Os custos do não-planejamento



Os Custos do não-Planejamento

 

 

 

Marcelo Gonçalves Pereira

Engenheiro de Produção

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Produzir é muito importante, mas produzir sem planejamento é dar um “tiro no pé”. São vários os fatores que levam uma empresa ou um determinado setor a não planejar sua produção. A princípio, partimos da cultura da não-análise da situação ou causa e partimos diretamente para a ação, gerando continuamente o que chamamos de “apaga incêndio”.

Ao se deparar com uma demanda extra ou até mesmo demandas já conhecidas, ao invés de se planejar a produção para melhor atendê-la, imediatamente, a postura adotada é de se realizar uma força tarefa para poder entregar o produto no prazo acordado com o cliente, deixando para trás todo um conceito de planejamento que se bem aplicado, pouparia as equipes de sobrecargas de trabalho e desconfortos com outras áreas da empresa.

Com base no descrito acima, enumero abaixo o que entendo como sendo os principais custos gerados pelo não-planejamento das ações. São eles:

1 – Por não ser planejado de forma adequada, o trabalho se torna extenso em demasia, gerando dessa forma horas desnecessárias para a sua execução;

2 – Por se tornar extenso, o trabalho também se torna oneroso, cansativo, com baixa produtividade e ociosidade considerável. A equipe não se sente motivada em realizá-lo, gerando perda de tempo e perda de tempo é perda de dinheiro;

3 – O custo do risco não calculado é outro fator a considerar. Prazos muito curtos, ferramentas de trabalho indisponíveis e mau dimensionamento da equipe para a execução do trabalho, provocam o atraso, entrega do produto ou serviço com má qualidade ou até mesmo a não entrega do produto, podendo gerar dessa forma, descrédito por parte do cliente em relação à imagem da empresa. O custo da imagem é um custo que sempre deve ser considerado, seja ele de uma área específica ou da empresa como um todo.

Outro ponto importante em não se fazer o planejamento é o fato de não se estipular metas a serem alcançadas. O fato de não se ter metas definidas gera o que considero o maior custo para uma empresa, que é o “custo do trabalho sem controle”. Não podemos considerar a entrega do produto ou serviço ao cliente como meta. Esta entrega é obrigação. A meta vai muito além do que simplesmente se entregar algo ao cliente. A meta é algo que deve ser desafiadora e acompanhada através de indicadores, que somente poderão ser visualizados de forma consistente se os processos estiverem padronizados e sob controle.

Os custos do não-planejamento contemplam todos os custos envolvidos na produção de um determinado bem ou serviço. Dessa forma, a falta de um bom planejamento provoca um efeito “cascata” no setor produtivo, gerando perdas incalculáveis, visto que, produzindo sem controle dos custos, a empresa perde rentabilidade e competitividade frente aos concorrentes.

Acredito que, existam muitos outros custos a serem considerados pelo não-planejamento, porém, considero que os custos descritos acima abrangem em seu contexto, a grande maioria. Considerando que, nos dias atuais a determinação do preço de um produto ou serviço é ditada pelo mercado e não mais pelas empresas, e que para se alcançar melhores resultados financeiros sem ter que aumentar o preço final do produto ou serviço, as empresas deveriam olhar cuidadosamente para seus custos, mas todos eles, inclusive os do não-planejamento. 

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Autor: Marcelo Gonçalves Pereira


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