A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EM CLASSE HOSPITALAR - (Neusa Amorim)



2 - A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EM CLASSE HOSPITALAR (Neusa Amorim) Na atual sociedade, a função do Pedagogo já não se limita à sala de aula. Atua em diferentes ambientes e contextos, inclusive no hospital, quando este dispõe de classe hospitalar. Diante disso, pergunta-se que tipo de formação deve ter o docente para atuar no hospital? De acordo com Matos; Muggiati (2008, p. 81): A pedagogia hospitalar requer, pela sua especificidade, habilitados e competentes profissionais. Lança, com isto, um verdadeiro desafio aos cursos de pedagogia a fundamentarem suas propostas curriculares a partir de bem sucedidas pesquisas e práticas cientificas multi/inter/transdisciplinares em contextos hospitalares que já estão acontecendo em cenário nacional, tanto por parte de muitas instituições de ensino como em realidades hospitalares ou correlatas. Conforme enfatizado pelas autoras, o docente precisa estar capacitado e conhecer esta modalidade de ensino. Ao mesmo tempo que destacam que várias Instituições já estão preparando profissionais neste sentido. Matos; Muggiati (2008, p. 82) destacam também outra necessidade: A responsabilidade assumida pelo pedagogo, nas suas relações com as crianças/adolescentes enfermos ou hospitalizados, exige, também, experiência no plano da psicologia do desenvolvimento e da educação. No quadro de suas atividades, as crianças e adolescentes hospitalizados têm, assim, ocasião de exteriorizar situações conflituosas por meio de múltiplas atividades pedagógicas. Para as autoras, ao atuar em classe hospitalar o professor precisa ter conhecimento na área da psicologia para lidar e compreender os possíveis conflitos dos alunos que podem ocorrer durante a internação ou mesmo durante a realização das tarefas educativas propostas. De acordo com Fonseca (1999, p.117), há a necessidade do docente "aprofundar conhecimento teóricos e metodológicos, com vistas a, efetivamente, atingir o objetivo de dar continuidade aos processos de desenvolvimento psíquico e cognitivo das crianças e jovens hospitalizados", já que nessas respectivas faixa-etárias os alunos estão em fase de formação e desenvolvimento, mas para que o professor dê continuidade nesse processo é necessário que o mesmo amplie seus conhecimentos quanto aos métodos, teoria, à didática compatível, para que tenha uma atuação adequada, que atenda as necessidades desse público específico. Deve-se levar em consideração que o aluno hospitalizado requer uma prática educativa que respeite suas limitações fragilizadas em decorrência da enfermidade. Para atuar junto a estes alunos, segundo Zanotto (2000, p. 8) é necessário professores que tomem o cuidado de: [...] respeitarem seu próprio ritmo e sua história de vida, um planejamento capaz de, por um lado, tornar a aprendizagem algo reforçador e, de outro, garantir um ensino que promova um indivíduo cada vez mais capaz de gerenciar sua aprendizagem e de prescindir de intermediários. Tais cuidados requerem a busca de estratégias de atuação que favoreça a aprendizagem sem interferir no condicionamento físico comprometido pelo qual passa o aluno. Estes alunos, enquanto pacientes, possuem as mesmas necessidades que os alunos que freqüentam a escola secular, inclusive a necessidade de serem ouvidos. E uma vez internados e longe do convívio social, encontra na figura do professor alguém capaz de ouvi-lo. De acordo com Andrade (1995, p. 12): "quem escuta aprende e o dom é raríssimo. A tarefa de um professor educador para a saúde poderia resumir-se assim: ouvir o que o aluno tem a dizer e depois permitir-lhe encontrar a sua própria resposta", o professor que atua em classe hospitalar precisa estar aptos a ouvir e apontar caminhos. Verifica-se que ao atuar no ambiente hospitalar, o professor precisa ser capaz de desenvolver um lado ainda mais humano para que possa atender este público nas suas necessidades que vão além do desenvolvimento cognitivo. Diante disso Andrade (1995, p. 37) enfatiza que: [...] da mesma maneira que não se nasce pedagogo, embora se possa vir a sê-lo. O professor educador para a saúde não tem que transformar o ambiente; tem,sim, de disponibilizar instrumentos que permitam ao aluno e ao seu meio transformá-lo. Assim, ao atuar no contexto hospitalar o pedagogo tem o desafio não de preocupar-se em modificar o ambiente, mas proporcionar aprendizagens através das quais esses alunos possam transformar o meio no qual estão inseridos, beneficiando-se também dessas modificações. De acordo com Fonseca (2003, p. 58) "a sala de aula do hospital é a janela por onde a criança se conecta com o mundo," e nesse sentido, pode-se afirmar que, o pedagogo desempenha o papel de facilitador dessa conexão, seja através do diálogo, das atividades desenvolvidas, dos estímulos e dos projetos e ações voltados para a ação educativa. Para citar este trabalho: AMORIM, Neusa da Silva. A PEDAGOGIA HOSPITALAR ENQUANTO PRÁTICA INCLUSIVA. Porto Velho, 2011. disponível em: Para conhecer este trabalho na íntegra ou outras obras da autora envie email para: [email protected]
Autor: Neusa Amorim


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