Quebrar as "cascas"



                  PERDER AS "CASCAS"


Nesse ano de 2011, tive a oportunidade de usar bolsa de colostomia por nove meses.

Foi um tempo de incubação, parto e "re"-nascimento.

No melhor da festa, na "hora da valsa", tive que gritar para a roda da vida: - Pára o mundo que eu preciso descer!

E assim se fez.

Interrompi um trabalho frenético que fazia a quase dois anos e me dei o direito de ficar "quietinha", como uma semente, esperando a germinação.

Com o desenrolar dos acontecimentos, fui perdendo as cascas da semente (sabe a fruta da castanha? que tem uma casca grossa e dentro tem as castanhas envoltas em mais casca?). Me sentia como se cada dia uma crosta se soltasse e as máscaras e fantasias que usei nesses anos todos, fossem ficando pelo caminho, descartadas, em total desuso.

E tal foi minha surpresa, após romper a última crosta, ao ver nascer uma planta boa, viçosa, inteira. E esse era meu "eu" real, minha pura essência.

Que bom ter essa oportunidade, quando ainda dá tempo de recomeçar. Esse resgate, quando ainda podemos colar nossos pedaços.

Posso dizer que agora sou "EU". 

Ainda vou descobrir o que isso significa, mas sei que será muito bom.


UM GRANDE BEIJO PARA MIM.



Autor: Aida Susete Pietzarka


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