TERAPIA OCUPACIONAL ATUANDO NA ÁREA FÍSICA: Recuperando e Resgatando a Função



A Terapia Ocupacional vem crescendo a cada dia a olhos vistos. A cada dia percebe-se a necessidade de se ter um terapeuta ocupacional em todos os lugares possíveis, como escolas, empresas, creches, hospitais, centros de reabilitação, hotéis, colônias de férias, ONGs, etc. Seria inimaginável tentar limitar suas atuações assistenciais quando se trata de Ser Humano, sendo este criança, jovem, adulto ou idoso, todos merecem atenção e possuem suas particularidades e necessidades especiais. As atuações irão de acordo com cada indivíduo, e por ser um indivíduo tem suas particularidades, seja no campo físico, psico-emocional ou social.
Vamos falar da Terapia Ocupacional atuando na ÁREA FÍSICA, onde se enquadram crianças com déficit motor; Sequelados neurológicos (AVE, TRM, neuropatias, Parkinson, etc.); Sequelados de traumatismos (fraturas, amputações, limitações, etc.); Idosos com limitações da própria idade (perda do equilíbrio, treinamento das AVDs, etc.). Esta área visa devolver-lhes os movimentos perdidos e com isso devolver-lhes a FUNÇÃO e a INDEPENDÊNCIA, ou seja, a base dos princípios da Terapia Ocupacional.
Procuramos mostrar nesta abordagem como é importante para o indivíduo recuperar uma função que foi perdida e como esta perda lhe é sofrida a ponto de deixá-lo desmotivado e depressivo. Em contra-partida, ao ser trabalhada esta função, este FAZER, ele vai gradativamente se reestruturando psico-emocionalmente, o que será um círculo de melhora a cada dia.
A Terapia Ocupacional tem uma importância significativa com estes indivíduos: O papel de facilitador, mostrando-lhes as possibilidades de recuperação funcional, trabalhando com este para que não se entregue a esta limitação e sim que possa superá-la, pois um indivíduo sem função é um ser inválido. Sentindo-se um ser sem função, tem a sensação de inutilidade e com isso sua auto-estima diminui a tal ponto que pode chegar a depressão ou melancolia. Cabe a Terapia Ocupacional RESGATAR este indivíduo, mostrando-lhe que será capaz de recuperar-se, tornar-se o mais independente possível mesmo dentro de suas limitações.
Muitos são os autores que embaseiam essa abordagem, dando suporte filosófico, bibliográfico, teórico e prático: Willard e Spackman (1973), Finger (1986), Trombly (1989), MacDonald (1998), Morrin (2002), Ferrigno (2007) dentre outros, que através de suas publicações vem engrandecendo a cada dia a atuação da Terapia Ocupacional no RESGATE DA FUNÇÃO FÍSICA, afinal, o principal objetivo da Terapia Ocupacional é o RESGATE DA FUNÇÃO DO SER HUMANO, o resgate FUNCIONAL, o resgate BIO-PSICO-SOCIAL.
Em geral, este cliente chega a Terapia Ocupacional encaminhado por médicos, o que não o impede de procurar por vontade própria. Inicialmente é realizada uma avaliação minuciosa para obtenção de sua capacidade residual, mediante o resultado é traçado os objetivos, métodos e recursos que serão utilizados para cada indivíduo, sempre respeitando sua particularidade.
Observou-se que a participação ativa destes indivíduos, reflete na capacidade de recuperação funcional. Num ambiente leve, ele sente-se à vontade e expõe suas vontades e desejos, o que facilita em muito o trabalho do terapeuta ocupacional, que tendo percebido quais são as vontades do seu cliente, pode atuar diretamente sobre o ponto nevrálgico, em geral com bons resultados funcionais.
A participação e a evolução são observadas no dia-a-dia desses pacientes, que vão apresentando melhoras gradativas em seus quadros, tendo em mente a BASE dos princípios da Terapia Ocupacional: RECUPERAR A FUNÇÃO E A INDEPENDÊNCIA.




Referencias :

FERRIGNO, I. S. Vergotti, Terapia da Mão Fundamentos para a Prática Clínica. S. Paulo: Santos Editora, 2007

FINGER, J. A Ortiz, Terapia Ocupacional. S. Paulo: Sarvier, 1986.

FRANCISCO, B., Terapia Ocupacional. Campinas: Papirus, 1988.

MACDONALD, E. M., Terapia Ocupacional em Reabilitação. 4a. ed. S. Paulo:
Santos, 1998.

MORRIN, J. e colaboradores, A Mão: Bases da Terapia. 2a. ed., S.Paulo: Manole, 2002.

PARDINI, A. G. Jr., Trumatismos da Mão, 3a. ed., Belo Horizonte: Medsi, 2000.

SIZINHO, H. e XAVIER, R., Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática.
2a. ed., Porto Alegre: ArtMed,1998.

TROMBLY, C. A., Terapia Ocupacional para Disfunção Física, 2a. ed., S. Paulo: Santos, 1989.

WILLARD, H. S. e SPACKMAN,C. S.,Terapéutica Ocupacional, Barcelona: Jims,1973.

Autor: Ivens Messias De Oliveira Pereira


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