Os grandes desafios que o Brasil precisa enfrentar para ser muito melhor



Diante de tantos problemas que afetam a economia em geral em razão de suas peculiaridades, é conveniente realizar a pergunta: o que o Brasil deve fazer para se sair bem desse momento de turbulência em muitos países? Será que o que já foi feito é suficiente para deixar o país em posição de vanguarda da economia mundial? O que está sendo feito é apenas um paliativo que não resolve o nosso problema que é crescer com inclusão das pessoas na economia? O que deve ser feito para o país ter um custo menor, ter um perfil menos concentrador de renda e crescer mais e melhorar o bem estar geral da população brasileira?

Uma das primeiras coisas a serem feitas é deixar de ter essa visão anacrônica de que não há nada a fazer além do que está sendo feito, notadamente no que se refere à taxa básica de juros. Países com indicadores muito inferiores ao nosso praticam taxas de juros que chegam a ser um terço das praticados no Brasil. O nível dos juros que é praticado no Brasil possui efeitos nocivos abarcando muito mais do que somente a inibição do crescimento da economia e da renda. Aumentam significativamente os custos da dívida pública afetando as mais diversas áreas em que o governo deveria cuidar dos cidadãos. Com o valor mais alto a ser pago na conta de juros, sobram menos recursos para saúde, educação, segurança, saneamento básico, etc. É uma conta bastante óbvia.

Além disso, os juros altos atraem investimentos especulativos em razão da grande diferença dos rendimentos obtidos aqui e nos outros países. Isso se torna mais forte considerando que esses investimentos são bastante seguros para esses aplicadores tendo em vista que o país honra seus compromissos e existem reservas em moedas estrangeiras suficientes para suportar crises de tamanhos razoáveis. Tudo isso configura-se no melhor dos mundos para os especuladores: altíssima rentabilidade, liquidez e segurança. Com essa possibilidade ímpar que o Brasil oferece, muitos especuladores passaram fazer aplicações no país ajudando a valorizar ainda mais a taxa de câmbio no Brasil.

A taxa de câmbio tem sido um dos grandes problemas que ajuda a dificultar o crescimento da nossa economia. Com o câmbio valorizado, as exportações são bem menores, as importações maiores e serviços como turismo são totalmente desfavoráveis ao Brasil. Com exportações menores, importações maiores e turismo interno menor levam a uma diminuição significativa no número de empregos que poderiam ser gerados na economia. É verdade que a taxa de câmbio valorizada ajuda um pouco a conter a inflação, mas existem outros mecanismos de conter a inflação que não seja pelo câmbio ou pela taxa de juros.

O melhor meio para combater a inflação é por meio do aumento da produtividade da economia. Para efetivar uma política dessa magnitude é preciso coragem e vontade política. É preciso sair desse mundinho em que as autoridades da área econômica estão vivendo. É preciso olhar o país no longo prazo, vislumbrando a potência desse gigante do Sul. Aumenta-se produtividade com investimentos em formação de mão de obra altamente qualificada, estrutura física que possam diminuir os custos de logísticas, uma reforma tributária que deixe o custo de produção mais enxuta, combater severamente a corrupção no seio do setor público e privado, diminuir sensivelmente os custos financeiros e previdenciários do Estado brasileiro, diminuir significativamente a burocracia existente atualmente, incentivar de forma efetiva o empreendedorismo com respaldo do setor público, além de outras ações de natureza semelhante. Fazendo isso, não teremos um país somente com inflação mais baixa, mas com mais emprego de qualidade, maior renda e riqueza, PIB muito maior e prosperidade para os brasileiros.
Autor: Francisco Castro


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