A Incrível Ligação Da Soja Com A Bolsa De Chicago



A INCRÍVEL LIGAÇÃO DA SOJA COM A BOLSA DE CHICAGO

Fernando Zeilmann Ceccon

O nome é CHICAGO BOARD OF TRADE ou na sua sigla CBOT.

O  cenário é  um prédio antigo, localizado na cidade norte americana de Chicago. No seu interior, pessoas falam alto e gesticulam uma com as outras numa aparente desordem coletiva.

O motivo dos gestos e do barulho é sempre o mesmo: comprar ou vender.

Fundada em 1845 por 82 comerciantes que viram a necessidade de organizar o comercio já existente entre eles, de forma justa e com regras claras de contratos.

Assim estabeleceram normas e parâmetros para os contratos, tornando os valores e os vencimentos as únicas variáveis existentes nos negócios, simplificando a compra e venda dos produtos por eles comercializados.

Durante o pregão são negociados contratos de commodities agrícolas e outros papéis.

A importância e referência desse centro de negócios se resumem em suas cifras colossais. Diariamente são transacionados em média  US$ 500.000.000.000,00 ( ½ trilhão de dólares) em contratos futuros e a vista.

No mercado da Soja são negociados em média 900.000 contratos, isso equivale a impressionante cifra de mais de 2,045 trilhões de sacas de 60Kg negociadas diariamente. Como isso é possível? Simples, compradores e vendedores  do mundo inteiro negociando num só lugar, e ainda um mesmo contrato pode ser negociado varias vezes, até o dia do seu vencimento.  

Ao longo dos anos esta bolsa se tornaria, permanecendo até hoje, balizadora dos preços internacionais das principais commodities agrícolas, como  Grão, farelo e óleo de Soja, Grão de milho e trigo, entre outras.

Sendo o Brasil o atual segundo maior produtor de Soja, atrás apenas dos E.U.A., a safra é comercializada seguindo como base de preços, as cotações praticadas nessa bolsa, descontado algumas variáveis internas Brasileiras, como transporte, tarifas externas e internas, impostos, oferta e demanda regional, entre algumas outras influências.

Sendo a Soja produzida na China ou no Brasil a regra é basicamente o preço da CBOT.

Isso se deve ao simples fato de que, se um comprador externo estiver pagando um valor maior do que o praticado no seu país/região de produção, este tenderá a exportar seu produto, caso descontado impostos e tarifas alfandegárias, ainda continuar mais rentável a exportação do seu produto.

 Por outro lado, se um comprador ver os preços mais baixos em outros países,  este irá buscar e importá-lo, se a diferença entre os preços, calculados os custos, forem mais em conta.

De um modo geral essa é e lei de mercado, o que faz os preços se equilibrarem e seguirem uma determinada cotação praticada em algum mercado ou país de referência, conhecidos como formador de preços.  

Com a atual desenvoltura da globalização e abertura de mercados internacionais, é visto que cada vez mais os produtos de consumo cosmopolitas, sejam quais forem suas origens, seguem uma tendência global de precificações. O mesmo ocorre com o petróleo e seu derivados.

Isto é benéfico, pois evita, em parte,  que grandes empresas e seus poderes de mercado, distorçam os preços pagos aos produtores e vice-versa.

No Brasil os produtores e processadores dispõem de uma bolsa  nos mesmos moldes da CBOT , a BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS – BM&F, porém atualmente tem  um menor volume de negócios, conseqüentemente menor liquidez das operações.

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Autor: Fernando Zeilmann Ceccon


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