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Esboço de uma estratégia abrangente de inventários de biodiversidade: resenha de Thomas M. Lewinsohn

 INVENTÁRIOS DE BIODIVERSIDADE

 Por Graciela F. B. Tonin, Outubro de 2011.

Resenha de LEWINSOHN, Thomas M.  Esboço de uma Estratégia Abrangente de Inventários de Biodiversidade. In: GARAY, I.; DIAS, B. (orgs) Conservação da Biodiversidade em Ecossistemas Tropicais: avanços conceituais e revisão de novas metodologias de avaliação e monitoramento. Petrópolis: Editora Vozes, 2001. p.376-384. 

Algumas considerações devem ser feitas sobre Biodiversidade ou Diversidade Biológica, visto que é um termo recente e bastante difundido no cenário técnico-científico. Este texto esboça estratégias para a integração dos inventários biológicos a fim de contemplar a multiplicidade de tarefas assumidas por países signatários na Convenção sobre Diversidade Biológica.

Segundo o Decreto nº 2519, de 16 de março de 1998 apud LEWINSOHN (2001, p. 377)  Biodiversidade é “a variedade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros , os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”.

A diversidade dentro de espécies pode ser compreendida  como “designação da diversidade genética; mas ela deve incluir igualmente a diversidade de ecótipos, a diferenciação ecológica e/ou genética de populações que habitam regiões ou ambientes distintos e, assim, por diante” (LEWINSOHN, 2001, p.377).

A parte mais problemática desta definição é a diversidade de ecossistemas. Como GASTON apud LEWINSOHN (2001, p.377) aponta, há dúvidas sobre se isto designa diversidade de habitats ou se envolve também os fluxos de energia que são importantes na noção de ecossistemas.

Thomas Lewinsohn (2001, p. 379) propõe um modelo conceitual de biodiversidade baseada em três dimensões: genes, espécies e ecossistemas. Estas dimensões não são independentes entre si; o entendimento de biodiversidade depende da interconexão da informação de diversidade de genes, espécies e ecossistemas. Portanto, um inventário completo oferecerá medidas de diversidade genética de todas as populações, de todas as espécies, em todas os compartimentos de ecossistemas.

        Porém, este inventário exaustivo é sempre inviável. Vale a pena então, racionalizar os inventários realizados trazendo duas conseqüências: o aproveitamento mais efetivo de recursos  e do trabalho de campo e a rápida produção de resultados para conservação, manejo e aproveitamento da biodiversidade. (LEWINSOHN, 2001, p. 380)

O conceito básico desta estratégia foi definida por LEWINSOHN (2001, p. 380) :

Trata-se de secionar o volume total por planos e combinações de tal forma que possamos obter estimativas para a estrutura total da biodiversidade através de uma combinação de interpolações. O fator mais crítico para avançar nesta direção é a realização de inventários e amostras que ofereçam informação simultânea de diferentes eixos de variação. 

O intercâmbio de informações é o ponto de partida para qualquer iniciativa; isto diz respeito ao contato entre geneticistas, taxonomistas, ecólogos ou especialistas em sistema de informação geográfica, que embora limitado deverá produzir o oportunismo, a comparabilidade de resultados, a convergência para áreas comuns  de trabalho e o planejamento conjunto.(LEWINSOHN, 2001, p. 382)

Para o real conhecimento da biodiversidade é necessário uma integração destas áreas envolvidas,  iniciando com o  planejamento da pesquisa, fazendo-se  necessário que ele avance em todas as dimensões.Como refere-se LEWINSOHN (2001, p. 384) “a  investigação integrada destas dimensões  permite superar as limitações inerentes à descrição pontual e separada de cada aspecto da biodiversidade”; entendendo sua estrutura organizacional e os processos que a mantêm , poderemos prever seu comportamento em cenários futuros.

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