Programa de doulas comunitárias voluntárias: relato de experiência



INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a assistência obstétrica tem experimentado mudanças importantes. A mulher em processo de parto e nascimento precisa receber um cuidado humanizado e seguro, garantindo-lhe os benefícios dos avanços científicos(1).  Foi assim que, a Política de Humanização foi instituída como política pública com o propósito de promover a integralidade das ações de saúde nos serviços de assistência da rede do Sistema Único de Saúde (SUS), através da valorização de novas tecnologias, associação de saberes e práticas acolhedoras. Uma dessas propostas para humanizar o parto e nascimento, surge nas maternidades brasileiras com o Programa de Doulas Comunitárias Voluntárias, mulheres que dão suporte físico, psicológico e afetivo as parturientes.
Assim, o princípio da humanização no campo obstétrico hospitalar está centrado numa assistência menos intervencionista, mais emotiva e com respeito aos direitos sexuais e reprodutivos da mulher(2).  Desse modo, assistir a parturiente durante o processo de parto na maioria das vezes envolve necessariamente suporte psíquico e emocional, contato físico com a finalidade de dividir o medo, stress e ansiedade, somando forças e estimulando positivamente a parturiente no momento do nascimento(3).  A Secretaria municipal de Saúde do Recife implantou em todas as três maternidades municipais de Recife, o Programa Doulas Comunitárias Voluntárias. Doula é uma palavra de origem grega cujo significado é aquela que serve semelhante às mulheres que antigamente ajudavam outras a dar a luz(4). Nos dias de hoje elas são voluntárias, geralmente da própria comunidade próxima à maternidade, são treinadas e mostram disposição para acolher e ajudar as parturientes a vivenciarem o processo de parto e nascimento, oferecendo-lhes apoio, orientando os acompanhantes, criando um ambiente de confiança e segurança.
Com o propósito de garantir e incentivar o processo de humanização do nascimento nas maternidades brasileiras, os órgãos responsáveis têm publicado nos últimos anos diversas portarias e manuais de orientação que incluem incentivo ao parto natural, presença de familiares com a parturiente durante o processo de parto e nascimento, adaptação do ambiente hospitalar próximo do ambiente familiar, estímulo ao alojamento conjunto, acompanhamento da parturiente pelas doulas que oferecem apoio físico e emocional(5) .

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Autor: Amuzza Aylla Pereira Dos Santos


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