Relacionamentos Interpessoais – Você E Os Outros



Recentemente fui convidado para ministrar um curso de Desenvolvimento Pessoal para os funcionários de uma grande empresa. Solicitaram-me que focasse a questão dos relacionamentos interpessoais, pois havia entre os vários colaboradores dessa empresa, situações conflitantes nesse sentido.

Elaborei um programa que envolvia o autoconhecimento, autoconfiança, insegurança, assertividade, tipos de relacionamentos dependentes e as mudanças pessoais necessárias.Executei o programa para todos os coaboradores, incluindo as alta e média gerências. Como o resultado foi fantástico, segundo avaliações dos envolvidos, estou repassando á você, caro leitor, trechos do programa. Espero que o agrade.

"Quando desconhecemos o que realmente somos, o que sentimos e como reagimos, corremos o risco de causar estragos em todos aqueles que nos são próximos e, inclusive em nós próprios...".

Todas as relações humanas envolvem comportamentos, sejam eles adequados ou inadequados. Na verdade, todo relacionamento envolve sentimentos e emoções, melhor ainda seria dizer que todo contato da pessoa com a realidade envolve sentimentos e emoções. Como se vê, para entendermos bem essa questão do relacionamento da pessoa com o outro deve-se começar procurando entender o relacionamento da pessoa com o seu próprio mundo e consigo mesmo. 

Todos os sentimentos, emoções e comportamentos que experimentamos ao contactar a realidade - seja a realidade dos fatos ou das pessoas - são conseqüências diretas dos valores que atribuímos a essa realidade. Da mesma forma, todos os diferentes valores que as outras pessoas atribuem à uma mesma realidade são os responsáveis pela construção das próprias realidades de cada um, e cada um viverá particularmente sua própria realidade.

Para a obtenção de uma situação de harmonia entre o indivíduo e seu meio e, principalmente, entre ele e si próprio, é necessário a vontade, o querer ser, é desejar verdadeiramente optar pela mudança, se isso for realmente o que se quer.

Assim sendo, se fosse possível vivermos sem conflito, seria necessária uma perfeita combinação daquilo que queremos com aquilo que devemos, juntamente com aquilo que conseguimos.

Como se vê e se percebe consultando nossa intimidade, dificilmente estamos fazendo exatamente aquilo que queremos, nem sempre estamos desejando ou fazendo aquilo que devemos desejar e fazer e, muitíssimas vezes, não conseguimos fazer tudo o que queremos, ou mesmo devemos.

Conviver e relacionar-se com outras pessoas é atirar-se em "riscos". Há o risco da interação, pois expressar-se, manifestar seus pensamentos, suas idéias, sentimentos, emoções implica arriscar-se, na maioria das vezes a ser ignorado, rejeitado, ridicularizado.

Conviver com as diferenças individuais é um dos desafios mais trabalhosos.

A proposta do processo Você e os Outros – Como agimos, interagimos e reagimos nas relações interpessoais é auxiliar as pessoas a olharem para dentro de si mesmas, reconhecer suas dificuldades, seu potencial, suas sombras e sua luz.

A grande verdade é que "somos a pessoa que escolhemos ser o que somos".

Todos os dias decidimos se continuamos do jeito que fomos ontem, ou mudamos. Muitas pessoas querem mudar o mundo, outras querem mudar os outros, outras ainda querem o mundo mudado. Não começam, porém, por onde unicamente devem começar: - pela mudança de si mesmas.É este o único caminho...

Muitas pessoas, por vários motivos, deixam de se autoconhecer ou acreditam que já se conhecem suficientemente bem. Isso não é verdade!

Conhecer a nós mesmos, ir fundo em nosso interior é um dos maiores desafios que existem.

Saber lidar com nossas contradições é algo que boa parte das pessoas não sabem, conseguimos enxergar nos outros defeitos e virtudes, mas temos dificuldade em ver isso em nós mesmos.

Você e os Outros – Como agimos, interagimos e reagimos nas relações interpessoais é para quem deseja viver melhor consigo mesmo e com outras pessoas, para quem deseja desenvolver habilidades e estratégias para trabalhar suas dificuldades com o outro e consigo mesmo. É um processo de verdadeira imersão para dentro de você que permitirá grandes e permanentes transformações na sua vida.

 

A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO

A jornada do autoconhecimento é muito mais complexa e desafiante do que a maioria das pessoas que iniciam o processo pode sequer imaginar.

A maior causa de aborrecimentos do ser humano é outro ser humano. Então para o nosso bem-viver emocional devemos aperfeiçoar as nossas capacidades de convivência com nosso semelhante.

Ao falar sobre a capacidade de nossos semelhantes em nos aborrecer estamos falando das frustrações, mágoas e irritabilidade que nossos semelhantes podem produzir em nós.Podemos dizer, sm medo de errar que nossas frustrações, mágoas e irritabilidade, são proporcionais àquilo que esperamos dos outros; quanto mais esperamos, mais sofremos.

Então não devemos esperar nada de ninguém? Não, não devemos.

E é bom acostumarmos com essa idéia. Quanto mais esperamos de alguém, mais corremos o risco de frustrações, mágoas e irritabilidade. Portanto, é bom fazermos tudo aquilo que fazemos sem esperarmos nada em troca, fazemos por uma questão de consciência, de boa vontade, de querermos apenas fazer. Se algo de bom vier de nossos semelhantes será um lucro agradável e, se não vier nada, será normal.

Para compensar essa peça que a natureza nos pregou, fomos dotados de um atributo muito especial: somos capazes de mudar.

Essa é a atitude mais sensata, principalmente porque não se pode mudar o outro e nem querer que o outro mude para nos satisfazer.

Inicialmente, vamos considerar que a mágoa, o aborrecimento, a irritabilidade, a frustração, o ressentimento são sempre de autoria da pessoa que se sente magoada, aborrecida, irritada, frustrada e ressentida. São sentimentos que nascem na própria pessoa, portanto, a culpa deve recair sobre quem está magoado, aborrecido, irritado, frustrado e ressentido. É a pessoa quem alimenta tais sentimentos, é ela quem se deixa magoar, frustrar, aborrecer e ressentir.

Assim sendo, em termos de sentimentos, o raciocínio mais correto é dizer que a pessoa deixou-se magoar por fulano e não que foi magoada por ele. Não deve ser fulano quem nos irrita, mas sim, nós que nos deixamos irritar por fulano. Portanto, como se vê, nossos aborrecimentos têm uma origem dentro de nós, são sentimentos nossos, interiores.

Se nos sentimos magoados, aborrecidos, irritados, frustrados e ressentidos a culpa é da nossa sensibilidade. Nos sentimos magoados quando achamos que não estamos sendo "gostados" ou mesmo amados o tanto que gostaríamos de sermos "gostados" ou amados.

A quantidade que gostaríamos de sermos "gostados" ou amados é nossa pretensão, portanto, de nossa exclusiva responsabilidade. Nos sentimos frustrados, irritados porque o outro não satisfaz nossas expectativas. Ora as expectativas são construídas por nós, portanto, de nossa inteira autoria e responsabilidade.

APRENDA A OLHAR PARA DENTRO DE SI E BUSCAR RESPOSTAS INTERNAS

Olhar para dentro de si mesmo é uma das maiores dificuldades do ser humano.

Às vezes a fuga de si mesmo decorre do medo de olhar para dentro de si e descobrir algo negativo e ruim.Todos temos a capacidade para alcançar nossos objetivos e sermos o que quisermos, desde que tenhamos consciência do que desejamos.

Uma boa receita para se conhecer mais é saber exatamente aquilo que se quer, quais objetivos se está disposto a buscar, os riscos que se está disposto a correr e trilhar o melhor caminho para isso.

Também é imprescindível libertar-se da necessidade constante da aprovação dos outros e conscientizar-se que qualquer coisa que deva ser feita será melhor se depender de seus próprios esforços e méritos.

Você pode começar examinando sua vida como um observador. Pergunte-se: você está onde gostaria, com as pessoas que gosta, sente-se bem com o que faz, se tem tomado decisões de acordo com sua vontade.

Brevemente a continuação do resumo.


Autor: Hamilton Chelegon


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