirschsprung é uma doença congênita, que causa no intestino grosso, nos segmentos mais distais como o reto e o cólon sigmóide, ausência de neurônios intramurais dos plexos nervosos parassimpático.
A doença é conhecida desde o século XVI, mas foi divulgada como estudo, em 1887, pelo Dr. Hirschsprung. Ele relacionou sintomas graves de constipação e o quadro clínico de obstrução, com a hipertrofia e a acentuada dilatação dos cólons.

Incidência

A doença acomete quatro vezes mais meninos do que meninas.

Causas

Devido a um erro genético, ocorre uma falha na migração crânio ? caudal da crista neural do vago, tratando-se de uma neurocristopatia, hoje associada a destruição do braço longo do cromossomo 10.

Fisiopatologia


O Megacólon congênito é causado pela ausência de células nervosas intramurais dos plexos nervosos parassimpáticos. São elas: Auerbach, situado entre as camadas musculares longitudinais e circulares do intestino; Meissner, situado na submucosa e pela presença de grossos troncos nervosos amielínicos.
Essas células nervosas, estimulam a contração rítmica, que movimenta o bolo fecal ao longo do intestino (peristaltismo). Essas células ganglionares, podem estar ausentes em um pequeno segmento do intestino grosso ou em todo.
Os segmentos sem peristaltismo, não movimentam o bolo fecal adiante. O resultado é que o intestino, embora aberto, perderá sua funcionalidade e ocorrerá obstrução.


Quadro Clínico

O aspecto clínico mais evidente do megacólon congênito, é que a eliminação do mecônio (primeiras fezes do recém nascido) não acontece dentro dos prazos normais. Dados confirmam que 90% dos recém nascidos que não eliminam mecônio de 24 a 48 horas, após o nascimento, certamente tem a doença de Hirschsprung.
Em seguida, acontece a distensão abdominal e sobrevem vômitos biliosos, mais freqüentes quanto mais se insiste com a alimentação, por via oral. Quando a distensão abdominal se acentua, é acompanhado de desconforto respiratório que pode se expressar por graus variáveis de cianose.

Complicações

Ao longo da evolução clinica do megacólon congênito, a mais temida complicação é a enterocolite, que antigamente era denominada como "diarréia putrefativa", que tem como sintomas, a distensão abdominal, diarréia profusa, febre, sinais de desidratação grave e choque hipovolêmico.
Pode ocorrer a sepse, devido a perfuração do intestino, fazendo que o bolo fecal estacionado naquele local, vá para o peritônio, causando infecção.

Diagnóstico

O diagnóstico inicialmente é clínico, observando-se ausência de mecônio, no recém-nascido, nas primeiras horas de vida.
O diagnóstico também deve incluir o toque digital do reto que, em geral, provoca a saída explosiva de conteúdo intestinal com alívio imediato, porém, passageiro da distensão. É sugestivo para o diagnóstico do megacólon congênito.
Após o exame clínico, o médico pode solicitar alguns exames para confirmar o diagnóstico. São eles:

1) Radiografia Simples: permite documentar as alças intestinais dilatadas.
2) Enema Opaco: consiste na introdução no reto, sem preparo por enema ou outros recursos, de uma solução diluída de bário, que após algumas horas, sob controle radioscópico, em projeção de perfil.
3) Manometria Ano-Retal: exame realizado através de balões insufláveis, adequadamente colocados e ligados a transdutoes de pressão, amplificador e registrador, tem objetivo determinar a pressão no reto e canal anal.
4) Biópsia por sucção (mucosa e submucosa) pode ser feita no ambulatório, não exige anestesia, nem internação.
5) Biópsia de Swenson (Biopsia da Parede Retal) exige internação e anestesia para sua obtenção.
Tratamento

Após confirmado o diagnóstico, o objetivo da equipe médica, será garantir a sobrevida dessa criança. Para isso, será realizado imediatamente uma colostomia, que deverá ser mantida, até que a criança atinja a maturidade necessária (peso, idade, estabilidade clínica) para a realização da cirurgia definitiva, que retirará o segmento denervado, fazendo uma anastomose.
Após essa cirurgia definitiva, a dieta da criança será liberada aos poucos, inicialmente apenas dieta líquida.


Cuidados de Enfermagem

Os cuidados de enfermagem iniciais referentes ao megacólon congênito, diz respeito a observação do recém nascido, sobre a eliminação do mecônio. É da responsabilidade do técnico de enfermagem, comunicar a enfermeira, caso haja necessidade.
Após realizado o dignóstico, a criança será submetida a uma colostomia, nessa fase os cuidados de enfermagem serão de extrema importância. Citaremos a seguir:

1) controle dos sinais vitais
2) controle hídrico
3) mantenha limpa e seca a área do estoma, observando as condições da pele
4) observar a distensão abdominal
5) observar as características das fezes
6) evitar excesso de alimentação
7) manter a criança confortável
8) orientar os pais sobre os cuidados com essa criança


Considerações Finais

É de grande importância a observação na área da pediatria, em especial a equipe de Enfermagem uma vez que a mesma está em contato direto com paciente 24 horas por dia, a primeira suspeita da patologia surge por meio dessas observações. Lembrando que cada organismo tem suas peculiaridades e que com crianças é muito mais detalhes, não pode passar nada da visão daquele profissional que atua na clinica ou Unidade de Terapia Intensiva pediátrica, pois pode ser realmente fatal ao paciente.
No caso da Megacólon Congênito é interessante que quem constrói o diagnóstico é a equipe de Enfermagem, pois com sua observação pode facilitar ao Pediatra a conclusão do caso, o mecônio é a primeira evidencia, na maternidade os profissionais ficam ligados no retardamento da primeira evacuação.
Este trabalho tem como intuito apontar a importância da equipe de Enfermagem na construção de uma saúde de alta qualidade ao cliente. E a assistência ao paciente grave, pois geralmente esses pacientes que apresentam Megacólon Congênito passam por um procedimento cirúrgico e corre risco de morte, pois seu organismo não consegue suprir as necessidades nutricionais do corpo e por tal motivo o paciente fica debilitado.
Portanto é de elevada importância o conhecimento desses profissionais para que possam prestar uma assistência de excelência e que seus sentidos sejam muito aguçados para captar o que está ocorrendo de forma veloz, pois os cuidados de Enfermagem devem ser voltados para a constituição de uma melhora no quadro clinico de seu cliente, podendo envolver-se de forma que não ultrapasse os limites da ética profissional, mas executando sua autonomia eficazmente.

Referências Bibliográficas

COELHO, Julio César Uili. Aparelho disgestivo Clinica e Cirurgia. Vol. I
CONCEIÇÃO. A. M. Perinatologia Fundamentos e Praticas 2002.
GUANABARA. Koogan. Enfermagem Pediátrica Incrivelmente Fácil.
VIEGAS, Dráuzio. Neonatologia clínica cirúrgica II 16 seções. Atheneu.
JONES, Peter. Clinica Cirúgica em Pediatria Diagnóstico e Tratamento.

Documentos Eletrônicos

HTTP://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/emacy/articlei/001140.htm
HTTP://www.inst-medicina.com.br/hirschsprung.htm
Autor: Adriano Martins Pereira


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