Trabalho Escravo ou Escravo do Trabalho?



Leitores. Vimos nos jornais o problema do trabalho escravo nas oficinas que terceirizam a produção para uma grande grife, seus trabalhadores estavam expostos a longas jornadas de trabalho e a uma péssima remuneração além de denuncias de registro de "vales" por "adiantamentos" que muitas vezes faziam com que esses trabalhadores ganhassem bem menos que o salario mínimo.

Essa situação chocou toda a opinião publica, pois é inadmissível uma condição assim em pleno século XXI, onde todos anseiam por liberdade dignidade e justiça. O Ministério do Trabalho fiscalizou e esta atuando para resolver o problema causado por pessoas que querem explorar o ser humano em condição de vulnerabilidade como os imigrantes encontrados nessas "oficinas", não do século XXI, mas do século XIX época da Revolução Industrial onde se pagava muito pouco pelo o trabalho humano e cobravam-se extensas jornadas de trabalho sem direito nem a tempo para as necessidades humanas o que dirá para o lazer. No caso das oficinas era pago em alguns casos apenas R$ 0,07 centavos por peça, um absurdo!

Estaríamos sendo também escravos? Escravos do trabalho.

Faço essa pergunta não porque trabalhamos em empresas que nos exploram ou tenham praticas que não sejam recomendáveis, mas porque o ser humano esta se tornando cada vez mais escravo do ter e do querer, esquecendo a qualidade de vida. Em nome de um consumo exagerado estamos consumindo o planeta, retirando de suas entranhas matérias primas que demoram anos para serem criadas e isso compromete toda a sustentabilidade do planeta e dos seres que vivem nele.

O trabalho deve ser visto como uma atividade capaz de trazer prazer, equilíbrio e satisfação pessoal e não como algo que temos que fazer apenas para ganhar dinheiro. Quando falo em equilíbrio estou querendo dizer que o ser humano esta cada vez trabalhando mais e tendo cada vez menos qualidade de vida, calor intenso, chuvas em abundância, terremotos e maremotos além das "doenças" criadas pela sociedade como a violência, fuga da realidade através das drogas ou álcool e até mesmo o apego ao ter para apenas estar na moda, estão fazendo com que apesar da melhora do padrão de vida (qualidade e quantidade de bens e serviços disponíveis a uma pessoa) nos sintamos cada vez mais infelizes.

Vamos a partir de agora pensar se realmente vale a pena se tronar escravo do trabalho fazendo duplas jornadas de trabalho tendo dois ou mais empregos para alimentar esse padrão de vida.

Qualidade de vida envolve o bem físico, mental, psicológico e emocional, tempo para os relacionamentos sociais, como família e amigos e um tempo para cuidar da saúde, educação proporcionada por uma boa leitura ou até mesmo tempo para sentar em frente a uma janela e ver a vida passar.

Não se torne um escravo do trabalho pata ter um bom padrão de vida, porque todo escravo vive em absoluta sujeição a um senhor e esse senhor (o ritmo acelerado de vida) pode muito em breve lhe dar uma chibatada. Vamos refletir sobre isso!

(Pedro Paulo Galindo Morales é Tecnólogo em Gestão, Pós- Graduado em Controladoria, Técnico em Contabilidade e Blogueiro , www.pedropaulomorales.wordpress.com ).

Autor: Pedro Paulo Galindo Morales


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