José
Nunca vi a face do Pai,
Porém, sei que se assemelha
com tua face, José.
Nunca contemplei o sorriso do Pai,
No entanto sei que Ele
sorri com teus lábios, José.
Se o Pai o elegeu para ser,
após a face de Maria,
o segundo rosto que Seu Filho observaria,
é porque te semelhas com o Pai, José.
As mãos operosas que o mundo criou,
que do barro o homem formou
e tudo fez com perfeição,
seguramente colocaram em tuas mãos, amigo José,
a desenvoltura do carpinteiro
que da madeira tira a forma e a alma.
Divino artífice, o Universo a modelar,
quis para guardião de seu filho dar
alguém que, com trabalho,
permanecesse a criar e recriar.
José, da escuta silenciosa e sábia.
José, dos sonhos proféticos.
José, patriarca da estripe de Davi.
José, homem da fidelidade a toda prova.
Nas escuras e frias noites na gruta de Belém,
ou nas paragens longínquas do remoto Egito,
eram tuas mãos, José, que protegiam Maria,
que davam calor e firmeza ao menino Jesus.
José, quando partiste?
Quando o Pai te chamou?
Quando foste convocado,
para que o Filho pudesse receber
em sua ressureição e ascensão aos céus?
Quando foi que Maria de ti se despediu?
Qual foi tua última palavra
e o derradeiro brilho em teu olhar?
Decerto, foi um momento de luz.
Decerto o céu sorriu,
por estar um “justo” entrando no céu.
Hoje, amigo José,
tu olhas por outra família:
a Igreja de teu filho, que te ama e reverencia.
Hoje velas por tantas famílias e tantos filhos
que a teu socorro acorrem.
Hoje intercedes pelos operários de todas as áreas
que com seu trabalho ganham o pão cotidiano.
Hoje seu exemplo eternizar-se em todo aquele,
que, fielmente, procura cumprir a vontade do Pai.