O giz do professor e o professor do tempo do giz.



Novas tecnologias: COISAS QUE APRENDI COM O GIZ!

Em tempos de inúmeras tecnologias, a simplicidade de antigamente tem muito a ensinar.
Nos anos de sala de aula o giz foi meu companheiro e me ensinou muitas coisas.
Aprendi a trabalhar em equipe: Precisei do apagador, do quadro e de muitos olhares curiosos vendo a mágica de pensamentos virarem palavras...
Aprendi a ser humilde: O giz, em sua grandiosidade, viveu para servir seu mestre na arte das palavras, cálculos ou desenhos... Do pó vieste e ao pó retornarás!
Aprendi que não podemos voltar no tempo, mas erros podem ser reescritos: Percebi que minhas histórias, meus deslizes, traços tortos, meus erros, podem ser apagados em um leve toque ou um sopro de boa vontade.
Aprendi que posso ser frágil, mas as palavras têm força: depois de anos dando aulas... Notei que em alguns dias me sentia triste ou cansado, mas o que eu deixava registrado, para meus aprendizes, me fazia novo de novo. O giz me dava certo poder e até aqueles meninos percebiam isso, já que, na minha ausência tomavam para si a mágica de transformar sua imaginação em desenhos de poeira branca onde se via o jogo da velha, elefantinhos, corações, recados para amigos queridos.
Aprendi que posso ser substituído, mas não serei esquecido: O tempo foi passando, os alunos foram mudando. É a televisão, computador, celular, mp1,2,3,4,5,6, a contagem da tecnologia parece não ter fim... É cada coisa!
O quadro já foi negro de dificuldades, repressão. Hoje é verde, cheio de esperanças, mas há quem goste dele branco... Pálido! Poderia ser uma tela pronta para a criatividade. Que criatividade, que nada! Não há tinta. Agora escrevem de caneta no quadro. Que pecado! Ele é tela de imagens que antes ficavam nas mentes dos sonhadores durante o meu show, agora quem dá o show é o DATASHOW!
Já perdi o encanto das palavras faladas que foram roubadas por "Rs", "Pq", "Tb",Ñ, "Bj".
Mas e meu pó de pir-lim-pim-pim?
Aprendi com o giz que ser professor, assim como ser giz, pode vir a ser antiquado, mas ainda é mágico!


Autor: Ana Paula Carvalho Leandro


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