Câncer de próstata – diagnostico precoce é fundamental



Câncer de próstata – diagnostico precoce é fundamental

O câncer da próstata é a quarta causa de morte por neoplasias no Brasil, correspondendo a 6% do total de óbitos por este grupo nosológico. A taxa de mortalidade bruta vem apresentando um ritmo de crescimento acentuado, passando de 3,73/100.000 homens em 1979 para 8,93/100.000 homens em 1999, o que representa uma variação percentual relativa de 139%. Para 2002, estima-se a ocorrência de 25.600 casos novos, precedido apenas pelo câncer de pele não-melanoma, e 7.870 óbitos, representando 12% do total das mortes esperadas por câncer em homens. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002)

 

O câncer de próstata é o segundo tumor maligno mais freqüente no sexo masculino no Brasil. No passado, muitos destes casos eram diagnosticados tardiamente e os pacientes morriam em pouco tempo. A próstata é uma glândula exclusiva dos homens, situada logo abaixo da bexiga, de aparência e volume muito semelhante a uma castanha. É responsável pela produção de boa parte do líquido seminal. Com o envelhecimento a próstata está sujeita a duas condições: aumento benigno (HPB - hiperplasia prostática benigna) e câncer de próstata. Além da idade devem ser considerados os fatores genéticos, alimentação e fatores raciais. (TOFANI; VAZ, 2007)

 

Assim como em outros cânceres, a idade é um marcador de risco importante, ganhando um significado especial no câncer da próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade

aumentam exponencialmente após a idade de 50 anos. (INCA, 2011).

 

Após o diagnostico o tratamento deve ser individualizado para cada paciente levando-se em conta a idade dos pacientes, o estadiamento do tumor, o grau histológico, o tamanho da próstata, as co-morbidades, a expectativa de vida, os anseios do paciente e os recursos técnicos disponíveis.

 

Dentre as opções para o tratamento da doença localizada incluem-se a cirurgia radical, a radioterapia e a observação vigilante.

Embora um famoso urologista chamado Hugh Hampton Young, trabalhando no The Johns Hopkins Hospital nos Estados Unidos tenha descrito a prostatectomia radical em1905, aoperação que remove toda a glândula prostática é realizada em apenas alguns homens com câncer de próstata. A razão pela qual ela não é comum é que o câncer de próstata pode ser difícil de ser detectado até que cresça para fora da glândula prostática. Uma vez que isso tenha ocorrido, é impossível remover todo o câncer cirurgicamente e assim uma operação não vai curar a doença. (ISTO É – VOL 17/2002).

“Prostatectomia radical é uma cirurgia que consiste na remoção da glândula prostática e das vesículas seminais, reconectando a uretra à bexiga. É uma boa opção para o tratamento do câncer de próstata com expectativa de vida de aproximadamente 30 anos”. (BRILHANTE et al, 2007).

As principais complicações são tardias, sendo incontinência urinaria (62%) e impotência sexual (77%) devido às lesões nos nervos que variam conforme o grau da cirurgia. (BRILHANTE et al, 2007)

 Alguns pacientes que tem incontinência urinaria podem chegar a controlar a eliminação da urina com treinamentos sistemático de seus hábitos. E importante que o paciente saiba de que maneira a incontinência afeta suas atividades físicas, sexuais e na higiene pessoal, para que possa prevenir complicações como a perda da integridade cutânea, vergonha e isolamento social progressivo.

O declínio da ereção pode não retornar satisfatoriamente, mas podem-se utilizar medicamentos de apoio, mas os resultados dependem de cada caso, ficando indicada a Prótese peniana em muitos casos, com resultados muito satisfatórios.

È importante tratar a disfunção erétil pós prostatectomia o quanto antes, prevenindo o grau de ansiedade e depressão, comum nestes casos, prejudicando o retorno as atividades normais e qualidade de vida. Uma perda inicial da ereção pode melhorar dentro de alguns meses. É apenas a ereção que é afetada – o desejo sexual é normal e a possibilidade de chegar ao orgasmo deve permanecer inalterada, mas, em matéria de ejaculação, muito pouco será produzido.

DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DA PRÓSTATA

O diagnóstico do câncer de próstata é feito pelo exame clínico (toque retal) e pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA, sigla em inglês), que podem sugerir a existência da doença e indicarem a realização de ultra-sonografia pélvica (ou prostática transretal, se disponível). Esta ultra-sonografia, por sua vez, poderá mostrar a necessidade de se realizar a biópsia prostática transretal. (INCA, 2011).

 

O diagnóstico de certeza do câncer da próstata é feito pelo estudo histopatológico do tecido

obtido pela biópsia da próstata, que deve ser considerada sempre que houver anormalidades no toque retal ou na dosagem do PSA. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002)

 

O conhecimento da patologia e o acesso aos serviços preventivos e de diagnósticos são considerados pontos chaves na prática preventiva. Conhecendo-se a evolução do câncer de próstata, os métodos de diagnóstico precoce e dispondo-se de condições de acesso aos serviços médicos-laboratoriais. Potencialmente o câncer de próstata pode ser detectado numa fase inicial e com isto o caso apresenta, na maioria das vezes, melhor prognóstico. De acordo com a Sociedade Americana de Cancerologia, para a detecção precoce do câncer em indivíduos sem sintomas preconiza-se o toque retal e o PSA sérico anual a partir de 50 anos de idade. Estes exames, além do baixo custo, possuem boa sensibilidade e especificidade. Inclusive, estudos recentes sugerem que a triagem de homens em idade acima de 50 anos através do toque retal e do PSA diminuiu a incidência de doença tardia com influência nas taxas de mortalidade, na medida em que o câncer de próstata pode ser curável, desde que diagnosticado precocemente. (MIRANDA et al, 2004)

 

Conclusão

 

O sentimento de impotência repercute como uma ferida na vida dos pacientes com câncer de próstata. Embora haja uma evolução da medicina em termos de possibilidades de tratamento, observa-se que por se tratar de um órgão que afeta a sensibilidade sexual masculina, o sentimento de impotência está presente nos pacientes, mesmo naqueles com impotência transitória. Uma falha erétil pode antecipar o fracasso, produzir ou aumentar a ansiedade e a depressão no homem, diminuindo-lhe as sensações sexuais, alterando assim a fisiologia da ereção que pode levá-lo a um novo fracasso.

É preciso sensibilizar a população masculina para o cuidado com a saúde e dirimir todas as duvidas que possam existir quanto à realização dos exames necessários para a detecção precoce do câncer de próstata.

Referencias

BRILHANTE, A. Campos et al. Prostatectomia radical por via perineal (prvp) em hospital não Universitário: estudo de 13 casos. Belém do Pará, 2007. Disponível em:http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/rpm/v21n4/v21n4a07.pdf.

 

INCA – Instituto Nacional de Câncer. Câncer de Próstata. Disponível em: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=339.

Ministério da saúde – INCA - Instituto Nacional de Câncer. Rio de Janeiro, 2002. Câncer de próstata. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/manual_prostata.pdf.

MIRANDA, Paulo S.C. et al..Práticas de diagnóstico precoce de câncer de próstata entre professores da faculdade de medicina – UFMG. Rev Assoc Med Bras vol. 50, n.3, pag. 272-5, Belo Horizonte, 2004.

Revista ISTO É - Guia da Saúde Familiar - Volume 17 - 06/2002. A próstata e seus problemas. Disponível em:http://www.lincx.com.br/lincx/saude_a_z/saude_homem/prostata_seus_problemas.asp.

TOFANI, Ana C.A; VAZ Cícero E..Câncer de Próstata, Sentimento de Impotência e Fracassos ante os Cartões IV e VI do Rorschach.Revista Interamericana de Psicología/Interamerican Journal of Psychology - 2007, Vol. 41, Num. 2 pp. 197-204.

 

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Autor: Clecilene Gomes Carvalho


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