Jequitibá: capital mineira do folclore



INTRODUÇÃO

Se existe uma cidade que se orgulha de sua cultura popular é Jequitibá. Não será muito dizer que o repertório da cultura popular jequitibaense representa a maior riqueza do município.

Em poucas regiões do estado de Minas Gerais poderão ser encontradas tantas manifestações culturais que demonstraram a diversidade do ambiente social brasileiro. No entorno da sede do município de Jequitibá os povoados, com vida relativamente autônoma, desenvolvem intensas e variadas atividades culturais relacionadas a práticas religiosas e aspectos que evidenciam uma complexa rede de organização social.

Muito se fala a respeito da denominação de Jequitibá como “Capital Mineira do Folclore”, mas pouco se diz das razões que levaram a cidade a receber este título.

Como jequitibaense decidi investigar e aprofundar mais sobre o surgimento da idéia de escolha da Capital Mineira do Folclore de Minas Gerais, que época ocorreu à escolha, que aspectos foram considerados na seleção, se houve a participação de outras cidades e quais as formas de manifestações deste folclore.

O termo folk-lore foi criado pelo antiquário inglês, William John Thoms, que nasceu em 1803 e morreu em 1885. Em 22 de agosto de 1846, William, usando o pseudônimo de Ambrose Merton, publica um artigo com o título Folk-lore, na revista The Athenaeum, de Londres. Propunha o termo, como expressão técnica apropriada ao estudo das lendas, tradições e da literatura popular, tendo essa definição o significado de "a sabedoria do povo”. William John Thoms, como era antiquário, associou o folclore às antiguidades populares, e essa associação permaneceu, sob muitas formas, em diversos conceitos do folclore.

Folk quer dizer povo, nação família; Lore significa instrução, conhecimento, saber, portanto, Folk-lore ou Folclore quer dizer a ciência ou sabedoria popular.

Folclore não significa apenas foguetes e festas. É a história construída pelos anseios, aspirações e esperanças de um povo, é uma linguagem na qual se manifesta a unidade que mobiliza multidões, que busca a sua verdade na identificação da cidadania, preservando seus valores e mantendo vivas suas raízes através das gerações.

Para se determinar se um acontecimento é folclórico, ele deve apresentar as seguintes características:

  • Tradicionalidade: vem se transmitindo geracionalmente.
  • Oralidade: é transmitido pela palavra falada.
  • Anonimato: não tem autoria.
  • Funcionalidade: existe uma razão para o fato acontecer.
  • Aceitação coletiva: há uma identificação de todos com o fato.
  • Vulgaridade: acontece nas classes populares e não há apropriação pelas elites.
  • Espontaneidade: não pode ser oficial nem institucionalizado.

JEQUITIBÁ, MG

Jequitibá é um nome de origem indígena, da tribo tupi. Os índios chamavam a árvore de “jigibyiba” sig.:  yig = duro, bybi = troco direito, yba = árvore. Estas árvores uma das maiores do mundo, altaneira, com copa abundante e bela, sustentada pelo comprido e forte tronco. Aqui existia antigamente muita mata, desta espécie de árvore.

A cidade de Jequitibá surgiu na rota dos bandeirantes por volta de 1670, sendo este um dos 10 primeiros municípios mineiros fundados nesta época por Borba Gato. Jequitibá pertencia ao município de Sabará, porém em 1869 foi incorporada ao município de Sete Lagoas. Em 1948 teve sua emancipação e a instalação aconteceu no dia 1º de janeiro de 1949. É composta de 20 povoados, sendo um distrito chamado Dr. Campolina (ex- Lagoa Trindade), uma comunidade negra que se destaca por ter sido um quilombo.

O município de Jequitibá com sua população de 5.262 hab. est. (2006) esta localizada na Zona Metalúrgica e faz parte da microrregião nº 181 de Minas Gerais. Possui uma área 446,010 km², sua  temperatura max.:35ºC e temperatura min. :13ºC. Seu  CEP 35767-000 e DDD: 031.

A sede do município, a 720 metros de altitude (igreja Matriz do Santíssimo), tem sua posição determinada pelas coordenadas geográficas de 19° 14’07’’de latitude sul e 44° 01’ 41’’de longitude oeste.

Geomorfologicamente, o município encontra-se na região formada por rochas do Grupo Bambuí, datadas do proteozóico superior, cujos minerais, mais importantes são ardósia, siltito e calcário. Está inserido na depressão periférica do Rio São Francisco, sendo o Rio das Velhas o principal rio da região.

História de Jequitibá.

A capital de Minas quase foi transferida de Ouro Preto para Jequitibá, em 1867. O deputado Agostinho Francisco de Souza Paraíso conseguiu aprovar na Assembléia Legislativa da província uma lei transferindo a capital de Ouro Preto para Jequitibá. O presidente da província na época, José da costa Machado de Souza vetou a lei, alegando precariedade do Tesouro Estadual e dificuldades que a mudança acarretaria. Voltando a apreciação do Legislativo o veto foi recusado por 17 votos contra 16. Já numa terceira reunião o veto é mantido e Jequitibá perde um dos maiores sonhos que uma cidade mineira poderia ter.

Capital Mineira do Folclore.

Jequitibá, pacata cidade do interior do estado de Minas Gerais, traz na sua trajetória histórica um marco referencial de cultura e de grande admiração por parte de todos que a conhecem.

Isso deu a essa cidade a importância hoje devida, sendo o registro reconhecido do folclore mineiro.

Desde remotos tempos vem sendo o palco de um brilho diferenciado, em seu aspecto cuidadoso com a beleza artística, gerando para história todo um arsenal de positivas críticas de suas amostras folclóricas.

É terra de um povo alegre e hospitaleiro, cheio de expectativas com o crescimento, povo poeta e com alma musicada, marcando sempre com criatividade de detalhes todas as festividades do seu calendário.

Em tempos mais recentes, data-se do dia sete de julho de 1991, presentes diversas autoridades locais e de outros municípios, o ilustre folclorista Frei Chico- grande cantor, compositor e animador Saulo Laranjeira e sua numerosa caravana, presentes também, os embaixadores do folclore mineiro de José Teixeira e sua esposa Mazé; grande equipe de fotógrafos e cinegrafistas; representes ainda os diversos segmentos da cultura popular, representados por grupos das localidades, professores, universitários, folcloristas. O Prefeito de Jequitibá- Geraldo Antonio Saturnino e representantes da administração local, todos esses, por unanimidade, proclamaram Frei Chico como Governador do Estado Mineiro do Folclore e vice-governador divulgador das raízes culturais, o cantor Saulo Laranjeira.

Foram essas “majestades” que posteriormente nomearam oficialmente, a cidade ora em foco, fosse reconhecida como Capital Mineira do Folclore. Cidade essa que foi primeira, que se tem noticia a adquirir este título em Minas Gerais.

Assim varias foram as manifestações soerguidas, muitas dessa ainda em destaque no calendário de festividades de Jequitibá.

Com a oficialização desse título, o povo jequitibaense sentiu-se tão honrado que, pelo reconhecimento e valorização de sua cultura, Viu-se cada vez mais empenhado na propagação e revitalização dessa História folclórica.

Hoje, grandes partes das manifestações sobrevivem com o mesmo brilho e criatividade, mas com a modernidade outros espaços foram surgidos, dado asas à participação da juventude, como por exemplo, o FestiVelhas que agrega todos os grupos artísticos da cidade e região.

Uma janela aberta aos olhos de quem busca qualidade, beleza, alegria e sensibilidade de um povo simples e trabalhador.

Festival de Folclore (Festivelhas), divulgação da cultura popular.

 Em 1867, o município quase foi elevado à capital de Minas Gerais. O presidente da província na época, José da Costa Machado de Souza, vetou a lei, alegando precariedade do Tesouro Estadual e dificuldades que a mudança acarretaria. “Era para ser capital mineira, por que não ser a capital mineira do folclore?”, indaga o prefeito municipal de Jequitibá, Geraldo Antônio Saturnino.

E é de forma atenciosa e acolhedora que esse município cheio de história e tradição espera pelo evento e prepara tudo para que ele cumpra seus objetivos. Como pode ser visto nas seguintes palavras do ilustre violeiro e mestre de Folia de Reis de Jequitibá, Nelson Jacó: “ainda sou um menino de 77 anos. Meninos gostam de folia. Por isso, é com muito amor e muita honra que recebo o FestiVelhas em Jequitibá”.

 Nas ruas e nos palcos montados apresentaram-se grupos de várias partes da cidade, além de convidados de outras regiões mineiras. Os visitantes e espectadores puderam presenciar a alegria e desenvoltura de diversas folias como a de Nossa Senhora do Rosário, do Divino e as tradicionais Folias de Reis. Atrações que se destacam também são apresentações do Boi da Manta, Incelência para Chuva, Encomendação das Almas, Batuque, Pastorinhas, Dança do Tear, Contra – Dança, Fim de Capina, Dança da Vara, Dança do Serrador e Cantigas de Roda.

A novidade do 2º Festival de Folclore deste ano foi a retomada do tradicional desfile folclórico, pelas principais ruas da cidade que reúne representantes dos grupos, personagens folclóricos e autoridades locais. O objetivo do desfile foi mostrar para os espectadores a diversidade que se une para defender a cultura e a riqueza das tradições mineiras guardadas por gerações por meio da dança e do canto. No festival um espaço foi reservado para uma homenagem especial ao Cinqüentenário de Guimarães Rosa, com a apresentação do Grupo de Contadores de História “Miguilin”.

Hoje, em Jequitibá, existem cerca de 30 grupos folclóricos que vivem espalhados pelos distritos da cidade que apresenta e retrata uma média de 150 manifestações folclóricas, alguns chegam a ter 200 anos de existências, preservados pelas próprias famílias. Esse número elevado lhe rendeu o título de Capital Mineira do Folclore, reconhecida como tal por nomes conceituados no meio cultural como Frei Chico e o artista Saulo Laranjeira. Sua tradição também se atesta com violeiros conceituados da cidade, como “seu” Nelson Jacob, que segundo o cantor Chico Lobo foi um de seus inspiradores.

José Geraldo Alves (Zé de Ernestina) é o representante oficial do congo em Minas Gerais, com a variedade de grupos que coordena sobre seu congado como cantador violeiro e dançador, juntamente com sua esposa Maria Justina (Dona Liça), seus filhos, noras, genros e netos, além de irmãos e companheiro da cidade de Jequitibá, vários grupos folclóricos na maioria, religiosos católicos, é orgulho para Jequitibá Capital Mineira do Folclore.

Zé da Ernestina (65 anos), homem simples, quase analfabeto, muito humilde em contar como foi escolhido para representar todo o estado. Na sua simplicidade ficou receoso em ser um candidato, pois dizia que “não sabia falar as palavras certas com os homens da federação e os convidados”.

O Sr. Zé da Ernestina é o representante oficial do Congo em Minas Gerais, e o Cantor Milton Nascimento é o representante simbólico em forma de homenagem, pela figura marcante e forte que representa em Minas Gerais. José da Ernestina é o guardião da coroa mais antiga e cara de Minas, pesa 1:100 gramas, lavrada em ouro de 22 quilates e cravejada de pedras preciosas. Sua esposa Maria Justina é a Vice-rainha do Congo, que foi escolhida por integrantes por sua dedicação ao grupo. Ela cuida do canto, o cuidado com a bandeira que é símbolo sagrado, e de vários detalhes que vão surgindo. È muito importante citar e descrever sobre a Família do Sr. José da Ernestina porque a dedicação de todos é muito Forte.

 Este patrimônio cultural, não só de Jequitibá nem de Minas, mas nacional, já tocou com seu batuque para dez mil pessoas no Sesc – Pompéia em São Paulo, já foi apresentado na Rede Cultura de televisão no programa Repórter Eco, já viajou para várias cidades com diversos grupos no Estado de Minas Gerais, em Maceió – Al, a Rede Educativa de rádio e televisão através do apresentador e folclorista presidente da Comissão Alagoana de Folclore, Prof. Ramilson Franca precisa constantemente material registrado por Eliezer Teixeira em Jequitibá (folia de reis, batuque, congado, etc). Hoje o Sr. José da Ernestina e o Representante Oficial do Congo em Minas Gerais, título que traz Honra e Alegria ao Município de Jequitibá “Capital Mineira do Folclore”.

Esse cidadão, respeitado em sua representatividade, orgulhosamente registra em seu currículo, os títulos: Rei congo do Estado de Minas Gerais. Capitão de congado da guarda de congado do Santíssimo Sacramento de Jequitibá – Capital mineira do Folclore. Mestre da folia de reis de Jequitibá. Mestre da Folia de São Sebastião de Jequitibá. Mestre da Folia de Nossa Senhora do Rosário de Jequitibá. Mestre da Folia de Santo Antônio de Jequitibá, Mestre da Folia de São Geraldo de Jequitibá, Mestre da Folia do Divino de Jequitibá, Mestre da folia de São Miguel de Jequitibá, Mestre do Batuque de Jequitibá, Curador e Benzedor, Violeiro, Cantador e Dançador Folclórico.

Grupos e danças folclóricas:

Batuques, Boi da manta, Candomblé, Casamento na roça, Cantigas, Congado, Contra dança, Dança da Fita, Danças de roda, Dança do semeador, Dança do tear, Dança da vara, Encomendação das almas, Fim de Capina, Incelência para a chuva, Ladainha, Marujadas, Pastorinhas.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.

Nesse capitulo são apresentados todos os resultados da pesquisa exploratória realizada junto a 15 moradores da cidade de Jequitibá, MG, sobre o tema “Jequitibá Capital Mineira do Folclore”.

 Percebe-se uma complexidade de opiniões, quando os entrevistados tiveram a oportunidade, através das perguntas elaboradas, de demonstrar suas idéias, livremente.

No questionário, anexo no final da monografia, a intenção foi de perceber o interesse, participação e valorização da cidade de Jequitibá Capital Mineira do Folclore.

Todos os entrevistados tiveram a opção de se identificar ou não, mas preferiram se expor, inclusive com outros dados, tais como idade, tempo e funções exercidas.

A seguir, são transcritos os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa sobre a temática escolhida.

Analise e Interpretação dos Dados.

A monografia ora apresentada constitui um processo de reflexão e críticas, com conclusões tiradas a partir da pesquisa e entrevista na comunidade jequitibaense.

Foram feitas 10 perguntas, direcionadas a 15 pessoas residentes em Jequitibá, com idades de 15 a 70 anos. Para facilitação do levantamento de dados, os entrevistados foram divididos em três categorias: de 15 a 25 anos, 26 a 36 anos e acima de 37 anos. É importante registrar o desinteresse de grande parte da juventude jequitibaense pelo tema em estudo, quando apenas um número significativo desses teve o interesse em estar respondendo ao questionário proposto. A faixa etária de maior experiência de vida foi a que mais destacou e colaborou com a pesquisa.

Por meios dos questionários foram levantados dados de grande importância para realização da monografia, confirmadas com os gráficos, resultados das respostas oferecidas.

Diferentes opiniões foram apresentadas pelos envolvidos, quando demonstraram conhecimentos ou não da importância do título de “Capital Mineira do Folclore” para a cidade de Jequitibá.

Quando interrogados a respeito de Jequitibá ter o titulo de Capital Mineira do Folclore todos os jovens de até 25 anos disseram que acidade assim tornou-se conhecida pelo número de grupos folclóricos do município, demonstrando certo conhecimento cultural na sociedade em que vivem.

Já os de 26 a 36 anos disseram que o titulo recebido por Jequitibá é justificado pela diversidade cultural e pelas manifestações folclóricas. Esse grupo reafirma e acrescenta a opinião dos jovens da localidade, demonstrando, também um pouco mais de maturidade e reconhecimento do titulo ora discutido.

Os que têm mais de 36 anos também se manifestaram enfatizando o número de grupos folclóricos e sua diversidade cultural. Isso traz-nos a reflexão quanto à percepção e valorização da nomenclatura oficializada para a cidade de Jequitibá. Ora, não podemos deixar de comentar que, devido à faixa etária dos mesmos, observa-se nas respostas colhidas certa vivência desses residentes manifestando conhecimentos das culturas que levaram a cidade ao título.

Numa segunda pergunta, quando questionados sobre a importância do titulo para Jequitibá os jovens vêem sua importância como uma fonte de renda para a cidade.

Já os de 26 a 36 anos sabem da sua importância valorizando suas raízes, trazendo benefícios culturais, turísticos.

Os que têm mais de 36 anos mostram a cultura como patrimônio histórico, e a importância que a diversidade folclórica tem sido, uma cultura que foi passada de geração em geração por tradição, resistindo às mudanças.

Perguntados sobre a importância do folclore disseram os jovens de até 25 anos, que a importante divulgar o folclore para não acabar com a tradição e não ser esquecido.

 Para os de 26 a 36 anos a sua divulgação é importante para preservar as nossas raízes, valorizando e consolidando a nossa cultura popular.

Os que têm mais de 36 anos disseram que a sua divulgação é de extrema importância para dar prosseguimento à cultura folclórica, e que se tome conhecimento de tão ricas são essas manifestações, considerando a simplicidade do homem do campo com as suas canções e as danças.

Na questão quatro quando interrogados a respeito da importância das manifestações folclóricas os jovens de ate 25 anos demonstraram escasso conhecimento, tiveram dificuldade em lembrar-se de, pelo menos, uma manifestação.

Os de 26 a 36 anos já enfatizaram a importância de todas, ressaltando a participação das famílias.

Acima de 36 disseram que cada uma das manifestações folclóricas tem a sua importância sentimental e pessoal, assim, compreende-se que todas têm seu valor, relacionado com a história individual da sociedade em que se desenvolvem.

Questionados se já participaram de algum grupo folclórico os jovens de até 25 anos negaram essa ação, justificando constrangimento em se mostrarem publicamente.

Os de 26 a 36 anos, alguns já participaram e mostraram muito contentamento.

Os que têm mais de 36 alem de um só te participado quando criança, disseram que tinham vontade e gostariam de participar.

Quando interrogados a respeito do FestiVelhas disseram os jovens de ate 25 anos, que o FestiVelhas divulgou o folclore e ensinou a preservar o rio das Velhas.

Para os de 26 a 36 anos, fixaram a importância dos debates sobre questões ambientais “urgentes” para se alcançar objetivos imediatos de preservação dos valores naturais, bem como os conhecimentos das tradições e costumes. Disseram também que poderia ser mais divulgado, principalmente na região.

 Os que têm mais de 36 anos disseram que o Festivelhas teve o principal objetivo de conscientizar a população da importância da natureza para a vida. E também a necessidade de manter o Rio das Velhas limpo, conhecido e respeitando.

A respeito do destaque do FestiVelhas relataram os jovens de até 25 anos, relevante ponto observado quanto à organização bem como o comportamento dos participantes.

Já os de 26 a 36 anos disseram que alem do grande investimento que foi feito, da divulgação e acomodação dos participantes, têm receio de que a festa do folclore caia no esquecimento.

Os que têm mais de 36 anos, disseram que as palestras, teatros, pinturas, murais, danças, oficinas, músicas, muito contribuem para a preservação ambiental, inclusive para despoluição do Rio das Velhas.

Os jovens de até 25 anos apontaram a maior divulgação da cidade Jequitibá, a partir do “FestiVelhas”, quando isso é notado com um maior fluxo de visitantes em tempos comuns.

Nota-se na categoria de idade de 26 a 36 anos, de que para alguns não mudou nada na cidade citada, más houve maior divulgação da importância do Rio das Velhas.

Quanto aos entrevistados de idade acima dos 36 anos, esses afirmaram ter havido maior conscientização da população local quanto ao valor do Rio das Velhas e de outros bem da região.

Os questionados de até 25 anos disseram que aconteceram mudanças no conhecimento da população e na divulgação do nome da cidade.

Já os de 26 a 36 anos, ficaram indecisos.

Os que têm mais de 36 anos, alguns também tiveram duvidas e outros disseram que observaram mudanças, por exemplo, algumas pessoas tomaram conhecimento do que esta acontecendo com a natureza no mundo a partir do FestiVelhas.

Quanto à divulgação do folclore jequitibaense, evitando, assim, sua extinção oportunas respostas surgiram.

Os jovens até 25 anos disseram que divulgam de uma forma indireta o folclore. Um desses ainda esclarece a forma de divulgação, através do artesanato local.

 Já as categorias de 26 a 36 anos, interessantes respostas foram dadas. Destaque para uma moradora dona de restaurante, que expõe o artesanato em seu local de trabalho de trabalho e ainda serve comidas típicas da região, como forma de divulgar a cultura. Num todo, a divulgação é notória.

Os que têm mais de 36 anos divulgam o folclore em diversas modalidades, tais como: contando estórias, nas escolas, através de projetos implantados pela comunidade administrativa local.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Num contexto tão diversificado e ao mesmo tempo tão contraditório, como a sociedade jequitibaense, pesquisar e entrevistar sobre o significado do título de “Capital Mineira do Folclore” seus moradores é uma grande honra e um aprendizado inesquecível. 

Por tudo exposto nesse trabalho, conclui-se que é necessário o aumento da valorização das manifestações folclóricas por parte da população jequitibaense, para que as raízes culturais não se percam ao longo do tempo.

Parece ser uma tarefa fácil, mas na verdade entrevistar as pessoas de uma cidade do interior como Jequitibá é complicado. Todos, num primeiro momento, apontaram vários motivos para não responderem as perguntas, uma vez que, estavam receosos.

Os jovens, em sua maioria, não se preocuparam em responder, os poucos que se prontificaram a ajudar somente o fizeram a pedido de seus professores.

Há uma grande necessidade de refletir sobre as manifestações folclóricas, o quanto elas são importantes para aqueles que a conhecem e acreditam com tanta fé, que é de se emocionar. A fé é o principal motivo que faz passar de geração para geração, não deixando que as manifestações folclóricas fiquem esquecidas com a correria do dia a dia.

Essa diversidade cultural muito depende da forma como isso é olhado, das expectativas que constroem ao seu redor dependendo das diferentes faixas etárias. E todo esse enlace entre pensamentos e ações se torna muito mais complexo quando se percebe que não existe uma única forma de “ser participativo”, diferente são os sujeitos que constroem esta diversidade através de suas experiências.

No entanto, ainda que o jequitibaense seja participativo, ele sente que pode exercer sua ação no contexto folclórico fazendo uso dos elementos que tem ao seu dispor. E que elementos são esses, observados nessa pesquisa? São evidenciadas as famílias, escolas, comércios, igrejas, administrativo, etc; que têm responsabilidades em construir juntos diferentes práticas que mantenham vivas as tradições e conceitos relacionados ao crescimento dessas raízes. Todos os moradores da localidade se vangloriam em serem atores e coadjuvantes da história de JEQUITIBÁ CAPITAL MINEIRA DO FOLCLORE.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Prefeitura Municipal. HISTORICOS, ATA (07/ 07/1991) DA SOLENIDADE DE INSTALAÇÃO, INDICAÇÃO E POSSE DOS GOVERNANTES E DEMAIS AUTORIDADES DO ESTADO MINEIRO DO FOLCLORE (07/ 07/1991). Jequitibá, Prefeitura Municipal/ Câmara Municipal, 4.,2007. 

 Biblioteca  Municipal. APOSTILAS DE PESQUISA E ESTUDO DE JEQUITIBÁ. Jequitibá, 5.,2007.

SAVATER, Fernando.  O valor de educar. São Paulo: Martins Fontes; 1998.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente.  São Paulo: Martins Fontes; 1984.

 


ANEXO

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MONSENHOR MESSIAS

UNIFEMM – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS

Unidade Acadêmica de Ensino de Filosofia, Ciências e Letras - UEFI

ENTREVISTA

Nome (completo).

Idade / Grau de escolaridade.

Em que você trabalha? Há quanto tempo neste cargo?

Questões;

1- Por que Jequitibá recebeu o titulo de capital mineira do folclore?

2- Qual a importância deste titulo para Jequitibá?

3- Por que é importante a divulgação do folclore?

4- Qual das manifestações folclóricas é a mais importante para você?

5- Você já participou de algum grupo folclórico? Qual?

6- Qual a sua opinião sob FestiVelhas?

7- O que mais chamou sua atenção no FestiVelhas?

8- Para você o que mudou após o FestiVelhas?

9- O FestiVelhas mudou alguma coisa em Jequitibá? O que?

10- O que você faz para divulgar o folclore não deixando que esta sabedoria popular entre em extinção?  

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Autor: Ânderson Tavares Alves


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