PSICOTANATOLOGIA



PSICOTANATOLOGIA
Tanatologia
Ciência que estuda os fenômenos envolvidos no evento morte. Pesquisa e aplica meios de trabalhar em prol de paciente graves, sem possibilidades terapêuticas ? o chamado "doente terminal" - e também com seus familiares. Não esquecendo os profissionais de saúde que lidam com esses pacientes.
Como Começou?
Na década de 1960, a psiquiatra Elizabeth Kubler-Ross (nos Estados Unidos) teve sua atenção despertada para os pacientes portadores de doenças consideradas incuráveis e em fase terminal, percebendo que os mesmos ficavam praticamente sem atenção em seus dias finais, já que todas as possibilidades terapêuticas da medicina convencional já haviam se esgotado para aqueles pacientes. Além disso, os profissionais da saúde, mostravam-se na maioria dos casos, despreparados para lidar com a impotência diante da maior fatalidade da vida, o fim dela.
Considerando que a medicina tem como objetivo curar e prolongar a vida, profissionais e pacientes mostravam-se muitos frustrados, comprometendo a qualidade de vida de ambos. Eventuais medidas paliativas, pouca atenção a esses pacientes, distanciamento da equipe médica, denunciavam a frustração com o fracasso da ciência médica naqueles casos.
O trabalho da Dra. Kubler-Ross constituiu-se basicamente em formar grupos desses pacientes terminais, proporcionando a eles um espaço para expressar seus medos e angústias.
Em pouco tempo esses grupos cresceram com a participação dos familiares desses pacientes, e enfermeiros. Os médicos resistiram por algum tempo, mas diante dos resultados positivos desse trabalho pioneiro, ficaram surpresos e curiosos, passando a colaborar com a Dra Kubler-Ross. Alguns pacientes passavam a dispensar os tranqüilizantes, outros até eram curados ou alargavam significativamente o tempo de vida previsto pelos médicos. O resultado mais significativo era a qualidade de vida dessas pessoas em seu tempo de sobrevida. Em virtude disso a morte era recebida pelo paciente e seus familiares com mais naturalidade, sem traumas.
Esse trabalho, chamado de Tanatologia foi se espalhando pelos Estados Unidos e pela Europa e hoje existem centenas de centros, nas mais diferentes formas, para esse tipo de atendimento, para o aconselhamento na doença, no sofrimento, nas perdas e no luto.
Hospice
Foram criados centros atenção e cuidados paliativos para esse tipo de paciente. Hoje, nos EUA existem vários desses centros chamados de Hospice que atendem em unidades hospitalares e também nas próprias casas dos pacientes sem qualquer expectativa de cura, com um prognóstico de sobrevida limitado. Através desses centros, tanto o paciente como seus familiares recebem tratamento psicotanatológico, fisioterapeutico, terapia ocupacional, assistência social e conforto religioso conforme suas próprias crenças. Tudo objetivando lhes dar a melhor qualidade de vida, no tempo de vida que ainda tiverem.
Esse tipo de atendimento tem-se revelado muito melhor e muito menos dispendioso do que a permanência indefinida num leito hospitalar. Tanto que até mesmo os grupos de seguro-saúde privados aprovam e até mesmo incentivam a transferência de pacientes terminais para essas unidades.
Benefícios
Para os familiares de um paciente terminal, a Tanatologia presta um de seus maiores benefícios: antes de ocorrer a morte, prepara-os para esse evento final, para que possam lidar com ele sem maiores traumas. Inclusive prepara-os para assumir uma possível doação de órgãos e tecidos, tão importante nos dias atuais.
Depois da morte, através de Grupos de Luto ou em atendimentos individuais, ajuda aos familiares a superarem a perda, trabalhando o luto que geralmente é mais intenso em torno do terceiro mês após a morte, agravando-se novamente no primeiro aniversário da morte, assim como em datas especiais: natal, páscoa, natal, etc.
Todo atendimento deve ter início o mais breve possível, tão logo se estabeleça um diagnóstico definitivo de uma moléstia grave, provavelmente mortal.
Psicotanatologia
A Tanatologia não ficou somente nesse campo da morte explícita. Com os conhecimentos obtidos no relacionamento com as pessoas diante da morte - a perda maior que podemos ter nesta vida - aprendeu a trabalhar mais objetivamente com todas as perdas que afligem o ser humano, especialmente nesses dias tão conturbados. Perdas de relacionamento por uma separação, um divórcio, perda de cargos e títulos e a perspectiva de uma perda futura, de algum ente querido, podem trazer grande sofrimento para as pessoas. Para eles, a Psicotanatologia, viés psicoterapêutico da Tanatologia, proporciona meios bastante eficientes e rápidos para ajudá-los nesses momentos.
Mas, a Tanatologia foi se expandindo e hoje tem um alcance ainda maior, procurando dar pistas e caminhos para as pessoas aprenderem a viver melhor, a ter uma melhor qualidade de vida. E esta sua função surgiu exatamente do aprendizado obtido com as pessoas que estavam diante da morte, de uma forma bastante concreta. Em outras palavras, era a morte ensinando a viver.
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Tanatologia
Ciência que estuda os fenômenos envolvidos no evento morte. Pesquisa e aplica meios de trabalhar em prol de paciente graves, sem possibilidades terapêuticas ? o chamado "doente terminal" - e também com seus familiares. Não esquecendo os profissionais de saúde que lidam com esses pacientes.
Como Começou?
Na década de 1960, a psiquiatra Elizabeth Kubler-Ross (nos Estados Unidos) teve sua atenção despertada para os pacientes portadores de doenças consideradas incuráveis e em fase terminal, percebendo que os mesmos ficavam praticamente sem atenção em seus dias finais, já que todas as possibilidades terapêuticas da medicina convencional já haviam se esgotado para aqueles pacientes. Além disso, os profissionais da saúde, mostravam-se na maioria dos casos, despreparados para lidar com a impotência diante da maior fatalidade da vida, o fim dela.
Considerando que a medicina tem como objetivo curar e prolongar a vida, profissionais e pacientes mostravam-se muitos frustrados, comprometendo a qualidade de vida de ambos. Eventuais medidas paliativas, pouca atenção a esses pacientes, distanciamento da equipe médica, denunciavam a frustração com o fracasso da ciência médica naqueles casos.
O trabalho da Dra. Kubler-Ross constituiu-se basicamente em formar grupos desses pacientes terminais, proporcionando a eles um espaço para expressar seus medos e angústias.
Em pouco tempo esses grupos cresceram com a participação dos familiares desses pacientes, e enfermeiros. Os médicos resistiram por algum tempo, mas diante dos resultados positivos desse trabalho pioneiro, ficaram surpresos e curiosos, passando a colaborar com a Dra Kubler-Ross. Alguns pacientes passavam a dispensar os tranqüilizantes, outros até eram curados ou alargavam significativamente o tempo de vida previsto pelos médicos. O resultado mais significativo era a qualidade de vida dessas pessoas em seu tempo de sobrevida. Em virtude disso a morte era recebida pelo paciente e seus familiares com mais naturalidade, sem traumas.
Esse trabalho, chamado de Tanatologia foi se espalhando pelos Estados Unidos e pela Europa e hoje existem centenas de centros, nas mais diferentes formas, para esse tipo de atendimento, para o aconselhamento na doença, no sofrimento, nas perdas e no luto.
Hospice
Foram criados centros atenção e cuidados paliativos para esse tipo de paciente. Hoje, nos EUA existem vários desses centros chamados de Hospice que atendem em unidades hospitalares e também nas próprias casas dos pacientes sem qualquer expectativa de cura, com um prognóstico de sobrevida limitado. Através desses centros, tanto o paciente como seus familiares recebem tratamento psicotanatológico, fisioterapeutico, terapia ocupacional, assistência social e conforto religioso conforme suas próprias crenças. Tudo objetivando lhes dar a melhor qualidade de vida, no tempo de vida que ainda tiverem.
Esse tipo de atendimento tem-se revelado muito melhor e muito menos dispendioso do que a permanência indefinida num leito hospitalar. Tanto que até mesmo os grupos de seguro-saúde privados aprovam e até mesmo incentivam a transferência de pacientes terminais para essas unidades.
Benefícios
Para os familiares de um paciente terminal, a Tanatologia presta um de seus maiores benefícios: antes de ocorrer a morte, prepara-os para esse evento final, para que possam lidar com ele sem maiores traumas. Inclusive prepara-os para assumir uma possível doação de órgãos e tecidos, tão importante nos dias atuais.
Depois da morte, através de Grupos de Luto ou em atendimentos individuais, ajuda aos familiares a superarem a perda, trabalhando o luto que geralmente é mais intenso em torno do terceiro mês após a morte, agravando-se novamente no primeiro aniversário da morte, assim como em datas especiais: natal, páscoa, natal, etc.
Todo atendimento deve ter início o mais breve possível, tão logo se estabeleça um diagnóstico definitivo de uma moléstia grave, provavelmente mortal.
Psicotanatologia
A Tanatologia não ficou somente nesse campo da morte explícita. Com os conhecimentos obtidos no relacionamento com as pessoas diante da morte - a perda maior que podemos ter nesta vida - aprendeu a trabalhar mais objetivamente com todas as perdas que afligem o ser humano, especialmente nesses dias tão conturbados. Perdas de relacionamento por uma separação, um divórcio, perda de cargos e títulos e a perspectiva de uma perda futura, de algum ente querido, podem trazer grande sofrimento para as pessoas. Para eles, a Psicotanatologia, viés psicoterapêutico da Tanatologia, proporciona meios bastante eficientes e rápidos para ajudá-los nesses momentos.
Mas, a Tanatologia foi se expandindo e hoje tem um alcance ainda maior, procurando dar pistas e caminhos para as pessoas aprenderem a viver melhor, a ter uma melhor qualidade de vida. E esta sua função surgiu exatamente do aprendizado obtido com as pessoas que estavam diante da morte, de uma forma bastante concreta. Em outras palavras, era a morte ensinando a viver.
§ D´ASSUMPÇÃO, Evaldo A. Os que partem, os que ficam, 7ª. Ed., Ed. Vozes, Petrópolis, 2001
§ D´ASSUMPÇÃO, Evaldo A. Tanatologia ? Ciência da vida e da morte, Ed. Fumarc, Belo Horizonte, 2002
§ D´ASSUMPÇÃO, Evaldo A. Suicídio, Ed. Fumarc, Belo Horizonte, 2004
§ D´ASSUMPÇÃO, Evaldo A. Convivendo com perdas e ganhos, Ed. Fumarc, Belo Horizonte, 2004
§ D´ASSUMPÇÃO, Evaldo A. Biotanatologia e Bioética, Ed. Paulinas, São Paulo, 2005
§ KASTENBAUM, Robert. Psicologia da Morte. Ed. Da USP, São Paulo, 1983.
§ KUBLER-ROSS, Elizabeth. Sobre a Morte e o Morrer, 8ª Ed., Ed Martiins Fontes, São Paulo, 1998.
Autor: Lucineias Luchi


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