Você tem Saudade do Quê?
Prestes a completar meus 50 anos, mas com eterno espírito adolescente, se me for feita a pergunta acima acredito que teria lista enorme de coisas e não sei ao certo se conseguiria relacionar com ordem crescente de importância. Obviamente começaria por minha família, alguns que se foram e deixaram muita saudade. Só pra citar alguns, minha mãe e as histórias que ela nos contava; meu pai e seus versos, músicas e causos; irmãos; tios, etc... Bom, mas isso não tem jeito, pelo menos para nós simples e limitados humanos, então vamos partir para o que, felizmente, é possível resgatar em parte na rede mundial de milagres chamada internet.
Tenho saudade, por exemplo, dos desenhos pouco animados, já que eram praticamente fotografias coloridas de revistas que eu lia na banca do meu pai e posteriormente da minha tia Rita, dos heróis da Marvel: Thor, Capitão América e Homem de Ferro eram meus preferidos. Confesso que não gostava muito de desenhos do Namor, o príncipe submarino, e do Hulk. Já os do Homem Aranha, que não era da Marvel, eu também achava bem legal. E o que dizer então dos desenhos do Gasparzinho? Baby Huey? Ou simplesmente Huguinho, era assim que conhecíamos, no Brasil, o patinho bebê grande e gorducho, sempre desdenhado por sua turma, mas que acabava salvando todos do lobo.
Ainda na infância televisiva, como esquecer as transmissões mesmo recebidas em preto e branco de séries como Perdidos no Espaço, Túnel do Tempo, Terra de Gigantes, Tarzan, Roy Rogers, Zorro de capa e espada, Jeannie é um gênio, a Feiticeira, A família monstro, Nós e o Fantasma, Rin Tin Tin, Combate, entre tantas outras. Desenhos como a Pantera cor de rosa, Bom Bom e Mau Mau, A corrida maluca, Tom e Jerry, Os Flintstones, Os Jetsons, Recruta Zero, Faísca e Fumaça, Manda Chuva, Plic, Ploc e Chuvisco, Dom Pixote, Zé Comeia, Pepe Legal e uma infinidade mais, que nem de longe lembram a violência de muita coisa que se vê agora.
E as músicas, os esportes? Álbuns de figurinha de artistas obviamente teriam entre os destaques o Roberto Carlos; coleções de futebol que não tivessem de carro chefe o Pelé seriam fadadas ao fracasso; automobilista eram Emerson Fittipaldi e José Carlos Pacce, depois viriam (o novo sempre vem) Piquet e Senna. Ouvir a música preferida não era tão simples como hoje, que se acha quase tudo na internet, tínhamos que esperar pelos hits paredes das rádios ou esperar o vinil lançado no final de ano e tocado até a agulha da vitrola agüentar. E mesmo assim tenho saudades. E você? Tem saudade do quê?
Edson Silva, 49 anos, jornalista, Campinas
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Autor: Edson Terto Da Silva
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