O bom menino faz gols em Copas
Edson Silva
Se a gente perguntar de primeira quem é Antonio de Oliveira Filho, talvez poucas pessoas se lembrem de pronto tratar-se de um dos maiores atacantes do futebol brasileiro e mundial. O apelido dele já é mais conhecido: Careca, apesar de desde a adolescência ostentar vasta cabeleira encaracolada. O apelido veio de uma cantiga infantil do "Palhaço Carequinha", que dizia: " o bom menino não faz xixi na cama...", que dizem vez ou outra ser repetida pelo garoto de dribles desconcertantes e gols maravilhosos, que surgia como promessa no Guarani de Campinas, que em 78, com ajuda de Careca, de 17 anos, se tornou o primeiro time do interior a ser campeão brasileiro.
A história de Careca em Copas do Mundo é breve. Cotado para ser titular no ataque da Seleção maravilhosa montada por Telê Santana para a Copa de 82, com Zico, Sócrates, Falcão, Júnior, Oscar, Luisinho, Paulo Isidoro e Éder, entre outros craques, Careca machucou-se e não foi chamado. Torcedores mais radicais não perdoariam, insinuando falta de patriotismo e outras bobagens, com as críticas se acentuando após o Brasil ser desclassificado nas quartas de finais, naquela partida em que o italiano Paolo Rossi fez 3 gols e nos despachou do mundial da Espanha.
Em Copas, Careca começaria sua história em 86 e prosseguiria em 90, mas não chegaria ao esperado título. Foram nove jogos e sete gols, somando 5 vitórias, 1 empate, nas quartas de finais de 86, contra a França, que levou a partida para os pênaltis e o Brasil foi eliminado, e 1 derrota, nas oitavas de finais de 90, contra a Argentina, que eliminou o Brasil da competição. Nas Copas, as lembranças do centroavante habilidoso ficariam marcadas com alguns que uniam habilidade e raça, sua assinatura nas TVs, com narração entusiasmada do Osmar Santos, infelizmente acometido por um acidente, que prejudicou a narração mais empolgante do radiojornalismo esportivo brasileiro.
Mas voltando ao centroavante Careca, garotinho bom de bola, como dizia Osmar Santos, ele estreiou em Copas em 1º de junho de 86, contra a Espanha, não fez gol, mas venceu a partida por 1x0, gol de Sócrates. Careca faria seu primeiro gol na segunda partida em que disputou naquela Copa, em 6 de junho, na vitória de 1x0 sobre a Argélia.
Mais solto, em 12 de junho, "namorou" as redes duas vezes, na vitória por 3x0 contra a Irlanda do Norte, sendo o outro gol de Josimar. Nas oitavas de finais faria 1 dos 4 gols da goleada contra a Polônia e nas quartas, abriu o placar contra a França, que empataria o jogo, levaria aos pênaltis e nos eliminaria da Copa de 86.
Em 10 de junho de 90, na estreia contra a Suécia, Careca faria seus dois últimos gols em Copas, na vitória por 2x1. Ele disputaria mais três partidas com as vitórias de 1x0 sobre Costa Rica e Escócia, com gols marcados por Muller, com quem jogou no São Paulo, e a derrota, em 24 de junho, para Argentina, por 1x0, seleção que tinha como astro seu amigo do clube italiano Nápole, Diego Maradona, que trata Careca carinhosamente pelo primeiro nome, Antonio. A amizade permanece até hoje.
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Autor: Edson Terto Da Silva
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