Metaforismo Linguístico: A Metáfora Na Construção Linguística



INTRODUÇÃO

 A metáfora é um recurso lingüístico importante para compreender os mecanismos da fala no processo de dominar o outro, por isso, sua maior função, consiste no entendimento das metáforas, bem como seu emprego na construção de frases através de uma linguagem informal remetida de expressões do cotidiano.

A metáfora possui liberdade e sua linguagem é muitas vezes irônica isto porque, mesmo sendo comum entre as pessoas, é difícil identificá-las dentro da construção da fala sem que os conceitos não sejam analisados cautelosamente.

A discussão a cerca dos limites do sentido metafórico na linguagem é um fato muito recorrente nos estudos lingüísticos, contudo, esta linguagem permite que a comunicação seja autônoma e perspicaz, uma vez que, a metáfora empregada seja compreendida.

É interessante analisar os conceitos de metáfora para poder perceber sua atuação mediante a linguagem, pois, sua influencia lingüística perpetua sobriamente no sistema comunicativo. Com um aspecto comprometedor e com função de confundir com outra figura de linguagem: "comparação"; os que o torna diferente e discernível é justamente a ausência de conectivos, sendo assim, um dos recursos lingüísticos mais necessários para a compreensão da fala.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

 

Como a metáfora é "sinônima" de expressividade, logo, sua atuação no campo lingüístico é fluente, deste modo, o metaforismo lingüístico abrange a liberdade expressiva sem limitar-se apenas a palavras ou expressões, onde o uso de metáforas no aspecto social e cultural das classes populares independentemente da região que cada povo vivi é altamente visível, pois sua presença está em cada lugar.

A metáfora através da mudança de sentidos e numa seqüência lógica de idéias e palavras proporciona aos indivíduos uma elegância por parte de quem as transmitem e é considerada um dos elementos primordiais na construção da linguagem. "A metáfora é a mudança de sentido da palavra baseada numa relação de semelhança" (SARGENTIM, 1996, p.207). Em outro ângulo, Farraco & Moura (2002), afirma que a metáfora resulta de uma associação subjetiva e individual entre dois termos, ou seja, a linguagem empregada é conhecida como conotativa.

Tavares (1996) cita Winkler que levou adiante o principio do traço de Windt. O que usualmente se considera como mecanismo da metáfora importa para Winkler, no seguinte dado, que as palavras não simbolizam desde sua origem e em conseqüência de sua própria natureza conceitos completos.

Diante desse aspecto, a metáfora produz um impacto relacionado a sensibilidade, daí sua força evocativa e emotiva. Como a mesma (metáfora) deriva da língua latina e diante de um contexto mais amplo está inserida nas figuras de linguagem possui o objetivo de mudar o sentido real de uma expressão passando-a para um sentido figurado. Neste contexto, gramáticos e estudiosos refletem e conceituando a metáfora:

·"A metáfora como um tropo em que a significação natural de uma palavra é substituída por outra com quem tem relação de semelhança" (FERREIRA, 2001);

·"Metáfora é o desvio da significação própria de uma palavra nascida de uma comparação mental ou característica comum entre dois seres ou fatos" (CEGALLA, 1991);

·"A metáfora é uma comparação elíptica" (TAVARES, 1996);

·"Metáfora é uma comparação implícita" (SIQUEIRA & BERTOLIM);

Os autores mostraram completamente sobre o que de fato é metáfora apresentando o foco primordial relacionada à mesma denominada de comparação sem uso de conectivos.

A metáfora apresenta alguns elementos indispensáveis para seu reconhecimento entre as demais figuras de palavras, como por exemplo:

·Imagem;

·Alegoria;

·Símbolo;

·Fábula;

·Parábola.

Esses elementos constituem o universo metafórico. Sendo – a uma comparação elíptica (op.cit.) ela apresenta quatro algoritmos metafóricos denominados de:

·Comparado;

·Comparante;

·Atributo Explícito;

·Atributo Implícito.

Esses algoritmos justificam os tipos de metáfora na construção da língua. Seguindo esse fundamento, existem três possibilidades para explicar como os falantes podem interpretar uma metáfora baseada no uso lingüístico:

·1ª = é ligar o significado metafórico ao falante como se faz na teoria pragmática da metáfora;

·2ª = é relacionada a interpretação da metáfora mediante a língua associando ao significado das expressões;

·3ª = é compreender que a convenção se dá na ligação entre metáforas lingüísticas e conceituais.

Afirma Searle (1993), que dar sentido a uma metáfora nessa perspectiva é recuperar o sentido que o falante quis dar a uma metáfora, isto é, o significado metafórico é uma inferência sobre o que representa a metáfora, desse modo, essa interação propriamente lingüística no sentido das palavras. "O sentido nas palavras evoca um sistema de lugares comuns associados" (BLACK, 1993) que apenas confirma excludentemente a argumentação anterior.

É neste caso, que as palavras associadas a certos conceitos se "cruzam" na metaforização por seqüência da linguagem, pois, para que uma metáfora seja interpretada, um falante se guia não pelo léxico especificamente, no entanto, pela presença dos traços semânticos nas palavras que porventura formam a metáfora, isto é, ocorre na semântica das proposições literais, o cálculo metafórico abrange tipo de palavras e não palavra especifica. (MOIURA, 2005), isto significa ainda que, a interpretação não dar-se apenas palavra por palavra, ou metáfora por metáfora, mas pelo conjunto de funções e atuações. Exemplo explícito é:

·O poeta é um arquiteto;

·Esse cirurgião é um açougueiro.

Com uma função mais árdua, a metáfora apresenta ironicamente uma série de especificidades, entre elas, o preconceito, como afirma Grice (1975), quando diz que a metáfora seria, então, o produto de uma violação intencional da "máxima da qualidade" que resume em "não afirme o que acredita ser falso". A metáfora empregada com esta finalidade (preconceito) possui o caráter destrutivo tornando-se alvo de caos terríveis sendo sua índole traiçoeira em relação a cor, raça, sexo e outros. Mas, não somente sua presença é preconceituosa, pois, a maneira de conduzir as pessoas em crenças é persuasiva como apresenta-se na religião, já que é comum por intermédio de parábolas. A linguagem convincente diante deste contexto, desperta os "fieis" para a prática da obediência instruída pela força da fé.

Campbell (2003) aborda que metade da população mundial acha que as metáforas das tradições religiosas são fatos. A outra metade que não são fatos de forma alguma. O resultado é que há indivíduos que se consideram fieis por que aceitam as metáforas como fatos, outros que se julgam ateus porque acham que as metáforas são mentirosas. Na verdade, é a crença que determina a credibilidade da metáfora na religião.

As metáforas funcionam no discurso religioso como meio de "justiça", pois seu poder é extremamente imenso e conduz as pessoas menos esclarecidas manipulando-as sobre os fatos abordados nas escrituras sagradas.

Uma abordagem mais significativa abrange o mundo musical através de uma linguagem mais metafórica, pois seu emprego é usado para dar significação indireta sobre casualidades, interesses e fatos. Partindo deste pressuposto, une-se com a poesia por apresentar elementos similares como, por exemplo, a maneira de escrever ordenamente os versos e a função de atingir o público com seu poder persuasivo. A única diferença é que a poesia tem a preocupação com a linguagem culta o que distingue da música, embora, ambas tenham o caráter transformados da consciência.

A metáfora, portanto, atua cercando todos os aspectos da linguagem (computação, religião, poesia, musica, preconceito (...) para mostrar que sua dimensão e expansão não há limites e nem controles.

METODOLOGIA

 

Com base no referencial teórico, grandes estudiosos explicaram, demonstraram, conduziram o papel da metáfora dentro do processo lingüístico, onde muitas vezes passam despercebido por não obter o valor morfológico como as demais classes de palavras.

Pesquisou-se a intencionalidade da metáfora enquanto alvo de preconceito e de ironia, visando causas e conseqüências da mesma.

A investigação acerca da liberdade expressiva invadiu também o campo poético e musical deslumbrando-se com a compreensão lingüística na religião e na tecnologia (computação).

Os conceitos sobre metáfora foram analisados, averiguados e definidos por gramáticos conhecedores da língua.

 

CONCLUSÃO

 

Esta pesquisa tratou-se de refletir sobre a metáfora na construção lingüística. As várias investigações realizadas preponderaram a metáfora no processo da linguagem, onde estudiosos diversos diversificaram entre as demais figuras de palavras a metáfora.

A investigação do estudo contribuirá para que tanto professores quanto alunos certifiquem-se de que a metáfora não deve ser levada no lúdico, do contrário, é preciso ser levada a sério por tratar do meio lingüístico e que seu grau de importância é como de qualquer outro âmbito gramatical.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

BLACK, D. More About Metaphor. In Ortony. A Metaphor and Thought. Cambridge University Presso: Cambridge: UK, 1993

CAMBPBELL, Joseph. Tu és Isso. Transformando a Metáfora Religiosa. São Paulo: Madras, 2003

CEGALLA, Domingos Paschoal. Gramática da Língua Portuguesa. 34ªed. São Paulo: Nacional, 1991.

FARRACO, Carlos & MOURA, Francisco. Português. São Paulo: IBEP, 1996

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 4ªed. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2001

GRICE, H. P. Logic and Conversaion: Syntax and Semantics III: Spee Acst. New York: Academic Press, 1975

MOURA, H. Lexicon and Context in the Production of Meaning. Révue de Semantique et Pragmatic, 2005

SILVA, Antonio de Siqueira & BERTOLIM, Rafael. A Construção da Linguagem. São Paulo: IBEP, 1997

SARGENTIM, Hermínio. Leitura e Gramática. São Paulo: IBEP, 1996

SEARLE, John. Metáfora. 2ªed. São Paulo Cambridge, 1993

TAVARES, Henio. Teoria Literária. 11ªed. Rio de Janeiro: Vila rica, 1996

 

 

 

 

 

 


Autor: JOSE JAILSON


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