Jonh Maynard Keynes: Suas ideias e contribuições para a superação da "Grande Depressão" da década 1930.
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Jonh Maynard Keynes: Suas ideias e contribuições para a superação da "Grande Depressão"
da década 1930.
Daniel Rodrigues de Lima1
O presente texto tem como objetivo geral mostrar como as ideias de Keynes foram
fundamentais para a superação da crise que culminou com a Crack da bolsa de Nova Iorque
causando graves consequências ao mundo ao longo da década de 1930.
Trabalharemos com o referencial teórico do próprio Keynes, onde a partir dos capítulos II e
III de A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, buscamos compreender de forma resumida
os principais pontos abordados pelo autor ao longo de sua obra, já que vemos nestes capítulos que o
autor busca demonstrar suas ideias de forma sintética.
Adhemar Marques será fundamental também pois nos dará base de como esta o momento
histórico, politico, social e econômico da época, demonstrando como foi importante a elaboração
das ideias de Keynes como suporte para superação da crise que havia se estabelecido, a obra que
descrevemos é História Contemporânea: através de textos, onde focalizaremos nossa analise no
capitulo intitulado A crise de 1929.
Mario Gómez Olivares com seu artigo Uma Breve História da Publicação da Teoria Geral
de J.M. Keynes, também nos dará suporte teórico, pois o mesmo situa a obra de Keynes com o
momento histórico do período de lançamento da obra A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da
Moeda e suas contribuições para superação da crise.
Utilizaremos como método de análise o método Histórico, que March Bloch nos orienta
sobre o seguinte:
nunca se explica plenamente um fenômeno histórico fora do estudo de seu momento. Isso é
verdade para todas as etapas da evolução. Tanto daquela em que vivemos como das outras.
O provérbio árabe disse antes de nós: 'Os homens se parecem mais com sua época do que
com seus pais.' Por não ter meditado essa sabedoria oriental, o estudo do passado às vezes
1 Acadêmico de Licenciatura em História do Centro Universitário Leonardo Da Vinci- UNIASSELVI.
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caiu em descrédito. (Bloch, 2002 , p.60).
Compreendemos com tal passagem da obra de Bloch que o método Histórico então consiste
em procurar o entendimento acerca de um constante dialogo entre passado e presente, onde quem se
utiliza de tal método tem como objetivo principal de análise os processos históricos em suas
formações e processos de gênese, desenvolvimento e desestruturação, não perdendo de vista seus
processos de decadências e instabilidades, buscando analisar com isso as rupturas, transformações e
permanências, lutas e disputas ao longo dos processos, além de entender a funcionalidade de
instituições, tradições, sistemas econômicos, sociais, políticos, culturais e cotidianos.
O texto sera composto das seguintes partes: Uma breve biografia de Keynes; Contexto
Histórico e a crise de 1929; As ideias de Keynes: consequências e contribuições para superação da
crise; e por fim, considerações finais.
Uma breve biografia de Keynes
Jonh Maynard Keynes nasceu em Cambridge, nos Estados Unidos, em junho de 1883. Filho
de uma família de intelectuais.
Devido a sua inteligencia foi aceito no Eton Colegge, destacando-se no campo das
matemáticas. Depois passando para o colégio da universidade de Cambridge, conseguindo diploma
em 1905. Sofreu influencias de Marshal, aumentando com isso seu interesse pela economia politica,
a partir dai sendo discípulo da da Escola Clássica Econômica.
Sua principal obra A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda foi publicada em 1936,
rompendo com esta obra seu status de economista clássico, sendo esta o foco de nossa análise, em
que essa obra sera fundamental ao processo de superação da crise devido as ideias contidas na
mesma.
Keynes morreu em 20 de abril de 1946, deixando como legado a posteridade, sua obra e sua
figura como grandes influenciadoras da politica econômica desde a Segunda Guerra Mundial até os
dias atuais.
Contexto Histórico e a crise de 1929.
Com o termino da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os EUA transformou-se de maior
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devedor ao cargo de maior credor mundial, produzindo um terço da produção industrial mundial, e
em 1929 com quase metade de tal produção.
Os EUA com esse desempenho atraíram milhares de imigrantes europeus ao seu território,
estes buscando se refugiar das crises que a Guerra ocasionou no velho continente.
Essa prosperidade econômica apresentava suas contradições e estas culminaram em uma
crise até então nunca vivenciada pelo mundo capitalista onde Galbraith apud Marques afirma como
possíveis causas para crise como:distribuição desigual da renda, onde EUA deixaram de ser um país
devedor e passou a ser o maior credor mundial, a especulação em larga escala tornava a economia
fragilizada. E com isso, a prosperidade dos anos 20 não se manteve devido a sua artificialidade.2
Essa crise de 1929 foi diferente no mundo capitalista pelo fato de suas proporções mundiais
terem atingido grandes escalas ocasionando falências, desemprego, reformulações politicas que
mudaram o mundo.
A não participação estadunidense na Liga Nações proporcionou o fracasso da mesma,
ocasionando na Europa a formação de Estados totalitários nazifascistas.
Os EUA baixaram com a crise diversas leis restritivas à imigração, pois se vivia a ideia de
que a América era lugar para os americanos, enquanto os europeus e demais povos deveriam viver
em suas localidades. Os presidentes americanos do período de 1920 a 1932 assistiam com
passividade esse desenvolvimento econômico caótico, pois estavam impregnados na Teoria Clássica
Econômica que regia a economia de então, onde acreditava-se que os problemas econômicos seriam
superados racionalmente, não cabendo ao Estado nenhuma intervenção no processo econômico,
pois este possuía leis naturais que o regia.
Crouzet apud Marques afirma que a grande depressão afetou o comércio mundial, pois havia
uma interdependência inevitável entre os grandes mercados financeiros e os mercados de matériasprimas,
o retrocesso dos valores de troca possibilitou um protecionismo e uma generalização de
medidas de defesa e isolamento contra as mercadorias, contra os homens, contra as moedas
estrangeiras e as rivalidades comerciais. O novo acordo é essencialmente orientado para o mercado
interno, a recuperação e o desenvolvimento dos respectivos mercados nacionais e não pela
ampliação dos mercados dos escoadores. Os países jamais conseguiram voltar o volume de
exportações ao nível de 1929, e com essa crise os países subdesenvolvidos tiveram que acelerar sua
industrialização e restrição dos produtos manufaturados.3
A crise que eclodiu em 24 de outubro de 1929 causou uma desordem econômica, onde a
2 MARQUES, Adhemar. História Contemporânea: através de textos. São Paulo, 1994. (p.157-158).
3 MARQUES, Adhemar. História Contemporânea: através de textos. São Paulo, 1994. (p.159).
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maioria dos países passaram a viver agitações politicas e caos social, em que só URSS que possuía
uma economia fechada em si mesma e vivenciando os planos quinquenais de Stálin não foi abalada.
As ideias de Keynes: consequências e contribuições para superação da crise
As soluções para a crise não poderiam ser encontradas na teoria econômica ortodoxa
segundo Silva apud Marques, já que esta pregava que não poderia haver escassez de poder de
compra pelo fato do processo de produção ser também um de geração de renda, porém o sistema
capitalista não se sustenta sobre suas próprias pernas já que suas crises advêm de insuficiências de
demanda.4
A Escola Clássica Econômica versava sobre a não intervenção do Estado na produção e na
distribuição de riquezas, o fim de medidas protecionistas e dos monopólios, defesa da livre
concorrência entre as empresas e a abertura de portos entre os países, Os clássicos consideravam
que o estado normal da economia era o de pleno emprego dos fatores produtivos e aceitavam a "lei"
de Say que dizia que a oferta criava a sua própria procura, não havendo razões para desemprego
generalizado, onde os mecanismos automáticos (seguradores do pleno emprego) eram constituídos
pela flexibilidade dos preços, dos salários e das taxas de juro. Os principais membros e defensores
de tais fundamentos eram: Adam Smith; Thomas Malthus, David Ricardo, James Mill e entre
outros.
Keynes nos orienta sobre esses pressupostos da seguinte maneira:
Em diversos pontos deste capítulo fizemos, sucessivamente, a teoria clássica depender das
seguintes hipóteses:(1) que o salário real é igual à desutilidade marginal do trabalho
existente; (2) que não existe o que se chama desemprego involuntário no seu sentido estrito;
(3) que a oferta cria a sua própria procura, no sentido de que o preço da procura agregada é
igual ao preço da oferta agregada para todos os níveis de produção e de emprego. Essas três
hipóteses, entretanto, equivalem-se entre si, no sentido de que subsistem ou desmoronam
juntas, pois qualquer delas depende, logicamente, das outras duas.( KEYNES, 1996 ,p.52)
A teoria econômica de Keynes se opõe a esses fundamentos onde este busca orientá-la da
seguinte maneira: defendendo a intervenção do Estado como regulador do sistema econômico; a
situação de pleno emprego era uma situação especial da economia; a moeda tem uma função
especulativa dependendo a sua procura também da taxa de juro (e não só um meio de troca, como
para os clássicos); a taxa de juro tem natureza monetária e não é um fator determinante da
poupança; os investidores e os aforradores constituem grupos distintos; O fator determinante de
4 IBIDEM, p.160
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poupança é o rendimento e não a taxa de juro; quando o rendimento aumenta, a poupança aumenta
também; os salários nominais são rígidos quanto ao movimento descendente; Keynes estava
preocupado com as causas que provocam o desemprego generalizado de forma cíclica.
Keynes nos orienta sobre esses pressupostos da seguinte maneira:
Esta teoria pode ser resumida nas seguintes proposições: (1) Sob certas condições de
técnica, de recursos e de custos, a renda (tanto monetária quanto real) depende do volume
de emprego N. (2) A relação entre a renda de uma comunidade e o que se pode esperar que
ela gaste em consumo, designado por D1, dependerá das características psicológicas da
comunidade, a que chamaremos de sua propensão a consumir. Isso quer dizer que o
consumo depende do montante da renda agregada e, portanto, do volume de emprego N,
exceto quando houver alguma mudança na propensão a consumir. (3) A quantidade de mão
de obra N que os empresários resolvem empregar depende da soma (D) de duas
quantidades, a saber: D1, o montante que se espera seja gasto pela comunidade em
consumo, e D2, o montante que se espera seja aplicado em novos investimentos. D é o que
já chamamos antes de demanda efetiva.(4) Desde que D1 + D2 = D = Æ (N), onde à é a
função da oferta agregada, e como, segundo vimos em (2), D1 é uma função de N, a qual
podemos escrever à (N), que depende da propensão a consumir, deduz-se que à (N) ? à (N)
= D2. (5) Consequentemente, o nível de emprego de equilíbrio depende (i) da função da
oferta agregada, Æ, (ii) da propensão a consumir, à, e (iii) do montante do investimento, D2.
Esta é a essência da Teoria Geral do Emprego. (6) A cada volume de N corresponde certa
produtividade marginal da mão de obra nas indústrias de bens de consumo dos assalariados,
e é isto que determina o salário real. A proposição (5) está, portanto, sujeita à condição de
que N não pode exceder o valor que reduz o salário real até chegar à igualdade com a
desutilidade marginal da mão de obra Isto significa que nem todas as variações de D são
compatíveis com a nossa hipótese provisória de que os salários nominais sejam constantes.
Desse modo, é essencial para a exposição completa de nossa teoria que coloquemos de
parte esta hipótese. (7) Na teoria clássica, segundo a qual D = Æ (N) para todos os valores
de N, o nível de emprego está em equilíbrio neutro sempre que N seja inferior ao seu valor
máximo, de modo que se possa esperar que as forças da concorrência entre os empresários
o elevem até esse valor máximo. Apenas neste ponto, segundo a teoria clássica, pode haver
um equilíbrio estável. (8) Quando o emprego aumenta, D1 também aumenta, porém não
tanto quanto D, visto que, quando nossa renda sobe, nosso consumo também sobe, embora
menos. A chave do nosso problema prático encontra-se nesta lei psicológica. Disso decorre
que, quanto maior for o nível de emprego, maior será a diferença entre o preço da oferta
agregada (Z) da produção correspondente e a soma (D1) que os empresários esperam
recuperar com os gastos dos consumidores. Consequentemente, quando a propensão a
consumir não varia, o emprego não pode aumentar, a não ser que isso aconteça ao mesmo
tempo que D2 cresça, de modo que preencha a crescente lacuna entre Z e D1. Diante disso,
o sistema econômico pode encontrar um equilíbrio estável com N em um nível inferior ao
pleno emprego, isto é, no nível dado pela interseção da função da procura agregada e da
função da oferta agregada ? excluídas as hipóteses especiais da teoria clássica, segundo as
quais, quando o emprego aumenta, certa força intervém sempre, obrigando D2 a subir o
necessário para preencher a lacuna crescente entre Z e D1. Não é, portanto, a desutilidade
marginal do trabalho, expressa em termos de salários reais, que determina o volume de
emprego, exceto no caso em que a oferta de mão de obra disponível a certo salário real fixe
um nível máximo de emprego. A propensão a consumir e o nível do novo investimento é
que determinam, conjuntamente, o nível de emprego, e é este que, certamente, determina o
nível de salários reais ? não o inverso. Se a propensão a consumir e o montante de novos
investimentos resultam em uma insuficiência da demanda efetiva, o nível real do emprego
se reduzirá até ficar abaixo da oferta de mão de obra potencialmente disponível ao salário
real em vigor, e o salário real de equilíbrio será superior à desutilidade marginal do nível de
emprego de equilíbrio.(KEYNES,1996 ,p.63-64)
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O Estado assumia assim um papel ativo e decisivo na atividade econômica mesmo em
sistema capitalista. Não se tratava apenas de regular a conjuntura do curto prazo, evitando ou
minimizando ciclos de inflação ou desemprego, mas também, e principalmente, de assegurar um
crescimento equilibrado da economia nacional.
Durante a crise de depressão econômica Keynes propôs que o estado deveria baixar os
impostos e aumentar os investimentos, onde em um curto prazo acontece uma ativação da economia
e da despesa, em que esta determina o emprego e a produção, assim como do consumo, dividindo a
procura efetiva e agregada em consumo e investimento, onde este consumo depende de fatores
objetivos e subjetivos .
Keynes se debruça também sobre o que é macro e microeconomia, onde Luiz Carlos
Bresser-Pereira caracteriza a microeconomia que é ligada as ideias clássicas como:
a microeconomia é basicamente um estudo da oferta, pela qual são responsáveis os
produtores, e da procura, a qual, em última análise, depende do comportamento dos
consumidores. A teoria do consumidor tem por base a teoria da utilidade marginal; a teoria
da produção inicia-se com a lei dos rendimentos decrescentes e o estudo dos custos e da
receita das empresas. Em seguida, através de dois conceitos básicos - o de custo e o de
receita marginal - chega-se à determinação da oferta e concomitantemente, à determinação
do preço (já que para o estudo da receita já fora previsto levar em consideração a procura).
Os preços, assim estabelecidos, vão determinar, automaticamente, a quantidade a ser
produzida de cada mercadoria, de forma a se obter um equilíbrio geral, com satisfação
máxima para consumidores e produtores. Por outro lado, no processo de produzir, as
empresas, ou, mais genericamente, os produtores, vão empregar fatores de
produção;trabalho, capital, recursos naturais. Dentro do mecanismo de mercado, a
microeconomia estuda então a oferta e a procura dos fatores de produção. A procura dos
fatores é naturalmente determinada em termos gerais pela procura das mercadorias pelos
compradores. Mais especificamente, usa-se a teoria da produtividade marginal - um
conceito da teoria da produção - para explicar o problema. Chegamos assim à determinação
da remuneração (preço) dos fatores de produção. Em outras palavras, partindo da teoria da
produção chegamos à teoria da distribuição da renda, em termos de salários, juros, lucros,
aluguéis. Além disso, ainda dentro da teoria da produção, a microeconomia, através do
mecanismo de preços acima descrito, estabelece a "alocação" ótima dos fatores de produção
entre os diversos produtores e os diversos ? produtos. (BRESSER-PEREIRA, p.4)
A macroeconomia na perspectiva de Keynes era contraria a essa microeconomia citada
acima por Bresser-Pereira, pois para Keynes a teoria clássica só servia a micro já que o que é bom
para uma empresa não necessariamente é bom também para um país, em que a poupança para um
pais é um mau, contudo para um indivíduo e viável, já que o dinheiro de uma nação deve circular
pois em forma de poupança este não gera riqueza a nação que o poupa, entendendo dessa forma que
se a poupança aumenta o emprego e a produção caem, diminui o consumo e os bens de serviços
diminuindo o trabalho.
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As ideias de Keynes trouxeram consequências positivas pois com O New Deal começou a
vigorar um planejamento econômico, onde é baseado na intervenção econômica do Estado, havendo
investimento estatais que estimulam a politica de empregos ativando com isso o consumo e
possibilitando uma progressiva reabilitação da economia, onde a partir de 1939 os EUA chegarão
próximo ao patamar econômico de 1929.
Considerações Finais
Keynes com uma nova teoria econômica desprendida da ortodoxia orienta que não se podia
mais confiar na ação reguladora dos mecanismos automáticos do capitalismo, onde a intervenção
estatal traduziu-se num conjunto de disposições fiscais e alfandegárias, manipulações monetárias,
medidas de racionalização e integração empresarias e leis de trabalho, que alteraram os
fundamentos das economia nacionais.
Por fim, a crise de 1929 e o New Deal marcaram a passagem do liberalismo econômico para
o capitalismo monopolista.
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Referências
BRESSER-PEREIRA, Luís Carlos. Da macroeconomia Clássica à Keynesiana. EC-MACROL1968:
São Paulo, abril de 1968.
BLOCH, March. Apologia da História ou o Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2002.
MARQUES, Adhemar. História Contemporânea: através de textos. São Paulo, 1994.
OLIVARES, Mario Gòmez. Uma Breve História da Publicação da Teoria Geral de J.M.
Keynes. Disponível em: acessado em: 02. abr. 2011.
KEYNES, Jonh Maynard. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São Paulo: Nova
Cultural, 1996.
Autor: Daniel Rodrigues De Lima
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