GESTÃO ESTRATÉGICA, DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA EM INSTITUIÇÕES ESCOLARES: RECURSOS DE QUALIDADE EM EDUCAÇÃO.



JAICE MARY DE OLIVEIRA






GESTÃO ESTRATÉGICA, DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA EM INSTITUIÇÕES ESCOLARES: RECURSOS DE QUALIDADE EM EDUCAÇÃO.

















1. INTRODUÇÃO
Esta pesquisa científica intitulada Gestão Estratégica, Democrática e Participativa em Instituições Escolares: recursos de qualidade em educação pretende contribuir com o trabalho do gestor de instituição de ensino discutindo a importância das suas funções, não apenas as restritas ao ambiente interno da unidade escolar, mas e, principalmente, nos reflexos de suas ações nos ambientes externos da escola, considerando que deve preparar o aluno com perfil adequado para construir conhecimentos, habilidades, hábitos, competências e atitudes necessários para entender a si mesmo, às pessoas que o rodeiam, ao país e ao planeta onde vive e enfrentar os desafios do mundo do trabalho e da sociedade contemporânea.
Busca também contribuir para que o gestor escolar conheça e utilize estratégias competentes para a busca da qualidade de ensino, adequação no relacionamento entre as pessoas envolvidas no processo educativo, construa capacidades para liderar equipes, motivando-as e incentivando-as para os desafios da sua prática profissional e para o enfrentamento adequado de suas emoções.
É importante que ele entenda que, em uma instituição de ensino, todos os integrantes da sua estrutura, desde a direção até os funcionários de apoio, devem trabalhar com o mesmo objetivo de buscar o crescimento da escola e o aperfeiçoamento pessoal e profissional de todos os colaboradores, condições imprescindíveis para que possa oferecer aos seus alunos ensino de qualidade.
Para que isso ocorra vários recursos poderão ser utilizados como: diálogo, interesses por decisões coletivas, vontade de aprender e ensinar, deixar de fazer apenas o possível e buscar sempre o melhor, entre outros.
Por sua vez, o gestor deve procurar garantir motivação, valorização e entendimento de todos os envolvidos, fazendo diagnósticos contínuos da realidade institucional, buscando as causas das dificuldades detectadas e alternativas para saná-las, preparando-se e todas as pessoas para que possam contribuir e colaborar para a qualidade do trabalho de gestão democrática e participativa dentro da instituição, o que nem sempre acontece nas unidades escolares.
De um modo geral, a administração escolar é realizada através de ordens, normas e regulamentos, impostos de cima para baixo, sem nenhum questionamento, acentuando o comportamento de submissão, sem críticas nem discussões, por medo de possíveis conflitos e punições. Sem liberdade para criar, despreparados para grandes inovações, os administradores escolares sentem-se inseguros, frustrados e profissionalmente ameaçados. (VIANNA, 2000, p.7)

Como afirma Vianna (2000) em muitas instituições os líderes apresentam características autoritárias: ordenam, decidem, julgam, punem.
Geralmente em reuniões, os dirigentes não consultam seus funcionários - o que lhes causa desmotivação - não ressaltam o quanto o seu papel é importante dentro da instituição. Apenas passam-lhes as informações e as normas que devem atender, de preferência, mecanicamente, submetendo-os à ordem preestabelecida, não permitindo questionamentos e opiniões.
Conseqüentemente, os funcionários se sentem coagidos, frustram-se e reagem de forma negativa faltando ao serviço, deixando de cumprir suas funções ou inventando desculpas para não fazê-las. Não divulgam a empresa, ficam de mau humor, descuidando de equipamentos e provocando gastos excessivos de materiais e com acidentes.
Percebe-se que muitos profissionais que atuam no ambiente escolar não estão informados de seus direitos, têm a sensação de que não fazem parte da estrutura da escola e da sua proposta educativa.
Procurando subsidiar as escolas na compreensão e busca de alternativas de ação que possam contribuir para melhorar esse cenário, a Secretaria da Educação Básica (SEB) do Ministério de Educação (MEC) encaminhou para as unidades escolares do país as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Área Profissional no qual afirma que esse pessoal é
[...] ?um segmento historicamente esquecido e não contemplado pelas políticas oficiais? e que ?o novo contexto social fez da escola um espaço de exercício de múltiplos papéis, o que requer a presença de vários profissionais da educação. Esta realidade coloca em cena os funcionários de escola?. (NAVARRO, 2006, p.45-46)

Anteriormente a essa publicação do MEC várias outras legislações já definiam a gestão democrática e participativa como forma de orientar o trabalho de gerir uma instituição de ensino.
Essa forma de gestão está presente, de forma explícita, clara:
- no artigo 206 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988;
Art. 206 - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
(fonte: http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf205a214.htm).

- dos artigos 1° e 2° da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira nº 4.024 de 1961
TÍTULO I
Dos Fins da Educação
Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fim:
a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais grupos que compõem a comunidade;
b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem;
c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional;
d) o desenvolvimento integral da personalidade humana e a sua participação na obra do bem comum;
e) o preparo do indivíduo e da sociedade para o domínio dos recursos científicos e tecnológicos que lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as dificuldades do meio;
f) a preservação e expansão do patrimônio cultural;
g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça.
TÍTULO II
Do Direito à Educação
Art. 2º A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola.
Parágrafo único. À família cabe escolher o gênero de educação que deve dar a seus filhos.
Art. 3º O direito à educação é assegurado:
I - pela obrigação do poder público e pela liberdade de iniciativa particular de ministrarem o ensino em todos os graus, na forma de lei em vigor;
II - pela obrigação do Estado de fornecer recursos indispensáveis para que a família e, na falta desta, os demais membros da sociedade se desobriguem dos encargos da educação, quando provada à insuficiência de meios, de modo que sejam asseguradas iguais oportunidades a todos.
(...) (Fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/6_Nacional_Desenvolvimento/ldb%20lei%20no%204.024,%20de%2020%20de%20dezembro%20de%201961.htm).

- no artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira nº 5.692, de 1971
Cada sistema de ensino compreenderá, obrigatoriamente, além de serviços de assistência educacional que assegurem aos alunos necessitados condições de eficiência escolar, entidades que congreguem professores e pais de alunos, com o objetivo de colaborar para o eficiente funcionamento dos estabelecimentos de ensino.
(fonte: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/l5692_71.htm).

A lei interferiu no interior da escola do ponto de vista político, em nível de unidade escolar as entidades que congregam professores, pais de alunos, comunidade são os Conselhos de Escola, tanto a Lei nº 5.692/71 quanto a LDB/61 não contemplava princípios que surgiriam com a LDB de 1996, que antes eram apenas consultivos passando a ser deliberativos, resultados das transformações na estrutura institucional brasileira acontecida nos anos de 1980, que levaram à elaboração de uma nova Constituição. Por sua vez, gerou a mais recente Lei de Diretrizes e Bases, a de nº. 9.394/96, trazendo preceitos tais como: liberdade dos sistemas de ensino, partindo de uma definição clara das competências de cada um, referentemente à educação escolar; e concessão de um grande espaço de flexibilização na base para Estados e Municípios, dentre outros.
- no artigo 3° da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira nº 9.394, de 1996, pode-se perceber:
1° a reafirmação dos princípios do ensino deferidas pela Constituição Federal Brasileira de 1988:
Art. 3o O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm).

2° a gestão democrática do ensino que foi subordinada não só na Lei Federal, mas a legislação dos sistemas de ensino.
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm).

3° a complementação da Lei que se refere:
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm).

No entanto, percebe-se que, na maioria das escolas, a gestão democrática e participativa ainda não é uma realidade efetiva, especialmente por não ser bem entendida.
Este tema foi escolhido para contribuir na qualidade do processo de ensino-aprendizagem desenvolvido nas escolas criando e propondo estratégias para a participação de todos os envolvidos na gestão escolar. Discutindo as possibilidades de efetivar uma gestão participativa e democrática no cotidiano das escolas. E pretende contribuir no sentido de buscar respostas para problemas enfrentados pelos diretores na condução de suas escolas e alternativas de ação que viabilizem a gestão estratégica, democrática e participativa em busca da qualidade em educação com os recursos do currículo da unidade escolar.
Atualmente formada em Licenciatura Plena em Pedagogia, busco a partir de uma visão geral e globalizada os resultados profissionais do Mestrado contribuir para o melhor desempenho do gestor escolar na medida em que proporciona sugestões de alternativas para que ele possa efetivar, com competência, criatividade e crítica, uma gestão estratégica, democrática e participativa, reconhecendo a importância da participação de todos os integrantes da escola e da comunidade nas decisões sobre a sua estrutura e o seu funcionamento e possa conscientizar-se de que, com esse trabalho diferenciado e desafiador, também estará contribuindo para o aperfeiçoamento da qualidade do processo de ensino-aprendizagem desenvolvido na unidade escolar sob sua responsabilidade.

2. PROBLEMA
As avaliações do empenho dos alunos têm demonstrado o baixo desempenho dos alunos matriculados nos diferentes níveis do ensino fundamental. Desses dados pode-se inferir que o trabalho do professor nos cotidianos da sala de aula não esta sendo desenvolvidos de formas adequadas. Como o diretor é o responsável pela a unidade escolar tem também muita responsabilidade pelo mal desempenho de docentes e discentes.

2.1 Objeto:
O problema de pesquisa centra-se no fato de que, como o diretor é o responsável pela unidade escolar que administra, tem também muita responsabilidade pelo desempenho de docentes e discentes da escola.
As avaliações do desempenho dos alunos, por sistemas nacionais e internacionais, têm demonstrado o baixo desempenho dos alunos matriculados nos diferentes níveis do ensino fundamental.
Desses dados pode-se inferir que o trabalho do professor no cotidiano da sala de aula não está sendo desenvolvido de forma adequada. O mesmo está acontecendo com o desempenho de docentes.
Os resultados da prova de seleção aplicada pela Secretaria Estadual da Educação para contratação de professores temporários da rede pública de ensino básico mostram por que a categoria se recusava a ser avaliada. Dos 181 mil docentes que se submeteram ao exame, preparado pela UNESP e aplicado em dezembro de 2009, cerca de 88 mil não alcançaram a nota mínima para lecionar. Ou seja, quase metade dos candidatos foi reprovada, não tendo acertado metade das 80 questões. E como um quinto da nota final vem de uma pontuação recebida pelos anos de serviço na rede, o desempenho médio dos docentes pode ter sido ainda mais constrangedor. Muitos reprovados já trabalham em sala de aula. (Estadão de São Paulo, 2010, p. 1).

De acordo com publicação no Estadão de São Paulo (2010) percebe-se que ao submeter os professores á prova de seleção, o governo estadual pretendia estimular os mesmos a se capacitar. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, por sua vez, prometeu não recontratar quem não obtivesse a média de 5 no teste aplicado em dezembro.
Segunda a mesma matéria do Estadão de São Paulo (2010), [...] "não contratando os professores temporários reprovados ela deixará sem aulas mais de 5 milhões de alunos que estudam nas 5,3 mil escolas da rede Estadual". O problema é que, ao contratar docentes não qualificados, o governo estará retroagindo em suas estratégias para melhorar a qualidade do ensino público no Estado. Que tipo de atividade didática esperar de quem não conhece a disciplina que ensina?
2.2 Objetivo da pesquisa:
Nesta pesquisa de investigação científica pretende-se alcançar os seguintes objetivos: identificar possibilidades, fatores facilitadores, dificultadores limitações e riscos da efetivação do planejamento estratégico e participativo nas escolas; vivenciar situações reais e problemas que permeiam a implantação do planejamento estratégico e participativo na gestão escolar; Identificar estratégias que possam integrar na gestão escolar representantes dos seguimentos envolvidos no trabalho da unidade escolar, contribuindo para a educação brasileira.
3. JUSTIFICATIVA
Este trabalho será importante por que contribuirá para o melhor desempenho do gestor escolar e indicará alternativas para que ele possa efetivar, com competência, uma gestão democrática e participativa. Auxiliará também para o reconhecimento da importância da participação de todos os funcionários nas decisões sobre a estrutura e o funcionamento da unidade escolar.
Samuel C. Certo (1993), autor que estuda esta visão estratégica, destaca três questões importantes para o estudo da situação atual da organização. Na primeira discute quais seus propósitos e objetivos para que o administrador saiba aonde quer chegar e quais as estratégias mais adequadas para que ela cumpra sua missão e atinja seus objetivos. Na segunda reflete sobre para onde a organização está indo e se há progresso satisfatório em suas metas. A terceira estuda o que pode ser feito para que, no futuro, os objetivos organizacionais possam ser alcançados de forma mais efetiva.
Para obter sucesso no controle estratégico, a administração deve ter informações válidas e confiáveis que reflitam as diversas medidas de desempenho organizacional. Sem tais informações, as atitudes tomadas para exercer o controle estratégico serão altamente subjetivas e terão pouca chance de melhorar consistentemente o desempenho organizacional. As informações são vitais ao controle estratégico bem-sucedido. (CERTO, 1993, p. 221)

Embora ainda com muitas restrições alguns diretores de escola estão utilizando princípios da gestão estratégica adequando-os às unidades escolares sob sua responsabilidade, têm utilizado também autores que especificamente trabalham a gestão escolar como: Brunet (1992), Caravantes (2004), Certo (1993), Chiavenato (2000), Juran (1997), Deming (1990), Dias (2004), Drucker (1999), Gil (1997), Hoji (2004), Kotler (2000), Kroef (2005), Lima (2000), Maximiano (2000), Meister (1999), Paro (2003), Ross (2008), Senge (2000) e Vianna (2000).

4. REFERENCIAL TEÓRICO

No entendimento da gestão escolar, especialmente democrática e participativa serão estudados:
- Paro (2003) que, tomando a gestão democrática da escola como ponto de partida para uma mudança qualitativa de ensino público, analisa as dificuldades de sua implantação ? cultura autoritária do ensino, ausência de recursos financeiros, desmotivação de professores e a falta de uma estrutura que favoreça a participação dos pais, entre outros fatores. Ao mesmo tempo, propõe, detalhadamente, uma reorganização da estrutura escolar, em que o Diretor deixe de ser o centro do processo decisório de cada escola e passe a dividir o direito e responsabilidade das decisões com pais, alunos e professores.
Se queremos uma escola transformadora, precisamos transformar a escola que temos aí. E a transformação dessa escola passa necessariamente por sua apropriação por parte das camadas trabalhadoras. É nesse sentido que precisam ser transformados os sistemas de autoridade e a distribuição do próprio trabalho no interior da escola. (PARO, p. 10, 2003).

- Vianna (2000) em seu livro Planejamento Participativo nas escolas, propôs envolver, na efetivação do Planejamento democrático e participativo, para a tomada das decisões mais significativas e prioritárias da gestão escolar, representantes de todos os segmentos da escola. Destaca que a gestão democrática e participativa não se identifica com decisões a respeito de aspectos e ações secundárias, fragmentadas e isoladas da unidade escolar. Deve envolver o diagnóstico de suas dificuldades e sucessos, a busca de soluções coletivas e organizadas para aspectos prioritários.
Como ser social, o homem encontra sua realização no convívio com seus semelhantes, necessitando de trabalho participativo, comunitário, que possibilite trocas de vivências e maior aperfeiçoamento e satisfação pessoal. (VIANNA, 2000, p.18)

-Brasil (2004), discute a participação da escola cidadã, conceitua o processo de construção da gestão democrática como movimento permanente que não se decreta, mas que resulta de processos coletivos de tomadas de decisões, propondo a ação articulada entre o diretor escolar e o conselho escolar.
Esse processo de mudança, que amplia o estabelecimento de ações compartilhadas na escola e fortalece a forma de organização coletiva, com a estrutura de equipe gestora, e a criação e atuação dos Conselhos Escolares têm se mostrado um dos caminhos para se avançar na democratização da gestão escolar. (BRASIL, 2004, p. 53)

No entendimento da gestão estratégica, participativa e na reflexão sobre as possibilidades de sua utilização na gestão escolar foram estudados autores como:
- Oliveira (1999), descreve quatro princípios gerais para o planejamento, tais como: princípio da contribuição aos objetivos; princípio da procedência do planejamento; princípio da maior penetração e abrangência (em pessoas pode ocorrer a necessidade de treinamento, substituição, transferências, funções, avaliação, etc.); princípio de eficiência (fazer coisas de maneira adequada, resolver problemas, salvaguardar os recursos aplicados, cumprir o seu dever, e reduzir o custo), de eficácia (fazer as coisas certas, produzir alternativas criativas, maximizar a utilização de recursos, obter resultados e aumentar o lucro), de efetividade (manter-se no ambiente e apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo).
Planejamento participativo: o principal beneficio do planejamento não é o seu produto, ou seja, o plano, mas o processo envolvido. Nesse sentido, o papel do responsável pelo planejamento não é simplesmente elaborá-lo, mas facilitar o processo de sua elaboração pela própria empresa e deve ser realizado pelas áreas pertinentes ao processo. (OLIVEIRA, 1999, p. 37).

- Senge (2000); que, no livro "A quinta disciplina" define os contornos da "organização que aprende", na qual as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar resultados que realmente desejam.
Por fim, nenhum sistema gerencial pode prosperar sem um sistema alinhado de educação pública. Se nossos ativos humanos forem cada vez mais a chave para a competitividade global, então não existe área de maior alavancagem do que o desenvolvimento de pessoas através da educação de alta qualidade. (SENGE, 2000, p. 15)

- Cortella (2009), no livro "Qual é a tua obra?" apresenta uma visão de trabalho sobre a qual todo administrador deve refletir:
A idéia de trabalho como castigo precisa ser substituída pelo conceito de realizar uma obra. [...] Eu me vejo naquilo que faço e não naquilo que penso.[...]Tenho de ver o projeto que faço como minha obra. Do contrário, ocorre o que Marx chamou de alienação: todas as vezes que eu olho o que eu fiz como não sendo ou não me pertencendo, eu me alieno. Fico alheio. Portanto, eu não tenho reconhecimento.[...] (CORTELLA, p. 17-22, 2009).

Alerta também sobre a necessidade do trabalho ser uma atividade prazerosa. Para Cortella (2009, p.21) [...] "Trabalhar cansa, mas não necessariamente precisa gerar estresse. Isso tem haver com resultado, trabalho tem sempre a ver com resultado".

5. METODOLOGIA
O método utilizado para orientar os passos da pesquisa será o indutivo ? dedutivo - indutivo, utilizando a análise do processo de prática ? teoria - prática na gestão escolar, pois, partirá do diagnóstico da prática da administração das escolas pesquisadas, busca-se autores que podem corroborar com os estudos e as propostas de solução do problema, respostas para a questão central de pesquisa e as questões de investigação, e a confirmação, ou não, das hipóteses e pressupostos elencados para a investigação científica.
No momento da indução partirá dos dados particulares, adequadamente constatados, para chegar às verdades gerais ou universais não contidos nos dados particulares.
A partir do diagnóstico realizado (indução) passa-se ao momento do processo hipotético - dedutivo que, segundo Vianna (2001), partindo da análise do problema escolhido buscam-se alternativas possíveis e viáveis para explicá-lo e, em seguida, pela dedução, controlar a ocorrência dos fenômenos trabalhados nas hipóteses. Nesta proposta metodológica serão utilizados os procedimentos: definição de um problema prático- teórico-prático; proposição de hipóteses ou pressupostos, que são as possíveis explicações para o problema que será estudado; tentativa de falseamento ou eliminação de erros; apuração dos resultados; proposta de conclusões ou recomendações.
Finalmente retorna-se ao processo indutivo para verificar as possibilidades, vantagens, desvantagens e riscos da aplicação, na realidade prática e cotidiana das escolas pesquisadas, das conclusões aferidas no processo de dedução.
Para atingir os objetivos do trabalho será utilizada a pesquisa bibliográfica, no sentido de buscar autores que pudessem corroborar, ou não, as propostas de investigação definidas para o trabalho e a pesquisa de campo, para que os sujeitos envolvidos no trabalho nas unidades escolares pesquisadas pudessem dar indicativos a respeito da prática cotidiana da gestão estratégica e participativa no seu cotidiano institucional.
Como instrumento para coleta de dados será utilizada a entrevista semi-estruturada, orientada para as especificidades dos diferentes segmentos que integram cada unidade escolar.
O tratamento dos dados quantitativos será feito estatisticamente e registrado em quadros e gráficos. Os dados qualitativos também serão feitos estatisticamente e registrados em quadros, codificados em gráficos e serão trabalhados por categorias organizadas a partir da análise do discurso dos sujeitos envolvidos.
Os resultados da pesquisa de campo será realizada para confirmar ou não, com os profissionais que trabalham nas unidades escolares o alcance dos objetivos, a validade das hipóteses e dos pressupostos elencados, a adequação do tipo de pesquisa, do método utilizado, da sistemática adotada para a coleta, registro e análise dos dados de pesquisa. Para a realização desta pesquisa opta-se por um processo de investigação científica quantitativa (serão entrevistados colaboradores que fazem parte do ambiente escolar, como: supervisores, diretores, coordenadores, professores, agentes de apoio, alunos e pais de alunos), e qualitativa (realizada a partir do discurso do sujeito coletivo) que envolverá 4 etapas (será realizada a análise das idéias centrais dos discursos individuais a partir dos registros escrito sobre cada item enfocado na pesquisa; identificação e análise das ancoragens que, direta e indiretamente, possibilitaram o estudo de visões e opiniões que fossem coletivas ? a seguir serão codificados em gráficos as respostas; será realizado estudos comparativos dos discursos individuais e coletivos, buscando correlação entre os registros de cada um deles, e em cada questão proposta; será avaliado as contribuições dos resultados da pesquisa para saber, pelos discursos individuais e coletivos, se os objetivos propostos foram alcançados). Segundo Lefèvre (2003), a representatividade é quantitativa porque tal discurso tem uma expressão numérica (que indica quantos depoimentos, do total, foram necessários para compor cada Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e, portanto, confiabilidade estatística, considerando-se as sociedades como coletivos de indivíduos; a qualitativa porque na pesquisa com o DSC cada distinta opinião coletiva é apresentada sob a forma de um discurso, que recupera os distintos conteúdos e argumentos que conformam a dada opinião na escala social.
A ênfase maior será dada a pesquisa qualitativa realizada á partir do DSC, que segundo Lefèvre (2003) "é uma reunião num só discurso-síntese homogêneo redigido na primeira pessoa do singular de expressões chave que tem em a mesma idéia central ou ancoragens" e tem como objetivo refletir sobre as possibilidades oferecidas para expressar, empiricamente, a opinião ou pensamento coletivo.
5.1 Cronogramas de atividades
A pesquisa bibliográfica e de campo serão realizadas a partir do cronograma abaixo:
REFERÊNCIAS
BRASIL, Constituição da Republica Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1998. (2006). Disponível em:
http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf205a214.htm. Acesso em: 26 setem. 2010.

______, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei 4.024/61. Disponível em:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/6_Nacional_Desenvolvimento/ldb%20lei%20no%204.024,%20de%2020%20de%20dezembro%20de%201961.htm. Acesso em: 26 setem. 2010.

______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei 5.692/71. Disponível em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/l5692_71.htm. Acesso em: 26/10/2010.

______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei 9.394/96. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 30 agost. 2010.

______, Ministério da Educação. Secretária da Educação Básica. Conselho escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor. Elaboração Ignez Pinto Navarro [et al.]. Brasília: MEC, SEB, 2004.

BRUNET, Luc. Clima de trabalho e eficácia da escola. In: NÒVOA, A. As organizações escolares em análise . Lisboa: Dom Quixote, 1992.

CARAVANTES, Geraldo Ronchetti; PANNO, Cláudia C.; KLOECKNER, Mônica C. Gestão Estratégica de resultados: construindo o futuro. Porto Alegre, RS: AGE, 2004.

CERTO, Samuel C.; PETER, J. Paul. Administração Estratégica: Planejamento e Implementação da Estratégia. Tradução: Flávio Deni Steffen. São Paulo: Makron Books, 1993.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração de recursos humanos: fundamentos básicos. 6.ed. São Paulo: atlas, 2000.

CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre Gestão, Liderança e Ética. 7ed. ? Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

DEMING, W. E. Qualidade: A Revolução da Administração. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990. Disponível em:
http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/arquivos/info80/80.html. Acesso em: 12 jan. 2011.

DIAS, José Augusto. Gestão da escola. In: MENESES, João Gualberto de Carvalho [et al]. Estrutura e funcionamento da educação básica ? Leituras. 2.ed. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2004.

DRUCKER, Peter Ferdinandi. Fator humano e desempenho: o melhor de Peter F. Drucker sobre administração. São Paulo: Pioneira, 1999.

ESTADÃO DE SÃO PAULO. Professores reprovados. Publicado em jan 2010. Disponível em:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100127/not_imp501959,0.php. Acesso em: 26 setem. 2010.

GIL, Antônio de Loureiro. Gestão da qualidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1997.

HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma abordagem prática: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e controle financeiro. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

JURAN, Joseph M. A qualidade desde o projeto. 3.ed. São Paulo: Pioneira, 1997.

KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10.ed.Tradução Bazán Tecnologia e Lingüística; revisão técnica Arão Sapiro. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

KROEF, Ada beatriz Gallicchio; KROEF, Gisele Soares. Escola-empresa: Traços do empresário - sombra. Revista brasileira de educação, n° 28, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n28/a10n28.pdf. Acesso em: 06 nov. 2010.

LEFÈVRE, Fernando; LEFÈVRE, Ana Maria Cavalcanti. O sujeito coletivo que fala. Interface ? comunic, saúde, educ, v.10, n. 20, p. 517-24, jul/dez 2006. Disponível em: http//www.scielo.br/pdf/icse/v10n20/17.pdf. Acesso em: 10 fev. 2010.

______. O discurso do sujeito coletivo: um novo enfoque em pesquisa quantitativa. ed. Ver. E ampl. ? Caxias dos Sul, RS: Educs, 2003.

LIMA, Licínio C. Organização escolar e democracia radical: Paulo Freire e a governação democrática da escola pública. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000. (Guia da escola cidadã; v.4)

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2000.

MEISTER, Jeanne C. Educação corporativa: a gestão do capital intelectual através das universidades corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122006000300006. Acesso em: 07 fev., 2011.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessário á educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. 9. ed. São Paulo: Cortez. Brasília, DF: UNESCO, 2004 (a).

_____. A cabeça bem ? feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Tradução Eloá Jacobina. 10. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004 (b).

NAVARRO, Ignez Pinto [et. al.]. Conselho escolar e a valorização dos trabalhadores em educação. Brasília: Ministério da Educação, Secretária de Educação Básica, 2006.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas ? 14.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3.ed. Ática: São Paulo, 2003.

ROSS, Stephen A; WETERFIELD, Randolph W; JORDAN, Bradford D. Princípios de administração financeira. Tradução Andrea Maria Accioly Fonseca Minardi; revisão técnica Antônio Zoratto Savicente. 2.ed. 7 reimpr. São Paulo: Atlas, 2008.

SENGE, Peter M. A quinta disciplina: Arte e prática da organização da aprendizagem. 6.ed. Seller: São Paulo, 2000.

VIANNA, Ilca Oliveira de Almeida. Planejamento participativo na escola: um desafio ao educador. São Paulo: EPU, 2000.

______. Metodologia do trabalho científico: um enfoque didático da produção científica. São Paulo: EPU, 2001.

Autor: Jaice Mary De Oliveira


Artigos Relacionados


Escola De Gestores

O Papel Da GestÃo Escolar Na DemocratizaÇÃo Do Ensino PÚblico

As Expectativas Dos Alunos Da EducaÇÃo De Jovens E Adultos Quanto A GestÃo Escolar

Artigo: Gestão Democrática Na Escola

Gestão Participativa Na Escola

O Modelo De Gestão Democrática

Conselhos Escolares, Um Caminho PossÍvel Para O ExercÍcio Da Democracia Nas Escolas PÚblicas