Mata-me O Tempo



Mãe, não quero mais contemplar a luz no horizonte

O horizonte é infinito, o tempo é infinito

O tempo infinito que torna meu tempo finito

Vamos tentar parar os relógios do mundo

Só quero viver o presente e os prazeres que sinto

 

Mãe, será que somos combustível para o tempo?

Estou vivendo as oportunidades

Mas os ponteiros do relógio me matam a cada segundo

Posso ficar contigo hoje?

Tenho medo do que pode me oferecer o mundo

 

Mãe, tenho vivido de lembranças

Fico contente, pois o tempo não pode tirá-las de mim

O tempo também ensina

Talvez ele não seja tão ruim assim

Tempo que mata o tempo: a sina

 

Mãe, o tempo tem batido em minha porta

Estou com medo. Devo me entregar?

Ele tem tirado pessoas e coisas de mim

E não quero aceitar

Vamos açoitá-lo e mandá-lo para longe

Essa é a linguagem que ele entende: maltratar

 

Mãe, meu tempo está acabando

E ainda não disse nem fiz o que queria

Mas continuarei a brigar

Com os ponteiros do relógio

Mãe, obrigado pelo tempo a mim dedicado

E ao tempo, o ódio.

 


Autor: Alexandre Assis


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