A interferência da subjetividade do psicólogo no andamento da psicoterapia.



A interferência da subjetividade do psicólogo no andamento da psicoterapia.
Por: Ueliton Santos de Andrade e Luciana Oliveira Silva.

"Trabalhar com a subjetividade humana é muito mais sério, do que se fazer uma planta de uma casa, do que dar uma aula, do que mexer com programas de computador, pois nestes últimos se acontecer algum erro há como se consertar, no caso da subjetividade humana é o contrário, muitas das vezes não tem como se consertar, haja vista que estamos mexendo com algo invisível". (INFORMAÇÃO VERBAL)1

Analisar a subjetividade do psicólogo é algo que perpassa por muitas nuances, sobretudo porque a Psicologia tem entre seus objetos de estudos a própria subjetividade dos sujeitos, ou seja, é a ciência que trabalha com a subjetividade humana, tendo por prioridade compreender o sujeito na sua totalidade. Desta maneira faz-se necessário que o psicólogo esteja atento a esta premissa, pois se o mesmo descuidar-se, no decorrer da psicoterapia poderá misturar ou identificar-se com as questões do seu cliente, podendo prejudicar o bom andamento do serviço.

O que se espera do psicólogo é que este, no decorrer do exercício da profissão possa trabalhar suas questões - uma vez que ninguém está livre da contratransferência-, pois não são somente psicólogos, senão que essencialmente humanos e estão expostos às mesmas "paixões" de seus cliente. Porém, o que os diferencia destes, é que podem conhecer a causa e conseqüências, além de saber como lidar com estas questões.
Sabe-se que Freud, escrevendo para os jovens psicanalistas preocupava-se com essa questão e orientava sobre a obrigatoriedade de que o profissional que se dedicasse à prática psicanalítica deveria estar em contínuo processo de análise. Já o Código de Ética do Psicólogo preconiza a este respeito dizendo que o psicólogo não poderá dar prosseguimento a um trabalho terapêutico se não estiver em plenas condições para exercer a profissão. Haja vista que devido ao objeto da profissão ser a subjetividade humana, é de se esperar que o psicólogo tenha muita cautela, pois se adentrar de forma irresponsável no conteúdo do sujeito e não conseguir fechar a gestalt, sem sombra de dúvidas trará um sofrimento psíquico ainda maior para essa pessoa.

Autor: Ueliton Santos De Andrade


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