Dívida



Devo aos pés, os pulmões que tenho.

Devo ao homem, palavras.

Devo a mulher, carinho.

Devo à criança, compreensão.

Devo ao inimigo, perdão.

Devo à terra, trabalho.

Devo á minha mãe, o meu retorno.

Devo misericórdia, ao cansaço 

Devo perdão, aos pecados omissos nas mãos.

Devo a Deus, obediência aos audazes do meu adultério.

Devo alegria, aos gestos impertinentes, os apetrechos nos dias lamuriados.

Devo entender que,  triste,  errante e infeliz é aquele que cega o obscuro de si mesmo em outro.

Devo, portanto o meu corpo à sepultura do tempo que se desviou a esmo da expiação.

  

 

EWALD KOCH


Autor: Ewald Koch


Artigos Relacionados


Será

Agradecido

Pra Ver Nascer Teu Sorriso

Tempo É Dinheiro

Versos Inconstantes

Apostar Em Um Novo Começo

Confissões Em Um Inverno!