O PENSAMENTO MARXISTA E O PENSAMENTO WEBERIANO



Filósofo, historiador, sociólogo e economista, Karl Marx tomou como base três principais linhas de influencia que atuaram no desenvolvimento do seu pensamento dialético: a filosofia de Hegel, de onde veio o método dialético; o pensamento socialista francês do século XIX, representado por Saint-Simon, Fourier e Proudhon; e a leitura de obras dos economistas clássicos ingleses Adam Smith e David Ricardo.
Para Marx, o processo de conhecimento se dava primeiramente com a definição do objeto a ser estudado, a partir daí deve-se passar à construção de um processo de formulação teóricas a seu respeito, o que conduziria à compreensão de suas partes constituintes; assim, de acordo com o seu ponto de vista, era possível dar qualidades e criticar o objeto de estudo passando a conhecê-lo.
Sendo assim, o pensamento de Marx constituiu-se com objetos práticos e políticos, voltado para a crítica e para a transformação do capitalismo na direção do socialismo e do comunismo. Em sua visão, o conhecimento e a ciência deviam assumir um papel político absolutamente critico em relação à sociedade capitalista, devendo ser um instrumento de compreensão e de transformação radical da sociedade.
Partindo do pensamento dialético, é possível expor alguns dos princípios fundamentais da teoria marxista baseando-se em alguns conceitos: o conceito de materialismo histórico, recusando a determinação mecânica do econômico sobre social, evidenciando a luta das classes como motor de todas as transformações sociais atribuindo aos homens organizados o poder de condução da sociedade e apontando o socialismo como fase de transição entre o capitalismo e o comunismo. O conceito de alienação, vindo da filosofia hegeliana refere-se à condição vivida pelo trabalhador assalariado na sociedade capitalista, uma vez que nela ele perde a posse sobre sua força de trabalho, que passa a ser uma mercadoria como outra qualquer vendida no mercado conforme as leis variáveis de oferta e procura; esse conceito levou Marx à constatação de que a única forma possível de emancipação dessa alienação seria pela tomada do controle dos meios de produção por parte dos trabalhadores, por meio de uma revolução proletária que desapropriaria os capitalistas e aboliria o regime assalariado, resgatando o sentido coletivo do trabalho social. E o conceito de mais-valia, que compreende o saldo entre o valor criado por certa quantidade de trabalho e o valor efetivamente pago ao trabalhador pelo trabalho realizado. Ou seja, após a venda de determinada mercadoria, feitos os descontos dos custos relativos aos salários, deve sobrar um saldo em dinheiro, essa quantia é a mais-valia.
A ideologia de Marx se constitui em um sistema de idéias dominantes. De acordo com uma imagem metafórica construída por Marx e Engels era necessário oferecer à sociedade uma imagem inversa do que ela própria e viveria no âmbito real. Essa falsa imagem levaria o homem e a sociedade a uma falsa consciência acerca de si mesmo e das relações concretamente estabelecidas.
Quanto à relação indivíduo-sociedade, Marx afirmava que não se deve pensá-la separadamente, que ambos eram semelhantes e não poderiam se colocar uns sobre os outros e sim de forma igualitária.
Filósofo, historiador e sociólogo alemão, Max Weber, desde muito cedo esteve ligado às questões relacionadas à ação prática na política, sempre preocupado com o destino do seu país; porém nunca compactou com as idéias racistas e imperialistas que nortearam a Alemanha. Neste sentido, suas posições políticas sempre foram pautadas pelos princípios liberais e parlamentares.
Weber teve sua postura teórica vindo de sua formação e das heranças filosóficas kantiana e hegeliana, distanciando-se do positivismo e do marxismo.Tomou como ponto de partida para seus estudos análise centrada nos atores sociais e suas ações, privilegiando o papel da iniciativa do indivíduo na vida social.
Sua principal contribuição metodológica para as ciências sociais foi a elaboração do conceito de tipo ideal, que define-se pela ênfase em determinados traços da realidade até conhecê-los na sua concepção mais pura e consequente.Estudou a história de um ponto de vista comparativo e foi um dos principais autores a analisar as problemáticas do funcionamento do capitalismo e da burocracia.O estudo comparativo teria por finalidade a caracterização e a compreensão do mundo ocidental moderno em face dos períodos anteriores, uma vez que, as peculiaridades de cada período revelariam as causas de suas diferenças em relação a este mundo, pautando pela racionalização.
Weber entendeu que o fenômeno da racionalidade era de fundamental importância para a compreensão do mundo moderno, definindo como fundamento principal do modo de vida da sociedade ocidental contemporânea.Assim, o tema que permeou a maior parte do conjunto da construção teórica weberiana foi ligado a necessidade de compreensão do advento do capitalismo, e o consequente processo de racionalização da vida humana.
Quanto à relação indivíduo-sociedade, Weber baseou-se na ação social.Para ele, ela compreende qualquer ação que o indivíduo faz orientando-se pela ação dos outros, sendo dotada e associada a um sentido.Dessa forma, seu objetivo era compreender a conduta social humana fornecendo explicações das causas e conseqüências de sua origem.Em sua concepção, seriam as atitudes que explicariam a conduta social dos indivíduos.

Autor: Laís Oliveira Peixoto Silva


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