Visão do homem e da história no marxismo tradicional
VISÃO DO HOMEM E DA HISTÓRIA NO MARXISMO TRADICIONAL
1/ ALIENAÇÃO:
Alienação é um conceito Hegeliano usado para exemplificar a submissão e dependência do homem ao trabalho. Pra Karl Marx a pior alienação é a alienação econômica e a história é a história da alienação dos homens.
A primeira alienação denunciada pó Marx é a alienação religiosa onde a religião é quem domina o homem, o homem não é senhor de si. Na alienação ideológica o homem fica refém de seus próprios conceitos tomados como ideologias. Na alienação política o homem se organiza em grupos para defender seus direitos, e, quando os grupos agem de forma autônoma, acabam por mutilar esses direitos e tomar a liberdade dos homens.
A alienação econômica é a mãe de todas as alienações e se funda na propriedade privada e nos meios de produção. Abolindo a propriedade privada erradica-se qualquer tipo de alienação.
2/ O MATERIALISMO HISTÓRICO COMO EXPLICAÇÃO DA ALIENAÇÃO.
A tese de que a alienação econômica é a base de todas as alienações funda-se na teoria de superestrutura e infra - estrutura:
SUPERESTRUTURA: são as instituições constituídas (Igreja, Estado, etc.) e as ideologias (Religião, Filosofia, direito, etc.)
INFRA - ESTRUTURA: São as forças produtivas, que fazem funcionar a superestrutura.
Por se a história – segundo Marx – dependente do material, seu materialismo além de dialético é também histórico.
3/ A HISTÓRIA, VEÍCULO DE LIBERTAÇÃO DA ALIENAÇÃO.
A meta de todas as aspirações marxistas é a libertação da alienação com o homem tornando-se senhor de si e livre de qualquer forma de realização reclamada pela sua natureza e vocação.
A evolução da história.
A história para Marx dividia-se em cinco formações econômicas: Primitivismo; Escravismo; Feudalismo; Capitalismo; A Ditadura do Proletariado, desembocando na Época Comunista onde não haveria meios de produção privados, haveria o fim da família tradicional burguesa, através da luta de classes não haveria mais classes sociais, terminaria a divisão do trabalho, não haveria divisão entre campo e cidade, e a religião seria extinta.
As características positivas da nova época seriam a geral prosperidade e riqueza material, que atingiria a todos e não só a alguns e um novo homem com nova mentalidade e consciência social livre da submissão capitalista.
A luta de classes seria então o motor da revolução que levaria ao comunismo.
O homem artífice de sua libertação.
Para que a liberdade ou libertação das alienações se concretizasse teria que haver a derrocada total do capitalismo, reinando o comunismo, e a revolução não seria espontânea e sim provocada. Para Marx, capitalismo e proletariado não se coadunam pois o capitalismo é estritamente explorador. O homem marxista não é nunca um conformista e sim um combatente ativo na luta constante e sacrificante pela causa proletária.
Há a dialética relação Homem-Natureza em que o homem enxerga a natureza como fonte de satisfação de suas necessidades e que alcança seu objetivo através do trabalho, moldando a natureza tornando-se o homo faber. Marx exalta o trabalho manual, artesanal.
4/ O MARXISMO TRADICIONAL É UM HUMANISMO?
Na teoria o marxismo tradicional seria um humanismo pois defende a igualdade entre os homens e que o homem deve trabalhar não para grandes industriais e sim para a humanidade, mas na prática – como exemplo maior ao extinta URSS – o “socialismo”, que se dizia fundado na teoria marxista, foi altamente desumano promovendo tortura e exclusão e o poder concentrado na mão de um só grupo.
Na teoria marxista, o período da ditadura do proletariado é violento, mas uma violência repressiva contra os burgueses capitalista e não contra o povo com fizeram os Stalinistas.
Em suma, teoricamente o marxismo tradicional é humanista, mas funcionalmente é completamente anti-humanista.