Foi assim



FOI ASSIM

Numa tarde insípida que o Sol teimava em brincar de ser lua o acaso me grita,

Sem querer, ou ao querer do Universo, seu olhar acende o que nem mesmo o sol fez,

Num “tiro”, num piscar, minha alma, sem saber, é reclamada.

Sem perceber a intenção e num instinto “minimalesco”, vem o medo e corro pro mar,

Sua abundância me conforta. Seu som me inebria. Sempre!

Tentando fugir do que o Destino já havia traçado, o frio vento a rasteira me traz,

Ao lado, com um olhar fingindo estar perdido, mas ouvindo o sussurro do meu indiferente clamor, você me espera.

Não sei se meu amor, se minha desgraça, ou se minha prisão (agora sei que minha clausura).

Enraivecido pela insistência do seu olhar obscuro, chego até você. Invado sua alma, consumo sua seiva e nisso descubro minha dor, num momento de calor, ainda indolor.

Num encontro de almas, cada uma encontra seu oásis, matam sua fome e cessam sua sede.

A noite, a garrafa de vinho, as ondas, todas, num ledo engano, sorriam pra mim,

A ferida, ainda que disfarçada de amor, como o beijo dum vampiro, se abre e anestesia.

Hoje, talvez por vontade de Deus ou por capricho do Diabo, nem outro amor, que até tentou, não consegue curar, aquilo que o próprio amor julgava ser.

 


Autor: Altemar Felberg


Artigos Relacionados


Poema Ao Teu Olhar

Dádiva

Gabriela

PriscrÍtica

Depressão

Desenhar O Teu Ser é A Razão Do Meu Viver

Eu Sou A B C 17 & 18.08.09