A Atuação Do Assistente Social Na Empresa A Partir Das Perspectivas Da Abordagem Humanística Da Administração



INTRODUÇÃO

O assistente social vem gradativamente ampliando seu espaço de atuação, rompendo com o estigma de profissão vinculada aos serviços públicos, e abragendo cada vez mais seu exercício profissional em empresas e no terceiro setor.

Essa expansão do mercado de trabalho para o serviço social, encontra resposta nas constantes transformações que vem sofrendo a sociedade planetária com os avanços tecnológicos, a globalização e a reestruturação produtiva, que incidem diretamente nas relações sociais, nas relações de trabalho e na economia.

Tais fatores trazem consigo, a necessidade de uma profissão que atue nestas relações, as quais são inerentes ao processo de transformação, sendo o serviço social requisitado como tal.

No ambiente empresarial em especifico, o serviço social vem inserindo de forma mais expressiva sua participação, fato que se dá devido flexibilização dos processos de produção e acumulação que repercutir diretamente nas relações de trabalho, na sociedade, na gestão e no consumo da força de trabalho.

Conforme Freire (2003) a flexibilização é uma forma encontrada pelo capital para superar a crise que permeava no início dos anos 70. A autora ressalta ainda que a flexibilização não está apenas nas estratégias de produção e racionalização, mas também nas condições de trabalho, nos direitos e nos compromissos do Estado para com a população, conquistas advindas do Keynesianismo surgida na década de trinta e permanecendo até meados da década de 70 quando iniciou-se o neoliberalismo.

Frente a esses acontecimentos Mota (1998) ressalta que a requisição do assistente social pela empresa, antes de qualquer coisa, confirma que a expansão do capital implica no surgimento de novas necessidades sociais, passando a empresa a requisitá-lo para desenvolver um trabalho de cunho assistencial e educativo junto ao empregado e sua família.

Nesse prisma, a empresa vê no assistente social uma forma de organizar as relações das pessoas que a compõem, buscando proporcionar a qualidade de vida no trabalho, objetivando reafirmar seus interesses capitalistas.

Essa preocupação com as pessoas – empregados e familiares mesmo que visando aumento da produtividade de seus funcionários – traz em si, aspectos da Abordagem Humanística da Administração que segundo Chiavenato (2000) rompe com a ênfase na tarefa – Teoria científica – e na estrutura organizacional – Teoria Clássica – para ênfase nas pessoas que trabalham ou que participam nas organizações.

A teoria das Relações Humanas representou um marco na história da administração por valorizar as características da pessoa, humana, fatores sociais, psicológico, grupais, motivacionais, que fazem diferença no envolvimento do trabalhador com o trabalho, com a produtividade, com o relacionamento pessoal e interpessoal junto ao grupo e a empresa.

Dessa forma ao requisitar o assistente social para atuar junto aos seus funcionários, e aos serviços assistenciais ofertados para o atendimento as necessidade do trabalhador, as empresas evidenciam uma preocupação com a pessoa, centralizando sua atenção neste para fins de assegurar os interesses próprios da empresa, evidenciando assim, características similares aos da Abordagem Humanística dentro da Administração empresarial, ponto de discussão deste trabalho.

MATERIAIS E MÉTODOS

Este artigo foi desenvolvido a partir de uma análise sob abordagem qualitativa, teoricamente fundamentada, sobre a temática da atuação do assistente social no âmbito empresarial, na atuação com os grupos e subgrupos que participam nas organizações, evidenciando nessa atuação, o enfoque na pessoa conforme encontrado na Abordagem Humanística da Administração. Para este trabalho, de maneira prática, foram analisadas ações assistenciais desenvolvidas na SCANIA – Empresa de automóveis de cargas – encontradas no site próprio da empresa – www.scania.com.br – bem como a participação do assistente social nestas ações. Esse trabalho conta ainda com o suporte bibliográfico de César (1999), Chiavenato (2000), Faleiros (2002), Freire (2003), Iamamoto (2001) e Mota (1998) que dão ênfase as discussões e destacam os caminhos e os desafios que perpassam essa temática.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com Chiavenato (2000), a Abordagem Humanística da Administração faz com que a preocupação com a máquina como método de trabalho e a preocupação com a organização formal da administração, cedam prioridade para a preocupação com as pessoas e os grupos sociais – dos aspectos técnicos e formais para os aspectos psicológicos e sociológicos.

Com a Teoria das Relações Humanas o Homo Economicus sede lugar ao Homo Social e os conceitos clássicos de hierarquia, autoridade, racionalização do trabalho perdem espaço para a motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmicas de grupo, dentre outros que enfatizam o ser social e substitui a questão mecanicista no ambiente empresarial.

A Teoria das Relações Humanas surge nos Estados Unidos a partir da década de 30 impulsionada pelo desenvolvimento das ciências sociais, e de forma mais expressiva a psicologia, particularmente a psicologia do trabalho, que em seu processo de desenvolvimento perpassou por duas etapas[1]: a primeira que analisava o trabalho e a adaptação do trabalhador ao trabalho, e a segunda, que contrario a primeira, fazia a adaptação do trabalho ao trabalhador.

A Abordagem Humanística surgiu em um momento de crise econômica e transformações no panorama social, político e tecnológico, e sua aceitação deu-se devido a sua característica de administração democrática e de valorização humana.

Uma evidência atual traz em si, uma re-vivência parcial dessa abordagem, a qual busca promover a qualidade de vida no trabalho por meio do atendimento social aos trabalhadores através de serviços assistenciais e benefícios materiais para a manutenção da produtividade, da qualidade da força de trabalho e dos serviços prestados, e conseqüentemente o aumento dos lucros da empresa.

Em uma reportagem da revista Exame apresentada por Chiavenato (2000), mostra que as empresas de todo o mundo buscam tornarem-se lugares melhores para se trabalhar, competindo pelo reconhecimento de empregadoras excelentes.

O autor ressalta ainda que na virada do milênio, o sucesso nos negócios depende de políticas de reconhecimento e remuneração, treinamento e desenvolvimento, segurança financeira, ambiente de trabalho, saúde, bem-estar e qualidade de vida dos funcionários, um conjunto que interliga-se, sendo inerente ao ambiente de trabalho.

Em meio a esse enfoque bilateral da empresa que visa promover o Bem-Estar do trabalhador em prol da manutenção do principio capitalista de acumulação, o assistente social conforme salienta Mota (1998) responde à necessidade de gerência racional dos serviços sociais oferecidos pela empresa, a autora menciona ainda que tal requisição é uma forma que o capital usa para legitimar sua dominação.

Dessa forma, enfoca-se a preocupação com a pessoa na empresa como forma de ampliação e melhoria da força de produção do trabalhador, sendo o serviço social a profissão técnica incumbida para tal.

Ao se evidenciar a preocupação da empresa com o trabalhador como ser, portador de necessidade as quais interferem na sua produtividade e bom relacionamento no ambiente de trabalho, faz retomar a conclusão da pesquisa de HAWTHORNE a qual mostra que elementos psicológicos, motivacionais e grupais influenciam diretamente na produtividade e procedimentos do trabalhador, a partir de então, o homem passa a ser considerado como fator mais importante no processo produtivo.

Hoje, percebe-se a retomada com essa preocupação. Em um momento em que vive-se sob os conceitos neoliberais de economia, e que busca-se através de incentivos a classe trabalhadora, uma forma de conciliação e harmonia dentro da organização industrial.

Que fique claro que a conciliação e harmonia que se busca, diz respeito às duas funções básicas da organização: a função econômica – que visa produzir bens ou serviços para garantir o equilíbrio externo – e a função social – que procura distribuir satisfações entre os participantes para garantir o equilíbrio interno.

Nessa busca pelo equilíbrio interno e externo das empresas o assistente social serve de mediador entre as partes, junto aos serviços ofertados para satisfação dos trabalhadores.

Dessa forma, sua inserção junto à empresa para atuar junto às pessoas, os grupos sociais, estabelecendo o que se chama de qualidade de vida no trabalho, é um exemplo de tentativa de reafirmação dos interesses do capital, e de sua legitimação, e conforme afirma Andrade (1999) nessa vertente o assistente social monitora o processo e a instrumentalização das ações gerenciais em busca de proporcionar a desejada qualidade de vida no trabalho.

Mota (1998) complementa colocando que "ao ingressar nas empresas os assistentes sociais, via de regra, se deparam como o encargo de ratificar sua utilidade na solução de 'problemas sociais', mediante construção de uma identidade de intenções profissionais e empresariais".

Tomando por exemplo as ações assistenciais desenvolvidos na SCANIA[2] – Empresa de automóveis de cargas – tem-se o serviço social com a missão de dar suporte sócio-afetivo e emocional aos seus colaboradores – funcionários – e familiares. Neste sentido, realiza estudos de casos, direcionando questões de relacionamento profissional e familiar, e assessora também as lideranças e suas demandas.

Dentre os benefícios ofertados pela SCANIA aos seus colaboradores, encontra-se um denominado "Semente de Esperança", coordenado pelo serviço social, o qual presta serviços de tratamento a crianças portadoras de necessidades especiais nas diversas áreas da saúde e da educação, com a participação dos colaboradores da empresa em trabalhos grupais trazendo para vivência do grupo, discussões a respeito dos sentimentos, das dificuldades, e o compartilhamento das vitórias alcançadas.

A de convir que essa preocupação é apenas uma forma de o capital reafirmar seus interesses e hegemonia, mas não se pode por isso negar sua importância para o trabalhador e sua família.

Diante do prisma dos interesses capitalistas no desenvolvimento das ações assistenciais, Mota (1998) corrobora afirmando que "o serviço social na empresa é polarizada ente a convivência objetiva com as condições de vida e trabalho do empregado e as prerrogativas da entidade".

Mesmo que ações como a mencionada legitime os interesses capitalistas, o assistente social não pode se negar a desenvolvê-las por mais que esta se apresente como estratégia da empresa.

Contrário a isso, o assistente social tem que se inserir, atuar junto aos serviços assistenciais ofertados pelo empregador, fazendo com que tais serviços sejam produtos de consciência, criados e executados de acordo com os reais interesses da classe trabalhadora, centrando-se nas necessidades materiais, pessoais, interpessoais, sociais grupais destes, tornando-se "satisfatório também" aos interesses do trabalhador.

Como salienta Iamamoto (2001) o exercício da profissão na contemporaneidade requer ação de um profissional competente para propor, para negociar com a instituição e seus projetos, para defender seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais, "requer, pois, ir além das rotinas institucionais e buscar apreender o movimento da realidade para detectar tendências e possibilidades nela presentes passíveis de serem impulsionadas pelo profissional".

Assim o assistente social não negara a importância de estar atuando junto ao trabalhador na empresa, e usará de suas habilidades, criatividade e capacidade de intermediar e propor para tornar o atendimento sócio-assistencial da empresa um meio efetivo de atenção aos interesses do trabalhador, por mais que isso também leve a satisfação dos interesses do empregador, pois parece ser indissociável a realização de um em detrimento do outro.

Todavia, a requisição do assistente social pela empresa torna-se inerente a esse processo de legitimação do capital, o que pode-se fazer é tornar os serviços assistenciais mais focalizados o possível nas necessidades do trabalhador, possível para mota (1998) "desde que a perspectiva de ação do assistente social seja respaldada na ação negadora do trabalhador que ao vivenciar a desigualdade na empresa, obrigando-a a suprir suas necessidades, já nega potencialmente a dominação".

A autora argumenta ainda que, para realizar uma ação transformadora, o assistente social tem que compreender que, sobre as origens de sua requisição pela empresa, ele pode negar a dominação do requisitante, à medida que constrói junto com o trabalhador um projeto político alternativo que não se restringe ao âmbito localista da empresa.

No entanto, essa inversão depende das condições objetivas, da consciência social e de autonomia técnica do profissional, fazendo com que a prática da profissão, acompanhe a atualização dos tempos, a inferência que sofre a contexto profissional no contexto histórico atual, concentrando no objeto de intervenção, as evoluções, transformações e avanços pertencentes à contemporaneidade.

Tendo as ações do assistente social essa intencionalidade, o processo de "troca", em que o trabalhador criara valores para o capital recebendo como retorno, ações que "supram" suas necessidades, terá um caráter racional dos interesses múltiplos, evidenciando um ciclo em que o capital legitima seu caráter cumulativo, e em contra partida, o trabalhador ganha em ações e benefícios, tendo a condição de classe explorada suprimida pelo atendimento a suas carências materiais, sociais e psicológicas.

Tal ciclo, não isenta a condição de exploração do capital, mas contribui para que o trabalhador ganhe em condições de realizar-se no trabalho, já que o trabalho é incondicional a sua sobrevivência, e faz da intervenção do assistente social uma prática negadora da dominação do capital, elevando o trabalho a condição de realização mais humana possível.

A abordagem mais recente da administração – Abordagem Contingencial – estabelece que não há nada absoluto nas organizações, ou na Teoria da Administração, para esta, tudo é relativo, tudo depende.

Com tudo, esses acontecimentos expressos trazem em si, a proeminência no ser humano, não que se queira aqui determinar o retorno da administração pautada na Teoria das Relações Humanas, esse trabalho pauta-se no pressuposto de que a requisição do assistente social pela empresa para atuar junto aos trabalhadores, na gerencia e implantação de serviços sócio-assistenciais para que este possa produzir mais e melhor, centralizando o ser, homem, e suas particularidades como produto importante no processo de produção, evidencia um momento – mesmo que parcialmente – de encontro com o conceito base da teoria das relações humanas, sendo, dessa forma, vivenciada a Abordagem Humanística na Administração contemporânea.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Teoria das Relações Humanas surgiu no inicio da década de 1930 e vigorou até meados da década de 1960 quando entrou em declínio. No entanto sua descoberta deu uma nova direção à administração, elevando o homem social ao nível de ator principal nas preocupações da empresa.

Com o advento dessa teoria, contextos de liderança, motivação, comunicação informal, dinâmicas de grupo, dentre outros, ganharam espaço nas discussões da empresa rompendo como os conceitos clássicos mecanicistas de administração. Hoje pode-se observar um resgate – mesmo que indefinido teoricamente – dos valores da Abordagem Humanística da Administração por meio da requisição do assistente social junto a empresa, para suprir com as carências do trabalhador na oferta de serviços assistenciais, materiais, trabalhos grupais, relações interpessoais, dentre outros que visam a qualidade de vida no trabalho, afim de garantir também a melhoria dos bens e serviços produzidos pelo trabalhador e ofertados pela empresa.

Como afirma Faleiros (2002) a construção do abjeto do serviço social hoje se faz dentro do contexto institucional, no exercício do poder profissional, no confronto de estratégias de sobrevivência/vivencia com as exigências da reprodução e as formas de percepção, representação e manifestação de interesses, identidades das organizações.

Nesse sentido, o serviço social na empresa, tem que configurar-se como o processo de reprodução do objeto da profissão, gerenciando os serviços sociais oferecidos pelo seu requisitante, atuando junto às relações sociais, interpessoais, e grupais, articulando novos mecanismos para promover a efetividade das ações assistenciais que dispõe a empresa, buscando promover a qualidade de vida no trabalho.

Em tais conjunturas, nota-se que a empresa intensifica sua preocupação com a pessoa, o ser social, percebendo que este é movido por fatores psicológicos, motivacionais e grupais, e que tais fatores influenciam no seu desempenho profissional, revivendo assim aspectos da Abordagem Humanística da Administração décadas após esta ser questionada e entrar em declínio.

No entanto, Chiavenato (2000) ressalta que as teorias administrativas representam as soluções encontradas pela administração para determinadas circunstâncias, tendo em vista as variáveis focalizadas e os temas mais relevantes.

O autor ressalta ainda quanto a cautela que deve-se ter ao dizer que uma determinada teoria é ultrapassada, assim, não se pode negar que as características encontradas hoje na administração, centralizando a preocupação com o trabalhador, proporcionando benefícios para que este tenha uma qualidade de vida e possa desempenhar bem seu trabalho, e, requisitando o assistente social como profissão qualificada para atuar nas relações sociais, na intermediação entre a instituição e o trabalhador, na gerencia dos serviços ofertados, dentre outras atividades, são similares à Abordagem Humanística e até mais avançadas, evidenciando assim um resgate parcial da referida abordagem como fins de ampliar e melhorar os serviços prestados pela instituição.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

CESAR, Mônica de Jesus. A experiência do serviço social nas empresas. Capacitação em serviço social e políticas sociais. Brasília: UNB, 1999, p. 167 – 180.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

FALEIROS, Vivente de Paula. Estratégias em serviço social. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

FREIRE, Lúcia M. B. O serviço social na reestruturação produtiva: espaços, programas e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2003.

IAMAMOTO, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

MOTA, Ana Elizabete da. O feitiço da ajuda: as determinações do serviço social na empresa. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1998.

SCANIA. Relatório social e ambiental. Disponível em http:// www.scania.com.br. Acesso em 27 de março de 2008.


[1] A primeira etapa a qual analisa o trabalho e a adaptação do trabalhador ao trabalho ficou conhecida como psicologia do trabalho ou psicologia industrial. Esta etapa verificava as características humanas que as tarefas exigiam de seu executor e a partir de então fazia a seleção científica dos empregados baseados em tais características. A segunda etapa abordava a adaptação do trabalho ao trabalhador, voltados para os aspectos individuais e sociais do trabalhador.

[2] As informações sobre as ações da SCANIA mencionadas neste trabalho foram extraídas dos site da própria empresa, a qual disponibiliza um relatório das ações sociais, ambientais, e da responsabilidade social que a empresa mantém, além também, da participação do assistente social nas referidas ações. Outras informações não mencionadas neste trabalho poderão ser encontradas no endereço eletrônico http://www.scania.com.br.


Autor: Maurício Jose da Silva


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