Minha ladeira
Minha ladeira
Na ladeira os paralelepípedos escorriam a chuva
Sua lembrança passava em câmera lenta sob meus olhos
O piso escorregadio dançava como bêbedo eu fosse
O cigarro entre meus dedos lançava fumaça aos meus pensamentos
Você sorria nas lembranças do passado.
Lindas lembranças de memórias apagadas
O abandono da alma reduz o brilho da mente
O coração apenas palpita pela vida
O espírito adormece entre depressões
Cadê seu sorriso. Onde estão os seus lábios
Cadê o que me foi dado. Você!
Que desliza para fora de minhas lembranças como nuvem em tempestades
Você é o que quero, e o que não tenho!
Voltando a ladeira. Chuvas de verão. Sentimentos de inverno.
Apenas gotas que despencam de minha testa.
Meus olhos explodem em lágrimas de chuva
O cigarro molhado me mancha os dedos,
Nada existe que não se reduza na ladeira.
Ela me leva e me traz a lugar nenhum. Devaneios
Choros de pássaros, Cantos de flautas, Música em meus ouvidos
Minha consciência baila ao som dos acordes de meu desespero.
A ladeira termina e me encontro com o nada vazio,
Meu sorriso se enche de chuvas e minhas lembranças só se encontram em você
Passa a vida. Encolhe o manto do amanhã.
A morte de minhas saudades se esconde em esquinas
Esquinas de vida, ruas de choro e ladeiras de felicidade,
Sou o que não sou. Peço o que não posso, Pego o que me negam.
Sou só existência. Sou. Apensas isso,
Sou eu e minha ladeira.
Autor: Francisco Hilário Soares Brandão
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