Artigo: A crise financeira mundial e o quase calote americano



Artigo: A crise financeira mundial e o quase calote americano

Roberto Ramalho é advogado, jornalista, relações públicas, articulista, pesquisador e blogeuiro

A crise financeira gerada pelos problemas do mercado de crédito nos Estados Unidos em virtude do quase não pagamento dos juros da dívida pública americana, principalmente aos chineses, que detém um trilhão em títulos dos EUA, terminou gerando uma pré-crise mundial nas Bolsas de Valores do mundo inteiro, fazendo os investidores perderem cerca de um trilhão de dólares.

A crise propagou-se nestes tempos de globalização fazendo balançar bancos, bolsas e economias nacionais ao redor de todo o planeta e colocando em xeque o próprio sistema capitalista.

Foi preciso o governo ceder aos caprichos do Partido Republicano que faz oposição ao presidente Barack Obama para a crise passar e acalmar os mercados em todo o mundo.

Desde o início da crise até a quarta-feira (10.08.11), o mercado ainda chorava e temia a crise mundial que se abatia, com as Bolsas de Valores do mundo todo perdendo bilhões de dólares.

Contudo, imediatamente os principais agentes financeiros do Sistema capitalista saíram a opinar positivamente sobre o quadro, trazendo de volta a tranqüilidade tão esperada e fazendo com que as Bolsas de Valores voltassem a ter ganhos e recuperando praticamente o que haviam perdido em praticamente dois dias (12.08.11) com as altas nos principais papéis do mercado.

A Crise do limite de dívida (ou teto de dívida) dos Estados Unidos de 2011 significou um longo processo de negociação e de debate no Congresso americano sobre se o país deveria aumentar o limite de dívida ou não, e em caso positivo dizer em que montante.

Para salvar a economia mundial de uma crise internacional sem precedentes, foram discutidas as políticas de gastos públicos para o futuro, e quais seriam as políticas fiscais necessárias para aplicar após o incremento do limite da dívida.

Além disso, esperava-se que a discussão culminasse com importantes reformas estruturais para os procedimentos de pressupostos, como, por exemplo, em relação aos limites de gastos ou emendas à Constituição em se tratando de pressupostos equilibrados.

A dívida total nacional dos Estados Unidos era de 14,4 trilhões de dólares em julho de 2011, superando o cúmulo de gasto de 14,3 trilhões. Foi ai que o Departamento do Tesouro que não tinha autoridade para emitir ou contrair dívida além deste limite, obrigou o governo do presidente Barack Obama a realizar a reforma necessária para o país não quebrar e dar o calote da dívida externa.

A crise só terminou quando o governo do presidente Barack Obama, do Partido Democrata e o Partido Republicano de oposição, fizeram um acordo bastante complexo, conseguido elevar o limite de gastos em 31 de julho de 2011.

Após a sua aprovação na Câmara e Senado, o acordo foi finalmente ratificado pelo Presidente Barack Obama, ficando conhecido como Budget Control Act of 2011 em 2 de agosto, data limite para que o governo americano honrasse sua dívida externa com seus credores..

Autor: Roberto Jorge Ramalho Cavalcanti


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