Gestão da comunicação.



GESTÃO DA COMUNICAÇÃO: Ecossistemas Comunicativos

Altina Costa Magalhães.

 

 Em: 10/12/1011

 

O rádio em si, na qualidade de veículo de comunicação de massas se reveste de características que facilitam a  criação de novos paradigmas no processo produtivo da informação e determinar novos e mutáveis ritos na comunicação sonora e na recepção auditiva da mensagem radiofônica que abrange situações que dialogam entre si, proporcionando um compartilhamento de experiências.

A mídia rádio possui regras flexíveis, afinal segue um cotidiano rodeado de experimentações plásticas e dificilmente padronizáveis, promove o inédito, principalmente quando explora o jornalismo, e por ser praticado sob a premissa do tempo real proporciona uma leitura rápida e superficial, já que a sua dinâmica é fundamentada na quantificação da informação e não na sua qualificação ou depuração. Ele atua em sentido horizontal uma vez que não visa a um aprofundamento e sim, uma situação do receptor da mensagem em diversos contextos interconexos da realidade.

A programação radiofônica destaca-se pela sua variedade de tipos: noticia, manchete, comentário, reportagem, boletim, entrevista, debate, documentário e musical. Estes são o ponto de partida para a produção jornalística, pela qual os profissionais do rádio vão organizar suas informações preliminares através da pauta, roteiro ou script, emoldurando a notícia ou a correlação de várias notícias.

Cada emissora possui suas próprias normas de confecção e disseminação que poderão interferir também na formulação da notícia. As programações obedecem a regras para uso do tempo, quantidade de profissionais envolvidos, em uma estrutura básica de alternância de elementos internos dinâmicos.

Tudo que já foi comentado neste texto sobre o rádio faz parte de um processo dinâmico para que se entenda o que é este aparato tecnológico e que ele pode e deve ser gerido na escola de forma a produzir conhecimentos. Sabe-se que a escola é um ecossistema comunicacional que está passando por profundas transformações no que se refere à inserção das mídias no seu cotidiano.

Então partindo do pressuposto que o sistema escolar deve ser saudável, equilibrado, dinâmico assim como um ecossistema natural e diante da realidade existente na maioria das escolas sabe-se que para que haja este equilíbrio nos processos comunicativos é preciso que haja uma transformação, ou melhor, dizendo uma revolução no contexto educacional no sentido de que se promova a educomunicação, isto é que se alie a postura pedagógica ao uso das tecnologias sejam elas quais forem: rádio, televisão computador, internet, celular e outras mais modernas e que podem ajudar a superar o fracasso em que a educação se encontra.

No diagnóstico feito no trabalho anterior percebeu-se que a escola precisa avançar, precisa encontrar uma saída para a situação embaraçosa em que se encontra então de repente, ter uma emissora de rádio na escola pode ser o início de um processo de transformação, pois a mesma pode ajudar a minimizar eventuais problemas que a escola tem especialmente no tocante a questão da comunicação, no atraso no processo de letramento de seus sujeitos participantes.

 Por assim ser, ela pode inclusive fomentar um comprometimento maior dos sujeitos com a transformação social, entretanto não se deve acreditar que ela vá resolver todos os problemas da educação, até porque se não for gerida de forma saudável ela pode inclusive ajudar a piorar a situação. Tudo depende da forma como esta questão for trabalhada no contexto escolar. Uma coisa é certa os alunos devem participar de todo o processo desde o início, para que os mesmos sintam-se agentes responsáveis do processo de implantação, funcionamento e implementação da rádio-escola.

Se utilizada de forma consciente, responsável, crítica e criativa a rádio na escola pode desencadear nos educadores e educandos o desenvolvimento de habilidades e competências, visto que a mesma é um aparato tecnológico que vai oferecer inúmeras possibilidades de interação entre os indivíduos, é um objeto que promove informação e ao mesmo tempo favorece integração, a prática discursiva, o desenvolvimento da oralidade, da auto-estima, incentiva a liberdade de expressão com responsabilidade.

Certamente uma rádio na escola irá redimensionar os processos e procedimentos que acontecem na escola com vistas ao crescimento pessoal, coletivo e social de todos os envolvidos na escola. É um veículo de comunicação sonora que permite uma leitura expandida, pois a mensagem  embora definida por uma linearidade encerrada no tempo e limitada à concentração informativa em um sentido, abre possibilidades interpretativas inigualáveis, pois o poder do imaginário na construção de cenários mentais é o que impõe ao rádio sua razão de ser.

 

Para viabilizar a implantação de uma rádio na escola deve se observar o tempo, e as características das pessoas responsáveis por sua gestão os recursos matérias e financeiros os quais o empreendimento requer. É fundamental que os professores, alunos, gestores, coordenadores e funcionários da instituição discutam conjuntamente o projeto desde a sua gestação, passando pela compra de equipamentos, montagem, programação.

É preciso ter em mente o tipo de rádio que se almeja, o projeto político pedagógico da escola. Deve se definir claramente os objetivos que se pretende alcançar, bem como as atividades a serem desenvolvidas e socializadas através da rádio, a participação de todos os segmentos, ou seja, de todos os ecossistemas escolares, desde os alunos até as lideranças escolares ou membros da comunidade.

 


Autor: Altina Costa Magalhães


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