O burro era o melhor funcionario da prefeitura



Creumir Guerra O BURRO ERA O MELHOR FUNCIONARIO DA PREFEITURA Por muitas vezes eu assisti as reuniões da Câmara Municipal de Mantenópolis para cumprir o meu encargo e aproveitava para rir da fala de alguns ilustres Edis, que proferiam verdadeiras perolas. Dentre as minhas tarefas na Prefeitura de Mantenópolis, uma delas era colocar no papel os projetos de leis do prefeito. Também comparecia ao parlamento municipal para prestar esclarecimentos sobre determinados encaminhamentos do chefe do executivo. Por forca da lei de licitações e da lei orgânica do município, os bens moveis e imóveis da municipalidade somente poderiam ser alienados após previa autorização do legislativo, com as exceções previstas no mesmo regramento. Fui participar de mais uma reunião da câmara e assumiu a tribuna para um pronunciamento o vereador Alcino Alves, detentor de seguidos mandados, um dos mais experientes da Casa de Leis. O dito vereador fazia oposição ao prefeito e seus discursos eram inflamados. Neste dia Alcino Alves estava revoltado e queria fazer uma grave denuncia. O parlamentar tinha tomado conhecimento que o Secretario Municipal de Finanças, a revelia da Câmara Municipal, havia vendido o único burro pertencente ao patrimônio publico municipal, pela misera quantia de cinquenta reais. Gente! Isto e um absurdo. Eu conheço aquele burro desde quando ele foi comprado para puxar a carroça que recolhia o lixo. O Crispim trabalhou muitos anos com ele. O animal possuía uma força incomum. Quantas vezes eu peguei carona na carroça da entrada da Rua São Geraldo até o Centro. O burro era tão educado e para não me prejudicar morgava o corpo quando passava nos buracos. E tem mais, mesmo com a idade avançada o burro ainda trabalha muito mais do que qualquer funcionário da prefeitura. O valor sentimental não foi levado em conta. Para quê serve os cinquenta reais? Não paga nem o cafezinho que o prefeito toma por dia. No outro dia eu fui indagar ao Secretario de Finanças por que ele havia vendido o burro e o qual o procedimento legal foi usado para o ato. O homem do prefeito me disse que o animal era inservível. A despesa com ele não justificava a sua manutenção nos serviços da prefeitura. O valor foi por estimação e não houve licitação por causa do pequeno valor, dentro do limite de dispensa do processo de licitação. Cuidado foi a minha recomendação. Mande fazer a avaliação e faça uma justificação para a dispensa do processo licitatório na venda do muar. O vereador Alcino falou que o burro sabe mais de prefeitura do que você e acho provável que ele peça a abertura de uma CPI para ver se alguém levou vantagem no negócio. Abra o olho ou sua Excelência pode dar com os burros n’água.
Autor: Creumir Guerra


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