Formulação de Objetivos e Metas Estratégicas



Sabe-se bem que todo planejamento estratégico deve conter objetivos e metas. O conceito de ambos os termos ainda é bastante confundido. Para Rodrigues et al (2009), os objetivos são entendidos por resultados quantitativos e qualitativos desejados pela empresa. Os autores ainda mencionam que metas são resultados quantitativos mensuráveis a se realizarem em prazo estipulado especificamente, ou seja, a meta mensura o que o objetivo deseja alcançar em forma de números.

Os objetivos e metas têm papel fundamental no planejamento estratégico. Ao se estabelecerem prazos e quantificarem os resultados, os objetivos e metas tornam o planejamento mais fácil de ser executado. É importante atentar-se que os objetivos, assim como as estratégias, devem atender as necessidades da organização. Os objetivos e metas devem ser tangíveis e não um sonho no imaginário do executivo.

Para Costa (2007), os objetivos e metas também têm a finalidade de propor desafios ao planejamento estratégico. Quão maior e mais arrojado forem os objetivos e metas, mais desafiador será o planejamento. Segundo o entendimento de Rodrigues et al (2009), os objetivos podem ser classificados segundo natureza, forma e prazo. Referente à natureza, os objetivos podem ser gerais ou específicos. Quanto à forma, eles podem ser quantitativos ou qualitativos e, por fim, em relação ao prazo, de curto ou longo prazo. Para Ansoff (1990, p.58), os objetivos de longo prazo têm papel determinante dentro da organização:

Mas, para permanecer rentável a longo prazo, a empresa precisa continuar renovando a si mesma; novos recursos devem ser aplicados e novos produtos e mercados precisam ser desenvolvidos. Muitas fases fundamentais desta atividade de auto-renovação possuem longos períodos de maturação. Portanto, durante o período próximo devem ser feitas aplicações de recursos para alguns tipos de necessidades de longo alcance, tais como pesquisa e desenvolvimento, treinamento gerencial, e novos ativos fixos. (ANSOFF, 1990, p.58)

Neste sentido, Costa (2007) acredita que os objetivos e metas produzem parâmetros chave para a organização no andamento do planejamento. Norton e Kaplan (1997) afirmam que as metas também devem ser ambiciosas e indicarem o grau de superação para empresa, bem como entendidas por toda a organização.

Thompson e Strickland (2002, apud RODRIGUES et al, 2009) fazem um importante adendo ao tema. Os autores ensinam que os objetivos, do ponto de vista empresarial, possuem dois conteúdos: financeiro e estratégico. Quanto ao financeiro, sua importância repousa no sentido de assegurar recursos para a sobrevivência em curto prazo. Em face ao conteúdo estratégico, desempenham papel importante na construção do hoje em prol do sucesso futuro.

Bethlem (2009) traz um ensinamento interessante à luz dos objetivos, pois relata que os objetivos podem ter, entre vários, quatro fins mais importantes e usuais. São eles: lucro, crescimento, sobrevivência e prestígio. No que se diz respeito ao lucro, o autor menciona que a estratégia refere-se à inter-relação de insumos, processos e produtos. Por exemplo, insumo: comprar mais barato; processo: produzir mais barato; produto: vender mais barato.
Em face ao objetivo crescimento, Bethlem (2009, p.34) diz:

O crescimento da empresa em patrimônio líquido pode ser decorrência das estratégias de maior lucro desde que reinvista o lucro excedente. Poderia também ser obtido, mantendo-se o lucro igual, desde que houvesse maior investimento na empresa, oriundo de fontes externas. (BETHLEM, 2009, p, 34)

Os objetivos de sobrevivência atendem a perspectiva de estratégias relacionadas a ações preventivas, como controle de concorrência, elaboração de cenários e prospecção tecnológica. (BETHLEM, 2009). Por fim, para o autor, o objetivo prestígio responde a aspectos relacionados à imagem e identidade da organização.

O monitoramento das metas é de suma importância para o planejamento. Sabe-se que o ambiente externo é dinâmico e mutável; desta forma, acompanhar periodicamente o andamento das metas é de bom aproveito. No decorrer do planejamento pode ocorrer de algumas metas encontrarem-se abaixo do nível indicado para o período. Por isso, a necessidade do monitoramento periódico.

Referências

ANSOFF, H. I., A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1990. 265 p.

BETHLEM, A., Estratégia Empresarial, Conceitos, processo e administração estratégica. 6. Ed. São Paulo: Atlas S.A, 2009. 396 p.

COSTA, E. A., Gestão estratégica, Da empresa que temos para a empresa que queremos. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 424p

NORTON, D. P., KAPLAN. R. S., A estratégia em ação, Balanced scorecard. 26. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997. 341 p.

RODRIGUES, M. R. A.,TORRES M. C. S., FILHO J. M., LOBATO. D. M, Estratégia de empresas. 9.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2009. 528p


Autor: Ricardo Da Silva Garcia


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