Krishnamurti e a educação



Passados já muitos anos do desaparecimento de Jiddo Krishnamurti, um dos principais temas a que esse grande pensador da humanidade se dedicou, continua sendo assunto polêmico e sem solução nos dias atuais, onde os educadores modernos se defrontam com o denominado “ensino profissional”, criado pelo apelo de uma sociedade consumista, totalmente voltada para a exploração do indivíduo no terreno material, não se importando com o desenvolvimento dos valores morais e espirituais do homem, fato que deixa atualmente nossas sociedades frias e automatizadas, totalmente indiferentes aos verdadeiros anseios de seus integrantes.

            Krishnamurti demonstrava, através de livros e palestras, que estamos como que fabricando, segundo um modelo, um tipo de ser humano cujo principal interesse é procurar a segurança material.  Sua filosofia dizia que a educação convencional dificulta sobremodo o pensar independente.  A padronização do homem conduz à mediocridade.  Ser diferente do grupo ou resistir ao ambiente sem dúvida seria o certo, embora isso não seja fácil. 

            Em realidade, o que ocorre, é uma grande falsificação de valores, criada por poderosas instituições que não desejam ver o desenvolvimento do ser humano como um todo, e lutam para aliená-lo, condicionando-o e enfraquecendo o seu progresso.  Para Krishnamurti, o mais alto objetivo da educação consistia em ensinar, desde o princípio, que o propósito principal é a felicidade e a libertação interior do indivíduo.  Mesmo assim deixava bem claro que essa liberdade não significava uma negação da ordem ou da disciplina, pois estas também são necessárias para que o ser humano possa ser responsável perante a sociedade em que vive.  Desejava que a educação não seguisse a orientação de transformar o indivíduo em um autômato padronizado por um molde imposto de conduta social.  Pode-se obter diplomas e ser tecnicamente eficiente, sem contudo ser inteligente, pois a inteligência não é simples cultura intelectual, nem provém de livros.  Naturalmente que o que ele dizia deve ser devidamente interpretado, pois isso não quer dizer que não se leia, e que através dos livros não se adquiram conhecimentos.  O sistema atual forma e molda a mentalidade de um grande número de educadores, de acordo com os interesses dos detentores do poder, os quais não se importam com o indivíduo, a não ser apenas como um número a mais na imensa cifra dos que passam a ser explorados e engrossam cada vez mais as legiões dos deserdados da vida, passando a ser utilizados até a morte, em benefício de uma minoria inescrupulosa, a qual detém o poder a nível mundial e que se julga no direito de pensar que a humanidade é simplesmente uma legião de escravos destinados a servi-la.

            Para esses falsos e alienados educadores infiltrados em todas as áreas de ensino, não há desculpas diante do crime que cometem e atentam contra a humanidade.  Por outro lado, para os verdadeiros e abnegados mestres, sería recomendável e de grande utilidade a leitura da magnífica obra  desse extraordinário pensador que foi Krishnamurti, com especial recomendação para um dos seus livros cujo significativo titulo é: “A EDUCAÇÃO E O SIGNIFICADO DA VIDA”.  Tenho certeza de que a leitura desse livro seria um incentivo e um sinal de esperança para todos aqueles que ainda se preocupam pelo verdadeiro significado da educação.

Geraldo Mastella – Escritor santanense

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Autor: Geraldo Mastella


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