Ice memory
Ice Memory
Choro no balcão de mármore travertino,
E derreto-me,
Gota - a - gota, me desfaço, transpiro, e encolho,
E perco-me disforme, e aceito o fim certo,
A alma se esvai, fria e líquida, antevejo o fim,
E desejo voltar à forma perdida, à escuridão do freezer,e tirito impotente,
Desfalecendo, sinto o gosto, o cheiro do Uísque que me banhava a pouco,
E lembro dos segredos confessados na embriaguez volátil, da marca de batom barato, do passeio pelo céu da boca antes do mergulho de volta ao copo, e faz-se o fim, sinto-me só,
E choro no balcão de mármore travertino
E lentamente, desapareço.
Autor: José Milton Correia Jr.
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