Má Distribuição da Riqueza: Eis o Problema maior do Brasil. Entre outros...





Má Distribuição da Riqueza: Eis o Problema maior do Brasil
Entre outros...

Por Adilson Motta, 20/05/2011


Um país tem pobreza quando existe escassez de recursos ou quando, apesar de haver um volume aceitável de riquezas, elas estão mal distribuídas.
Já outros autores afirmam que, a pobreza existe quando um segmento da população é incapaz de gerar renda suficiente para ter acesso sustentável aos recursos básicos que garantam uma qualidade de vida digna. Estes recursos são: água, saúde, educação, qualificação profissional, moradia, alimentação, renda e cidadania.
Dentre os países desenvolvidos, o Brasil ocupa o 9º lugar em renda per capita, o 25º em proporção de pobres e, em 2011 é considerado a 7ª maior economia do mundo.
Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Brasil não é um país pobre, mas um país extremamente injusto e desigual, com muitos pobres, é o que diz o Estudo "A Estabilidade Inaceitável: Desigualdade e Pobreza no Brasil" desenvolvido pelo mesmo instituto.
Segundo dados da pesquisa, em 1999 havia 14,5% da população brasileira vivendo em famílias com renda inferior à linha de indigência e 34,1%, com renda inferior à da linha da pobreza. Isto corresponde a 22 e 53 milhões de pessoas respectivamente. Comparando ao ano anterior, houve um pequeno aumento: em 1998 havia 21,7 milhões de indigentes e 50,3 milhões de pobres.
Situação 2003: 53,9 milhões de pobres vivem em domicílios com renda per capita inferior a ½ (um quarto) do salário mínimo, atingindo 31,7% da população / 21,9 milhões de pobres e indigentes vivem em domicílios com renda per capita inferior a ¼ salário mínimo, atingindo 12,9% da população.
A população pobre do Brasil representa 30% de sua população total, enquanto em países com renda per capita similares, esse número é de 10%. De acordo com essa comparação, o Brasil deveria ter apenas 8% de sua população na linha da pobreza.
O Estadão (19/06/2011) revela que, no Brasil, mais de 10 milhões de pessoas vivem com R$ 39 por mês. 0 país tem um PIB de US$ 2,194 trilhões, uma dívida externa de 310 bilhões de dólares e reservas internacionais estimadas em S$ 390,0 bilhões.
Esses dados demonstram que a origem da pobreza no Brasil não está na falta de recursos, mas na má distribuição dos recursos existentes. Poucos detêm muito e muitos não detêm quase nada. A renda média dos 10% mais ricos do país é 28 vezes maior do que a renda média dos 40%
mais pobres. Nos EUA, por exemplo, a proporção é de 5 vezes; na Argentina, 10 vezes e na Colômbia, 15 vezes.
Apesar do país  segundo Folha.com ganhar 19 milionários por dia e possuir seus 137 mil milionários e 30 bilionários, 70% da riqueza do país está concentrada no sEstados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Segundo Morishita, o que temos no Brasil, na verdade, é um problema de distribuição de renda. "Só entenderemos qual é a nossa dificuldade quando entendermos o problema da distribuição de renda nesse país". A questão, insistiu ele, não é gerar riquezas, mas fazer a distribuição adequada dessa riqueza. "Vinte por cento da população mais rica do Brasil ganham 25% mais que os 20% da população mais pobre; na Holanda essa diferença é de 5%; na Índia, ela não chega a 5%. Nosso problema não é crescer economicamente, mas distribuir o que já temos". Essa desigualdade, acrescentou, é o fundamento da má distribuição de renda, é o significativo da pobreza no país. 35% da população brasileira vivem em estado de pobreza e 15% vivem num estado classificado tecnicamente como de estrema pobreza. Para o mesmo autor, isto significa tecnicamente que esses 15% nasceram pobres, vão morrer pobres e seus filhos vão continuar sendo pobres porque, do ponto de vista econômico, eles não conseguem quebrar esse círculo vicioso (ou dificilmente quebrarão).
Como vamos enfrentar essa má distribuição de renda? Há sempre programas econômicos, macros, programas econômicos micro, mas como criar condições de acesso à igualdade a toda nossa população, a toda nossa sociedade? Como pode, por exemplo, alguém obter o direito de pleitear essa igualdade se ele desconhece os direitos e garantias fundamentais assegurados nas Letras da Carta que rege o país? Países que conciliaram educação, desenvolvimento e formação profissional de seu povo foram bem sucedidos.

No entanto, o problema número um do país que é um câncer no desenvolvimento é o problema da corrupção, que não permite que a soma orçamentária chegue na íntegra aos seus verdadeiros donos: O POVO.
Só para se ter uma ideia do montante, a corrupção no país consome 3% do PIB (Produto Interno Bruto), o que corresponde algo em torno de 55,5 bilhões por ano. O correspondente ao que se investe em educação em todo país, em todos os segmentos; valor que supera ao avaliado do projeto do trem bala que corresponde a R$ 33,1 bilhões.

A ONU possui tabela de índices de corrupção. E elas assinalam, ressalta Gilman, que quanto maior for, menor será a velocidade do progresso ? ou do desenvolvimento econômico de dado país.
Stuart Gilman calcula que, em vários casos, o produto anual da corrupção represente 20 por cento do PIB de um país como o Brasil. Imagine o tamanho do prejuízo que a corrupção dá ao país.



Pesquisa Independente


Autor: Adilson Motta


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