O início do fim do Império



O tão abordado 11 de setembro de 2001, foi responsável por inaugurar uma nova forma de ataque. Aquele que atinge cidadãos civis desprotegidos e que usa a mídia como recurso para se alcançar o objetivo maior: a propagação do terror. Iniciava-se ali uma guerra que não visava o enfrentamento entre Estados, mas sim, um conflito psicológico entre um grupo armado numericamente pequeno em relação a uma sociedade enorme de tendências consumista e imperialista.


O 11 de setembro deu notoriedade a uma facção, a Al Qaeda, e criou motivos para que tantas outras ganhassem espaço nos noticiários do mundo todo. Foi assim que diferentes causas até então delegadas à sua localidade, ganharam proporção e mudaram o eixo geopolítico global.


A verdade da América sob ameaça


A mídia serviu como elemento central para a ação de Osama Bin Laden e seu grupo. Sem ela e sua repercussão rápida e global, o terrorismo não alcançaria os níveis alarmantes que deram à sociedade norte-americana, traços paranóicos diante de possíveis novos ataques.


Ter o maior e mais poderoso exército do mundo não garantia mais a segurança da população. A nação inabalável tornou-se refém de um inimigo que estava dentro da própria cabeça de seus cidadãos: o medo do desconhecido.


Foi assim que surgiu o temor ao Antraz, foi assim que cidadãos com traços orientais e latinos (sempre presentes na história dos EUA) foram tidos como ameaçadores, e foi assim que a população do país mais rico do mundo conheceu o medo e a loucura que até hoje, e provavelmtente, por muito mais tempo, a acompanhará.


Hoje, a sociedade americana já não tem mais a mesma certeza do poder e da superioridade de seu país que tinha algumas décadas atrás, apesar de seus líderes insistirem no contrário.


A decadência do Império americano.


A importância histórica do 11 de setembro, é ser a data marcante de um novo momento para o mundo. Um momento onde as guerras se dão de formas diferentes, formas que ultrapassam os poderios militares, uma vez que mesmo um grupo avassaladoramente superior a outro pode se sentir ameaçado diante dos ataques. Haja visto que o Império Americano, tido como uma versão moderna do poderoso Império Romano, se amedrontou diante de um grupo desprezível de terroristas.


Suas consequências foram uma política externa desastrosa e ao mesmo tempo oportunista de George W. Bush (um péssimo líder para o momento, diga-se de passagem), que uniu a nação em torno da ideia de vingança e afirmação da hegemonia do país (não era esse o motivo dos ataques?), e uma certa impressão de que o mundo, definitivamente, não era tão seguro e previsível como imaginávamos.


Apesar da absoluta certeza de que viviamos sob uma ordem estabelecida, ditada pelo Império, ao mesmo tempo parecia absurdamente claro que ela estava prestes a se romper. Isso porque foi essa própria sociedade quem "idealizou" os ataques que sofreu, treinando Bin Laden uma década antes e preparando o espírito do povo para o que viria a se realizar naquele 11 de setembro de 2001.


Coube à Hollywood encenar a tragédia muito tempo antes, quando destruiu seu próprio país em filmes como MIB e Independence Day.


Era o imaginário do povo americano que sabia para onde a sociedade se encaminhava. O cinema, apenas registrou. Exerceu o papel que cabe à arte, trouxe à tona a pergunta, mas não deu a resposta. O 11 de setembro cumpriu seu papel na história e explicou tudo. Havia a sede pela auto-destruição. A realidade então, nos poupou dos extraterrestres e apresentou os terroristas. Mas a devastação foi a mesma.


A tragédia era uma expectativa do povo americano. E ela faz sentido. O gérmem dos ataques estava na própria arrogância do Império, na sua política externa intervencionista e em sua prepotência em achar que o ódio que o mundo sentia cada vez mais em relação ao seu país era somente fruto da inveja, e não de ações que historicamente mudaram os rumos das outras nações e do mundo todo.


Neste ponto, George W. Bush foi tão devastador para seu povo quanto os ataques daquele dia. Foi ele quem confirmou a arrogância dos americanos. Foi ele também quem levou adiante a famigerada Guerra ao Terror que colocou soldados em países que não precisava deles e os trouxe de volta para casa sem vida.


O 11 de setembro derrubou não só as torres e fez vítimas naquele determinado dia. Trouxe consequências muito maiores a uma sociedade que desde então, convive com o medo de novos ataques que podem vir de qualquer lado por qualquer motivo.


O atentado ao World Trade Center é o primeiro momento da decadência do Império Americano.
Autor: Vagner Luiz


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