Orientação sexual na escola: certo ou errado?
Por que tratar da sexualidade no espaço escolar? Qual a relação entre sexualidade e educação? Não seria a Orientação Sexual algo inerente à família?
Esses são apenas alguns, dos muitos questionamentos levantados ao discutir-se a temática da Orientação Sexual nas instituições de ensino. Questionamentos, levantados até mesmo, por educadores, como artifícios e desculpas para a não abordagem do tema em sala de aula, silenciando-se.
Estudos realizadas em Tangará da Serra, em escolas públicas e privadas do município, apontam que, mesmo ciente da responsabilidade que tem no processo de desenvolvimento da sexualidade das crianças, bem como em outras categorias na escola, não há envolvimento com o tema na intensidade necessária, e, muitas vezes, quando o faz, atende somente às questões biológicas da reprodução.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) n° 9.394, garante o desenvolvimento integral da criança. Se a lei que rege a educação escolar brasileira tem por finalidade o desenvolvimento integral do educando, a escola, para assegurar o alcance desse objetivo, há de educar sexualmente as crianças.
A sexualidade é parte integral do desenvolvimento e da personalidade do ser humano. Devendo ser entendida como uma necessidade básica do ser humano que não pode ser desvinculada de sua vida. Envolvendo pensamentos, sentimentos e ações. Portanto, não só no mundo adulto, como também no infantil, o tema sexualidade tem relevante importância para o desenvolvimento integral do criança. Se a escola não cumpre seu papel, ao educar e capacitar a criança a lidar com sua própria sexualidade, não está proporcionando a ela seu desenvolvimento integral.
O trabalho de Orientação Sexual na escola pode contribuir para a eficácia do processo ensino-aprendizagem. Pois a sexualidade esta diretamente relacionada à aspectos emocionais, que está intimamente relacionado aos desenvolvimentos intelectual e social. Interferindo diretamente no desempenho escolar. Quando a criança possui curiosidades e angústias a respeito da sexualidade, o aspecto emocional da mesma fica abalado. Suas emoções manifestam-se em suas atitudes. Emoções negativas podem resultar em comportamentos hostilizados, indiferentes e depressivos, presenciados no espaço escolar, o que dificulta a aprendizagem.
Em contrapartida, alunos que tem suas dúvidas esclarecidas com informações corretas, diminuem a agitação ocasionada por essa situação de ansiedade.
A escola é um lugar privilegiado para discutir o tema, sexualidade, sendo uma instituição social, atende as mais diversas crianças, passando um razoável período de seu tempo diário. Constituindo a escola uma grande parceira da família na educação sexual das crianças.
A Orientação Sexual nas séries iniciais do Ensino Fundamental, poderá contribuir em uma ação preventiva de graves problemas, como, uma possível gravidez indesejada na adolescência, o abuso sexual ou até mesmo doenças sexualmente transmissíveis. Quando se aprende a lidar com a sexualidade de maneira saudável e natural, desde a infância, quando se tornam adolescentes, terão condições de tomar atitudes fundamentadas em uma reflexão consciente.
Finalmente, pode-se afirmar que a implantação de Orientação Sexual nas escolas contribui para o bem-estar das crianças e dos jovens na vivência de sua sexualidade atual e futura.