Psicoterapia cognitivo e comportamental



PSICOTERAPIA COGNITIVO E COMPORTAMENTAL

  1 - TRANSTORNO DO PÂNICO  - AGORAFOBIA

 É um transtorno de ansiedade,  que se apresenta quando a pessoa se encontra em lugar amplo, com muitas pessoas. Tem duração em torno de 1 hora ou mais, apresenta-se com intensa crise de ansiedade ou medo, em que a pessoa tem a sensação de que vai morrer,

Podendo ainda ter visão turva, boca seca a pessoa sente palpitações, respiração ofegante, sudorese e tremores. O transtorno pode se instalar por um acontecimento súbito que foi traumático para a pessoa. Ex. quando a pessoa é assaltada em um determinado momento ou situação, a pessoa passa a ter medo de situações parecidas, o que pode gerar sintoma autonômico, ou ser provocado pelo medo de ter medo. A doença não tem cura, mas tem controle através de um tratamento adequado, podendo ser, farmacológico, psicoterápico através de técnicas específicas. O prazo do tratamento poderá variar de acordo com a resposta do paciente.

Tratamento:  Pode ser farmacológico, usando-se a medicação mais adequada para a remissão dos sintomas  ou tratamento PCC usando-se um  processo de dessensibilização

expondo a pessoa gradualmente aos estímulos provocadores da doença.

2 – TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL

 O transtorno é uma reação de ansiedade devido uma determinada situação social. Torna-se patológico quando esses sintomas são persistentes e atrapalha a vida da pessoa. Os sintomas podem ser rubor, sudorese, palpitações, tremores, urgências diarréicas, podendo ainda apresentar-se como medo de avaliação por parte de outra pessoa, sendo uma ansiedade antecipatória, ou seja, quando a pessoa está na perspectiva de entrar em situações temidas, leva a pessoa a evitação. A ansiedade extrema pode apresentar-se de maneira sutil. Ex. quando a pessoa vai falar em público.

Tratamento: o tratamento pode apresentar-se como farmacológico, através dos antidepressivos,fluoxetina, alprazolan  e combinado a psicoterapia em PCC que pode ser desenvolvida através de uma reestruturação cognitiva.para reduzir os sintomas

3 – FOBIAS ESPECÍIFICAS

 Diversos estudos tem demonstrado que as fobias específicas estão entre os problemas mais freqüentes relacionados aos transtornos fóbicos. Essas fobias acompanham a evolução do meio, como as fobias relacionadas com as doenças modernas, como: AIDS, irradiações nucleares, assaltos, seqüestros, entre outros. 

            A Associação Americana de Psiquiatria (DSM-IV), classifica a fobias específica pelo medo acentuado de objetos ou situações claramente discerníveis e circunscritas. O indivíduo apresenta um medo irracional na presença ou a possibilidade de encontro com o objeto fóbico.

            Os tipos de fobias específicas são classificadas pelo DSM-IV em várias categorias: medo de animal, medo de ambiente natural, medo de sangue, também por um tipo situacional, que é o medo causado por uma situação específica e ainda o medo causado por tipos como esquiva de situações que podem levar a asfixia, vômito ou contração de uma doença, fobia a espaço.

            “Os sintomas, psicológicos ou autonômicos, devem ser manifestações primárias de ansiedade e não secundárias a outros sintomas, como delírios ou obsessões”(CID-10).

            O tratamento farmacológico não é muito eficaz no tratamento das fobias específicas, os mesmos causam sonolência, o que podem dificultar ou até impedir o tratamento.

            O tratamento cognitivo comportamental, pode ser desenvolvido através de técnicas específicas que podem causar a remissão e até desaparecimento dos sintomas,. Como técnicas podemos usar  a modelação, dessensibilização automática, exposição ao vivo, reestruturação cognitiva, hipnose e tarefas de casa.

 4 – TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

 È um transtorno crônico que se apresenta com crise de ansiedade, caracterizado por preocupações irreais ou excessivas com diversos sintomas somáticos e psíquicos.

            No CID-10 da Organização Mundial de Saúde (1993) código F41.1 – apresenta como um quadro ansioso generalizado e persistente, não restrito a qualquer circunstancia ambiental. Para o Manual de Diagnóstico e Estatistico dos Transtornos Mentais(DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana (1994) é classificado como um quadro de ansiedade e preocupações excessivas de longa duração (mínimo seis meses), acompanhado por vários sintomas somáticos. “A ansiedade é impossível de controlar e resulta em grande desconforto e grave sofrimento social para a pessoa.” (Range,2007p.219) tem uma percepção exagerada do perigo ou ameaça, ele pode fazer uma explicação racional do problema, registro de pensamentos automáticos, definir a melhor forma de intervenção e ter a colaboração do paciente. O tratamento farmacológico, é feito com os benzodiazepínicos de meio vida média ou longa, como: Diazepan, clonazepan, clordiazepóxido.

            Os principais sintomas são: queixa de sentimento crônico de nervosismo, tremores, tensão muscular, sudorese, sensação de cabeça leve, palpitações, tonturas, mal estar gastrintestinal, que são os mais comuns. A pessoa sente a crise apenas com a possibilidade de um adoecimento ou dificuldades sua ou de um parente.

            No Modelo Cognitivo-Comportamental o  terapeuta percebe que o indivíduo

 5 – TRICOTILOMANIA

 A tricotilomania é um distúrbio crônico, classificado no quadro de transtornos psiquiátricos, caracterizado pela resposta recorrente de arrancar os cabelos, resultando em falhas e lesões na área afetada.

O inicio dos sintomas, em geral, é observado durante a infância, entre os 5 e 8 anos, ou durante a adolescência em torno dos I3 anos. Os sintoma apresentam-se como: arrancar os cabelos até aparentar perda óbvia, apresentando momentos de tensão ou tentar resistir ao impulso de não arrancar, sentir prazer ao arrancar os cabelos.

O distúrbio causa significativo estresse clínico ou incapacitação social, ocupacional ou em outra área importante do funcionamento do indivíduo.   A tricotilomania, está  freqüentemente acompanhada de outros transtornos do hábito,como roer as unhas, espremer espinhas, ou irregularidades da pele, morder os lábiosentre outros. Pode estar associado a outros transtornos, como: de ansiedade, como ansiedade generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo e fobia; transtorno de humor,como depressão e distimia, e psicose

A tricotilomania em crianças é relativamente comum é importante observar a frequência e o tempo com que isso acontece., bem como grau de perda capilar.  

Os  locais afetados podem variar,a cabeça é a área atingida com maior freqüência, mas também são atingidos cílios, sobrancelhas, púbis, nariz, bigode,barba, pernas, peito, axilas, região perirretal e a combinação de mais de um local.A ingestão dos cabelos nesses casos é denominada tricofagia

O tratamento da TTM requer uma revisão da história de saúde física e mental do paciente, bem como de suas condições e contingências de vida. O tratamento pode ser farmacológico e psicoterápico e um dermatologista, para restauração dos fios capilar.                                                                       

O tratamento psicoterapêutico mais referido na literatura da TTM é a terapia comportamental-cognitiva, com o uso de várias técnicas, incluindo automonitoria, reforça mento social, controle de estímulos, treino em relaxamento, economia de fichas, treino de motivação, reestruturação cognitiva, reversão do hábito e sensibilização ou modelação encoberta.

A clomipramina, tem obtido resultados superiores, segundo Koran (1999), sendo como a única  droga a mostrar eficácia no tratamento da TTM em estudos controlados.Entretanto, os efeitos colaterais experimentados por muito pacientes como: sedação, ganho de peso, efeitos anticolinérgicos; têm comprometido sua adesão ao tratamento.

 6 – TRANSTORNO DE  ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO

 A exposição do ser humano  a traumas como guerra, desastres naturais  ou abusos como seqüestros e assaltos, tem levado o indivíduo a traumas psiquiátricos ao longo da história.

E O transtorno do estresse pós traumático (TEPT) é classificado com tal até um mês após o trauma, descrito como uma exposição em que o indivíduo sente medo intenso, impotência ou horror, pode ainda envolver morte ou ferimento grave.

O  transtorno apresenta-se depois que a pessoa sofreu algum trauma, como: acidentes, mortes, assaltos, etc. Como resultado o indivíduo pode reviver esses eventos por meios: recordações aflitivas, intrusivas ou recorrente do evento, inclusive imagens, pensamentos ou sonhos(flash-back). Há uma alta incidência de co-morbidade com outros transtornos psiquiátricos, como: depressão, transtorno do pânico, ansiedade social e abuso de substancias químicas.

            O tratamento farmacológico é pouco eficaz. Através dos BZD os efeitos podem ser paliativos, bem como os receptadores de captação de serotonina. O tratamento psicológico, pode ser apresentado através de técnica de exposição prolongada, com o objetivo de reativação da memória do medo, dessensibilização e processamento por meio de movimentos oculares, relaxamento, entre outros.

 7 – TRANSTORNOS AFETIVOS

 Apresenta por uma ideação suicida, onde a pessoa pode perder o contato com a realidade. È uma reação ou disfunção   do organismo, que vem de fora para dentro, podendo também pode ser decorrente de doença, como: AVC, hereditário  A pessoa não sente prazer, tem um sentimento de culpa muito grande, sentindo-se responsável por tudo de ruim que acontece. A pessoa funciona socialmente sem sentir prazer, sente uma melancoloa endógena, não responde a estímulos. A pessoa sente sintomas depressivos severos.

O tratamento farmacológico serve para suprir o déficit de neurotransmissores, como  dopamina, serotonina e noradrenalina, o tratamento PCC pode ser feita uma técnica reeducativa, que são eficazes para tratar os distúrbios psicológicos.

 8 –TRANSTORNOS ALIMENTARES

Os transtornos alimentares são síndromes comportamentais cujos critérios diagnósticos têm sido amplamente estudados nos últimos anos. São descritos como transtornos e não como doenças por ainda não se conhecer bem sua Etiopatogenia.Sendo assim caracterizam-se por uma grave perturbação do comportamento alimentar que traz diversos tipos de prejuízos ao indivíduo.

A Semelhança existente entre (A N) e (B N), tem dificultado os critérios diagnósticos e os métodos de tratamentos desses (TA). De acordo com DSM – IV, muitos indivíduos Bulimicos apresentam períodos de Anorexia, podendo transitar de um estado para outro. 

As pessoas com AN apresentam um medo intenso de engordar ,que persiste como uma idéia intrusiva e sobrevalorada ,associado a uma preferência pela magreza extrema.Apresentam um distúrbio da imagem corporal que faz com que se percebam como mais gordas do que realmente são.

O tratamento é feito com uma abordagem farmacoterápica.

Os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS)têm sido os antidepressivos mais estudados no tratamento da AN. Os antipsicóticos devem ser usados eventualmente naquelas pacientes mais difíceis e refratárias.

 O tratamento Comportamental pode ser feito, com a descrição que a pessoa tem de seu copor e a descrição real pelo terapeuta, mostrando a ela o quanto sua visão está distorcida da realidade. A imagem corporal subjetiva é portanto quando a sua percepção não corresponde à sua verdadeira aparência.

Os indivíduos Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica, comem compulsivamente não fazem uso regular de vômito ou abuso de exercícios, laxantes ou diuréticos. A semelhança dos indivíduos com BN é que ambos escondem esta compulsãoem público. Queapesar da insatisfação com o corpo não apresentam distúrbio de sua imagem corporal.

Os antidepressivos devem ser prescritos quando há uma clara evidência de um transtorno afetivo associado, Os antidepressivos podem ser prescritos para pacientes que permanecem deprimidos,apesar da melhora dos sintomas do comportamento alimentar, e para pacientes que não respondem ou respondem parcialmente à intervenção psicoterapêutica.  As drogas mais indicadas são os ISRS,entre eles a fluoxetina e a fluvoxamina,que foram mais estudadas. O tratamento psicoterápico comportamental pode ser feito concomitantemente junto com o tratamento farmacológico.

É importante deixar claro que há interesse genuíno em ajudá-la,que não se vai enganá-la e que os sintomas podem ser manejados (Fairburn e Cooper,1991).

Mostrar entendimento e empatia por seus sentimentos,especialmente em relação ao terror de vir a perder o controle sobre o peso ,aceitando as crenças da paciente como genuínas para ela,facilita a relação.     

9 – TRATAMENTO E DEPENDÊNCIA QUIMICA

             A Terapia Cognitiva (TC) foi desenvolvida para tratar pacientes psiquiátricos, inclusive dependência química. Pode ser aplicada individualmente , em grupo, casais ou famílias, pode ser usada associada ao tratamento farmacológico. Os focos de atenção ao atendimento,são: exame das crenças ligadas às SPA (substâncias Psicoativas), desenvolvimento de habilidades para solucionar os problemas e prevenção de recaídas. Segundo Patriota, Medeiros e Fernandes (2011), “As crenças ligadas as SPA(substâncias psicoativas)são comuns aos dependentes químicos  como categoria e desenvolvem-se após o estabelecimento do uso problemático de drogas. Naturalmente, a maior partes das pessoas tem crenças conflitivas quanto ao uso de SPA pelo menos no inicio do seu envolvimento. A conceitualização é a obtenção, a  síntese e a integração de dados sobre o cliente, permitindo a formação de hipóteses testáveis sobre suas crenças disfuncionais em todos os níveis, assim como sobre os sintomas apresentados”.

            O autor não apresenta um tratamento farmacológico para o caso da dependência química. O tratamento cognitivo comportamental, pode ser desenvolvido através de várias técnicas, como: cartões de enfrentamento, relaxamento,modificação das crenças sobre SPA,avaliação das crenças,treinamento de habilidades para enfrentamento do problema, prevenção de recaída e pode também encaminhar o paciente para atividades físicas.

 10 – TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE.

  Transtorno de déficit de atenção  com hiperatividade e impulsividade - TDAHI,  é um  transtorno mentail  comun. Quase sempre começa no período em que a criança começa a freqüentar a  escola. alunos desatentos que não se concentram  nas tarefas,   inquietos,  impulsivos que estão sempre agitados nas aulas, parece não escutar quando lhe falam diretamente,corre em demasia, tem dificuldade de brincar.   E ainda o executivo que não consegue se concentrar na reunião. È possível que eles tenham TDAHI.

            O TDAHI, apresenta por desatenção, impulsividade e hiperatividade, que podem ser traduzidas através de, não segue as orientações dadas, dificuldade em organizar-se e em esperar sua vez, perda constante dos objetos, dar respostas precipitadas, interromper as atividades alheias, não tem medo, balançar das mãos e pés, falar o tempo todo

 TDAHI  é classificado em três subtítulo:

PREDOMINANTE DESATENTO, com seis ou mais sintomas de desatenção  e alguns sintomas de hiperatividade/impulsividade.

PREDOMINANTE IMPERATIVO IMPULSIVO:  seis ou mais sintoma de hiperatividade/  impulsividade e o outro de desatenção.

TIPO MIXTO:   Seis ou mais sintomas de desatenção e seis ou mais de hiperatividade.

 As crianças com TDAHI necessitam de apoio pedagógico na escola e em muitos casos repetem de ano. Os sintomas podem prejudicar o desenvolvimento emocional e social da criança e até levá-la ao consumo  de substancia química, como álcool e drogas. Portanto o não tratamento pode causar grande prejuízo na vida social, familiar, acadêmica e profissional do individuo. A pessoa é mais propensa a

Na criança pode causar a diminuição do rendimento escolar, já no adulto, ocasiona baixa produtividade, pouca motivação e aumenta ate a incidência do desemprego.

E mais uma pessoa com TDTAHI  é mais propensa a sofrer acidente, e viver em crise de depressão, ansiedade e outros transtornos

O tratamento farmacológico á feito com Metilfenidato, que pode ser associado a psicoterapia, através do auto manejo, treino de auto instrução, onde o  paciente realiza a tarefa com a orientação do terapeuta, que o ajuda a desenvolver as estratégia verbais mediacionais necessária para guiá-lo e também, o  paciente faz a mesma tarefa, enquanto instrui a si mesmo em voz alta. Também pode fazer treino de resolução de problemas, que o ensina a parar e pensar, identificar e especificar o problema, treino de habilidades sociais, onde a pessoa vai  ser treinada para viver em seus grupos sociais.

            O TDAHIé um transtorno crônico, que o seu diagnóstico é apenas clinico, não tem exame que possa diagnosticá-lo, pode levar a pessoa a comorbidades, afetando a vida, familiar, social e pessoal do indivíduo.

 Kátia Maria de Lima Arruda

Acadêmica de Psicologia - ESUDA.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERENCIAS

 

Código Internacional de Doenças (CID-10) da Organização Mundial de Saúde (1993)

 

Manual de Diagnóstico e Estatistico dos Transtornos Mentais(DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana (1994)

 

Range. Bernard, Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais. – Porto Alegre: Artmed, 2001.

 

 


Autor: Kátia Maria De Lima Arruda


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